O Casarão dos Fonseca
Por Thiago Mendes e Fernanda Alves
Foi por volta de 1760 que os primeiros integrantes da família Fonseca chegaram à cidade de Gravataí — até então denominada Aldeia dos Anjos. Sebastião da Fonseca, natural da ilha do Pico, e Maria Úrsula do Nascimento, natural da ilha Terceira, casaram-se no município de Rio Grande anos antes de se mudarem para Gravataí. Desta relação nasceu Ângelo da Fonseca Velho, que anos mais tarde veio a casar-se com Maria Rosa da Encarnação com quem teve José Ângelo da Fonseca.
Em 22 de novembro de 1828, fruto da união de José Ângelo da Fonseca e Zeferina Antônia de Jesus nasceu Manuel Rodrigues da Fonseca. Ourives, com 49 anos de idade, Manuel mandou construir o casarão, no qual viveu com a mulher até sua morte em 27 de setembro de 1902. Sem herdeiros, deixou a casa como herança para seu sobrinho Bernardino Fonseca. Tempos depois o casarão passou a pertencer a Edy Fonseca, filha única de Bernardino, que junto de seu marido, Dario Gomes da Fonseca, morou na cidade até 1970.
Anos depois, por aluguel, o “Casarão dos Fonseca” passou a sediar provisoriamente o primeiro museu da cidade. Mais tarde, o prédio ainda foi locado a uma clínica de reabilitação, até ser abandonado.
Em ruínas, o casarão foi doado pela prefeitura à Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul, responsável pela reforma e mantenedora do local.
O casarão possui características da arquitetura colonial portuguesa, trazida pelos colonos açorianos. Em estilo sobrado, na arquitetura do casarão destacam-se o telhado, feito de telha canoa com beiradas, e as janelas em estilo guilhotina.
O prédio, parte da rota turística do centro da cidade foi tombado pelo patrimônio histórico de Gravataí na tarde do dia 17 de setembro de 2005, inaugurando o Livro Tombo do município.