Lugar de mulher é na tecnologia ou onde ela quiser

LadyBus
5 min readJan 4, 2022

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Mulheres no mercado de trabalho e em Tech

Não é mistério para ninguém que o tema diversidade é um grande desafio na sociedade e quando fazemos alguns recortes os números do cenário atual são mais desafiadores ainda.

Quando falamos sobre o cenário de mulheres no mercado de trabalho, é fato que houve uma evolução ao longo do tempo, mesmo que lenta, e a situação é bem melhor do que era nas décadas passadas. Vários cargos outrora ocupados apenas por homens, hoje são ocupados com maestria por Elas, algo que deve ser comemorado e celebrado.

Entretanto, ainda é desafiador sobre vários pontos mas principalmente quanto:

  • Equidade salarial;
  • Posições de maior destaque;
  • Jornada de trabalho.

Ao longo dos anos as mulheres já venceram diversos desafios no mercado de trabalho e Elas tiveram que lutar bastante para conquistar direitos como: ao voto, à trabalhar e aos seus direitos trabalhistas.

Até 1.943 o Código Civil determinava que as senhoras casadas só poderiam sair para trabalhar com autorização de seus maridos e eles, na grande maioria, não concediam para que Elas cuidassem exclusivamente do lar e dos filhos. Hoje, em pleno 2.022, ainda é possível vermos e presenciarmos a mentalidade retrógrada como consequência desses tempos mostrando que existem questões estruturais na sociedade ainda a serem superadas.

Também em 1.943 foram concedidos às mulheres os primeiros direitos trabalhistas na primeira versão da CLT. Estas, na maior parte das leis, são direcionadas à maternidade, tais como a licença-maternidade, o direito a intervalos para a amamentação e a estabilidade após o retorno da licença. É muito pouco!

Alguns anos seguintes, precisamente em 1.950, de acordo com dados do IBGE, apenas 13,6% das mulheres eram economicamente ativa e nesta mesma época, os homens ocupavam 80,8% no infográfico. Olhando 60 anos à frente, em 2.010, a participação feminina no mercado de trabalho passou a ser de 49,9%.

Já em 2.019, segundo o IBGE, o nível de ocupação das mulheres de 25 a 49 anos vivendo com crianças de até 3 anos de idade foi de 54,6% e essa demografia diminui quando olhamos para mulheres pretas ou pardas com crianças de até 3 anos de idade no domicílio apresentaram os menores níveis de ocupação: 49,7%. (dados IBGE 05/03/2021 06h27)

Vamos dar um zoom maior? Em cursos de graduação, Elas são minoria entre os alunos nas áreas ligadas às ciências exatas e à esfera da produção: apenas 13,3% dos alunos de Computação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) são mulheres.

E ainda, apesar de mais instruídas, as mulheres ocupavam 37,4% dos cargos gerenciais e recebiam 77,7% do rendimento dos homens até 2.019.

E quando se aborda um dos desafios, sobre equidade salarial, as mulheres recebem 77,7% do rendimento dos homens! Esta afirmação é baseada nos dados do IBGE onde em 2.019 o rendimento médio mensal dos homens era de R$ 2.555,00 o das mulheres era de R$ 1.985,00.

E essa desigualdade aumenta ainda mais quando a demografia traz dados entre as pessoas nos grupos ocupacionais com maiores rendimentos. Nos grupos de Diretores e gerentes e Profissionais das ciências e intelectuais, as mulheres receberam, respectivamente, 61,9% e 63,6% do rendimento dos homens. Nas Regiões Sudeste e Sul as mulheres recebiam, em média, 74,0% e 72,8%, respectivamente, do rendimento dos homens. Nas Regiões Norte e Nordeste, onde os rendimentos médios foram mais baixos para homens e mulheres, as desigualdades eram menores (92,6% e 86,5%, respectivamente).

Quer fazer uma outra amostra? Olhe para o seu lado, na empresa em que está agora, quantas mulheres estão em posições de lideranças ou postos mais estratégicos?

Um relatório do Banco Mundial sobre o tema concluiu que, apesar das mulheres representarem mais de 50% da população do nosso país e serem 43% do total da força de trabalho, Elas têm um nível baixo de ocupação de cargos de liderança e somente 10,5% das cadeiras parlamentares pertencem às mulheres.

Em 2.020, mulheres eram 14,8% dos deputados, 16% dos vereadores e 7,1% dos ministros e apesar do aumento, o Brasil era o país da América do Sul com a menor proporção e encontrava-se na 142ª posição de um ranking com dados para 190 países.

“O processo de candidatura ao cargo de deputado federal indica o descompasso entre homens e mulheres na Câmara. Em 2018, 32,2% das candidaturas para o cargo de deputado federal foram de mulheres, em comparação a 31,8%, em 2014. Essas proporções estão ainda próximas à cota mínima de 30% de candidaturas para cada sexo, por partido ou coligação partidária, como previsto em lei. Em 2018, entre as candidaturas para o cargo de deputado federal que contaram com receita superior a R$ um milhão, apenas 18,0% eram de mulheres. Estudos apontam que candidaturas com maior volume de recursos financeiros são mais propensas ao sucesso eleitoral.”

E Elas ainda trabalham bem mais que os homens! Segundo um dado do IBGE de 2.018:

“As mulheres trabalham, em média, três horas por semana a mais do que os homens, combinando trabalhos remunerados, afazeres domésticos e cuidados de pessoas. Mesmo assim, e ainda contando com um nível educacional mais alto, Elas ganham, em média, 76,5% do rendimento dos homens.”

Enfim, a realidade Delas ainda é bem diferente do cenário masculino.

Mas há esperança! Acredito que na história nunca houve uma geração tão preocupada com o tema diversidade e cada vez mais ações afirmativas e pautas estão presentes nas escolas, em casa e no ambiente corporativo.

Aqui na ClickBus não é diferente, estamos dando voz à Elas e criando espaços para ações afirmativas.

O movimento Tech Girls da Bus é ambicioso! Queremos trazer mais mulheres para a área de tecnologia, contribuir para motivação e confiança Delas, além de promovermos um processo de aprendizagem e evolução de carreira.

Ainda há muito a ser feito para que as mulheres no mercado de trabalho atuem de forma igualitária aos homens — tanto nos cargos como em salários. Mas podemos dizer que Elas estão no caminho certo, pois o avanço é perceptível!

Fiquem por aqui, já já nossas Busonautas vão encher isso aqui de materiais que vão demonstrar que vão lhe provar que Lugar de mulher é na tecnologia ou onde ela quiser!

Por: Jeimyson Souza | LinkedIn: in/jeimyson | insta: @jeimyson

Ah, e você deve estar se perguntando: Porque este material foi escrito por um homem? Bom, sou filho, neto, sobrinho, irmão, marido e amigo que acredita em reduzir as diferenças requer entendimento e ações de todos! Além disso, acredito que é uma OBRIGAÇÃO tratar este tema, como outros, como uma grande prioridade e importância estando em uma posição de liderança, homem, cisgênero e preto.

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Mulheres na área de tech, que querem contribuir para que todas se sintam motivadas e confiantes para se desenvolverem.