Um breve resumo sobre a Persistência Retiniana

Thays Salgado
2 min readMar 24, 2022

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Em 1824, Peter Mark Roget iniciou os estudos sobre a persistência na visão diante de objetos em movimento. A persistência na retina, dependendo do objeto, causa uma sensação ilusória, dado porque o olho humano capta de 10 a 12 imagens por segundo, retendo pelo menos uma imagem por até um décimo de segundo, com isso, se a imagem subsequente for substituída neste curto espaço de tempo, cria-se a ilusão de continuidade.

Para provar a Persistência Retiniana, Peter Roget inventou em plena era Pré-vitoriana (período da regência britânica), um brinquedo óptico muito utilizado na época para puro entretenimento, chamado Taumatrópio. Ele consiste em um disco com uma imagem em cada lado e dois barbantes em suas extremidades, assim que os barbantes são torcidos rapidamente, ambos os lados do disco, ou seja, das imagens, parecem combinar-se em uma só, dando a falsa sensação ilusória devido a persistência na retina.

Após o Taumatrópio, já em 1829, Joseph Plateau cria o mais elaborado Fenacistoscópio que consiste em vários desenhos em um mesmo objeto, neste caso, um círculo onde os desenhos são distribuídos ao redor com pequenas diferenças para que se criasse a sensação sequencial de movimentos (depois melhor aprimorada por Plateau utilizando 16 imagens de cada desenho). A diferença neste brinquedo óptico é que a placa circular deve-se girar em frente a um espelho e ser observada sob ranhura, dando a ilusão de continuidade e movimento.

Ainda na era Pré-Vitoriana, onde se desenvolviam diversos estudos sobre a persistência na retina (dando mais tarde início às animações que assistimos hoje), no ano de 1834 um inglês chamado William George Horner cria um brinquedo muito popular na época chamado Zootrópio (ou Zootropo). Seria como um Fenacistoscópio, porém, era composto por um tambor circular com pequenas frestas recortadas ao redor, com isso, ao girar o tambor, era possível observar de fora para dentro a imagem em movimento. O brinquedo era utilizado para desenvolver a educação visual das crianças na época. Foi considerado um avanço óptico, muito utilizado para entretenimento até a chegada do cinema, 50 anos depois. Quando os filmes de fato chegaram, utilizando-se de fotografias sequenciais em até 16 por segundo, a cultura da ilusão do movimento desenvolvida por estudos “retinianos” já estava firmada.

O mistério em volta da Persistência Retiniana, gerou avanços significativos para que o Cinema, principalmente as animações 2D, se desenvolvessem, com isso aprimorando a quantidade de quadros por segundo, precisão nas imagens sequenciais também evoluindo para as animações 3D, hoje com padrão de 24 a 30 quadros por segundo para tornar ainda mais real captação através da sua retina.

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