[resenha] Lembra do Zed e do Maynard? Eu me lembro!

Por Tiago da Silva

Tiago da Silva
3 min readJan 15, 2018

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No fim de semana, rolou uma conversa sobre os medos que temos e eu não soube o que dizer. Também no final de semana, entre as referências de filmes que surgem em conversas, surgiu Pulp Fiction (como é de praxe) e lembramos do casal sadomasoquista Zed e Maynard, que protagoniza uma das cenas mais… fortes?… para dizer o mínimo… do cinema.

Zed e Maynard. Puta merda!

Acho que uma resposta razoável para a pergunta “do que você tem medo?” é: Zed e Maynard. Na verdade, o medo mesmo consiste em ver-se colocado na situação do Bronco (The Gimp, no original). Me dá arrepios só de pensar. O cara vive(?) dentro de um baú e é literalmente retirado do caixote (mas ainda assim mantido sempre acorrentado) só para ver e participar de orgias sádicas com homens que aleatoria e esporadicamente são atraídos para o porão de uma loja de armas. “A aranha pegou algumas moscas.” Lá, Bronco é o escravo sexual do dono da loja e de uma policial, dois predadores sexuais, um mais doente que o outro. Isso está no topo das coisas (vidas?) mais terríveis que consigo imaginar. E eu não sou exatamente medíocre quando se trata de imaginar bizarrices…

Me questiono: Bronco é uma vítima (possivelmente um doente mental) que é mantida contra a vontade na quela situação? Há quanto tempo perdura a situação, afinal? Semanas, anos? Me pergunto se Bronco sente prazer no que vê e faz [tem um momento em que ele parece nitidamente feliz ao ver que o personagem de Swillis (Bru Swillis, ok?) será o próximo a namorar com Zed].

A família de Bronco acha que ele morreu, ou será que ainda o procura? Com a morte de Maynard e Zed (bem feia eu suponho, nas mãos do Marsellus Wallace) teria Bronco sido libertado pela polícia quando esta chegou ao local depois de alguns dias ou semanas, com o dono morto cheirando mal e incomodando a vizinhança? Ou Bronco teria sido mantido intencionalmente em segredo por outro policial, talvez amigo de Zed e tão pervertido quanto? Teria voltado para casa e conseguido se readaptar à família e à sociedade depois de tudo por que passou? Algum dia ele foi alguém normal, antes de tudo aquilo, afinal de contas?

Enfim. Melhor eu parar de conjecturar essas coisas, ou vou acabar tendo pesadelos.

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Tiago da Silva

Às vezes me surpreendo com o que escrevo, porque não sabia que pensava assim.