RESENHA: O Fantasma de Canterville, Oscar Wilde

Thereza Nardotto
2 min readJun 25, 2020

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Esse é meu segundo contato com Oscar Wilde. O primeiro foi com um dos livros mais lindos — esteticamente — que já tive o prazer de ler: O Retrato de Dorian Gray. Nessa estória que trago aqui a pegada é outra, o conto é hilário e não parece tão preocupado com a forma como o romance que eu li.

Tente pintar a cena: uma família estado unidense muda-se para a Inglaterra e compram esse castelo conhecido por ser assombrado por um fantasma pra lá de inconveniente. Há, inclusive, uma mancha de sangue na biblioteca que é motivo para turistas quererem visitar aquela casa.

Porém, desde o modo como a família resolve lidar com a tal mancha, limpando-a, já começamos a compreender que não será uma interação fantasma-humanos como acontecia com as famílias que já habitaram aquela casa.

Primeiro, eles não acreditam e sequer cogitam a possibilidade de que o fantasma seja real. Seu ego é muito grande, consideram-se superiores aos ingleses em intelecto e até mesmo em suas invenções. Mas assim que fica claro e comprovado que o fantasma existe, tudo se torna incrível e a estória fica impossível de ser deixada de lado. Aqui, é a família que começa a assombrar o fantasma, o deixando maluco e até mesmo fazendo com que questione a própria existência. Todo tipo de tentativa de assustar aqueles humanos arrogantes é frustrada, quando não o ridicularizam de modo que chegamos a sentir pena de uma alma penada!

É o tipo de livro pra se ler em uma sentada, um conto curto, divertido e envolvente. Oscar Wilde é um dos poucos escritores góticos que eu considero que vale — e muito — a pena conhecer e experimentar suas formas de narrativa. Mas isso de valer a pena é advindo de um gosto pessoal, não sinto proximidade com literatura fantástica e, ainda mais, gótica. Mas as obras do autor são tão incríveis que agrada não importando o tema que aborda.

Biografia do autor retirada da edição de kindle de O Fantasma de Canterville, publicado pela Landmark, 2008.

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Thereza Nardotto

Me arrisco a escrever algumas coisas desconexas. Também compartilho minhas leituras.