Ser criativo importa, e muito!
Apontada como uma das competências profissionais mais desejáveis pelas empresas, segundo o Fórum Econômico Mundial, a Liderança Criativa hoje ocupa o top five no ranking das habilidades requeridas por gestores (e você não pode ficar de fora do assunto!).
Para se ter ideia, a IBM realizou um estudo com 1500 CEOS e constatou: a criatividade foi uma das qualidades de liderança citadas por eles como a mais relevante.
O contrário também foi comprovado. O Relatório Global de Índice de Talentos da The Economist revela que a ausência da atribuição é percebida como a falha mais séria nas contratações atuais.
Preparamos um artigo que resume a #AddLive sobre o tema (assista o vídeo completo aqui). Conduzido por Victor Gonçalves, diretor de Marketing e Inovação da AddTech, tem como convidados Márcio Pereira, superintendente da SulAmérica e Vitor Matoso, instrutor do Circuito de treinamentos AddTech.
Eles dão o tom da conversa e explicam por que essa característica é tão necessária para os líderes que desejam vencer essa nova era complexa, repleta de transformações ativas e constantes.
Millennials e Centennials: A batalha começa agora
Um líder precisa entender sobre pessoas para inspirá-las. Isso é fato. Mas como lidar com a nova geração, chamadas de Y (ou Millennials) e Z (Centennials, Plurais, iGeneration…), que chega ao mercado mudando por completo o modelo corporativo tradicional?
Ignorar a necessidade de compreender seus anseios, engajá-los e reter talentos não parece uma boa ideia… Sabe por quê?
Juntas, as gerações Y e Z representam 59% da população mundial, segundo estudo do Bank of America Merrill Lync. Em 2020, a pesquisa calcula que eles serão 60% da força de trabalho. Em 2025, o número alcança 75% dos trabalhadores mundiais*.
*Fonte: Revista Pegn
Ou seja, a batalha deve começar agora! A nomenclatura não importa. O primeiro passo é entender quem são e como se comportam:
O que os define? Podemos afirmar, em consenso: muitas ideias e alguns ideais na bagagem, que nem sempre visam o lucro.
O que os motiva? Resumidamente, uma causa ou princípio, o senso de pertencimento, o compartilhamento de experiências, a flexibilidade e novos desafios.
‘Mudar o mundo’ − ou fazer a diferença nele — parece ser o que move os profissionais de hoje. Que os impulsiona para o futuro, potencializa suas habilidades e aflora suas qualidades.
Inspirar > Liderar
A partir de então, como o líder deve agir? Para o superintendente Márcio Pereira, “inspirar com propriedade, vale mais do que liderar”.
- “Ter proximidade, identificar o potencial e habilidades individuais, estar aberto a entender o que acontece em cada ciclo. Os clientes e profissionais esperam uma liderança com esse aspecto”, aponta.
Líderes criativos precisam acreditar num propósito para inspirar pessoas a seguirem esse caminho e se conectarem à uma causa. “Eles sabem o que (produto/serviço), como (processos/valores) e por que (propósitos/crenças) estão envolvidos em algum projeto”, afirma Vitor Matoso.
Gestão 3.0: Sinta o calor do fogo
Indicadores, KPI, ROI, MVP, MVC… Termos novos e corriqueiros na rotina atual. Esse novo ‘dicionário’ é carregado de dinamismo e complexidade, palavras que definem os tempos modernos.
Para gerar motivação e engajamento nesse cenário volátil, coloque um elemento mágico: a comunicação, triunfo da Gestão 3.0.
Uma comunicação eficaz é essencial, pois sabe tocar a alma humana com segurança e chegar ao cérebro a ponto de interferir na tomada de decisões. Sem ela, nenhuma mensagem pode ser recebida — ou melhor, compreendida — corretamente, criando ruídos que prejudicam todo o processo.
Enquanto líder, entenda o que, e com quem está falando. Isso ajuda a emitir a mensagem da melhor forma possível e garantir a proximidade com o liderado.
“Saia do pedestal, do ar condicionado. Sinta o calor do fogo para incentivar seu time como líder”, indica Márcio.
Ao invés de focar em cargos e hierarquias, priorize pessoas. São elas que fazem a sua empresa, e não o inverso.
Níveis de Sucesso
Outra dica: Incentive o trabalho em equipe, sempre. Márcio Pereira destaca que a cultura brasileira fomenta a competição até mesmo na sociedade, o que foi incorporado pelas empresas erroneamente.
“Percebo muitas vezes, que para um profissional ser considerado bom, o outro é avaliado como ruim, o que não é verdade. Trabalhar em equipe pode ter níveis de sucesso e ser mensurado de muitas maneiras. Como empurrar o time para a vitória? O líder é o único responsável por isso? Pense nisso e busque a integração. Senão, todos perdem.”, indica.
Ter empatia e feeling para perceber (e resolver) situações de conflito são outras características inerentes ao bom líder. Coloque-se no lugar do outro e ‘enxergue com os olhos do cliente’. A sensibilidade nesses casos, faz toda a diferença.
Fórmula da Criatividade: ela existe?
C= (BxD) x A/P é a interação entre banco de dados aplicado a um problema. Resumindo: ao desdobrar uma questão, foque no menor número de ações necessárias para solucioná-la.
Essa não é a única fórmula da criatividade, há várias maneiras de se tornar um criativo. Para Vitor Matoso, a mais simples é essa.
“Garante economia financeira, segurança operacional, conforto e tranquilidade dos envolvidos na operação”, relata.
Pense ‘fora da caixinha’
Além de reduzir a quantidade de ações para obter soluções − o que otimiza tempo e esforço − um bom líder precisa de um vasto repertório: em outras palavras, experiências.
Leia, viaje, frequente cinema, teatro, eventos culturais… viva! Observar o mundo à volta e conhecer realidades diferentes nos faz refletir e enriquece a própria existência.
Ética
Um bom líder deve conduzir sua equipe a perceber a diferença entre o que podemos, o que devemos e o que precisamos fazer. Em outras palavras, chamamos de ética. Sem ela, não há credibilidade que se sustente por muito tempo.
E tudo o que acontece dentro da empresa, gera algum efeito nos consumidores finais. Por isso, é importante começar a lição ‘dentro de casa’.
Líder T-Shaped
O líder no formato em T é um profissional criativo e multidisciplinar. O conceito T-shaped diz que o eixo vertical do T representa a profundidade de um conhecimento específico, como uma especialização por exemplo. Já a parte horizontal se refere aos conhecimentos genéricos e qualidades complementares, como empatia, soft skills, etc.
Tanto os técnicos/especialistas (mais profundos) quanto os generalistas (mais flexíveis) são importantes para qualquer companhia. Hoje, quem se destaca é aquele que une essas capacidades e se torna um T-shaped.
É preciso equilíbrio entre os eixos, porque não há mais espaço para o desperdício.
Círculo de Ouro: Comece pelo porquê
Victor Gonçalves cita o livro Comece pelo porquê: Como grandes líderes inspiram pessoas e equipes a agir (assista aqui o TEDx), de Simon Sinek, um dos palestrantes mais vistos no TED Talks em todo o mundo.
Ele criou o método “Círculo de Ouro” (porque, como, e o que fazer) que diz: “Pessoas não compram o que você faz; elas compram o porquê você faz”.
Ou seja, venda um propósito, uma ideia, uma causa, e não foque somente um produto ou serviço. Inverta a ordem estabelecida.
Descobrir o motivo que te leva a criar algo é o que realmente encanta e fideliza o cliente. Também inspira e engaja os colaboradores a uma causa ou projeto, de fato. Não porque precisam, mas porque desejam e se identificam.
Isso vale tanto para pequenas quanto para grandes empresas. Siga as dicas e o resultado será extraordinário!