Como aprendi Python

Vanessa Leiko
7 min readJul 31, 2021

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[ Um pouco sobre mim ]

Olá! Meu nome é Vanessa, sou bióloga e atualmente estou como Cientista de Dados no projeto Rede Genômica da Fiocruz, como aluna de Aperfeiçoamento II no Laboratório de Bioinformática e Biologia Computacional do INCA e fazendo especialização em Bioinformática Aplicada à Genômica Médica.

[ O que você irá encontrar aqui ]

Como minha primeira postagem aqui no Medium, vou começar contando como aprendi Python, pois foi esse o passo que mudou o curso da minha carreira.

Se quiser ir direto para as dicas de como eu estudei Python, siga para o tópico Como estudei Python”; caso queira saber como de fato eu aprendi Python, siga para “Como aprendi Python”, ou continue a leitura, pois vou contar um pouco como cheguei até aqui.

[ O início ]

Sou formada em Ciências Biológicas e até 2019 eu nunca tinha ouvido falar de Python.

O que me levou ao Python?

Em 2018 eu estava finalizando meu Mestrado em Genética e foi quando conheci a Bioinformática. Comecei a pesquisar sobre a área e vi o quanto ela é e será capaz de impactar nossas vidas por causa dos avanços nas tecnologias de sequenciamento e edição do DNA.

Foi essa a motivação que me levou a tentar um Doutorado em Bioinformática na USP no final de 2019.

Fui aprovada no processo seletivo e, quando entrei em contato com um possível orientador, a primeira pergunta que ele me fez foi:

Você sabe programar?

Claro que minha reposta foinão”.

Foi nesse momento que eu percebi que teria que adiar meus planos de começar o Doutorado, dar um passo para trás, e ir aprender Python.

(A pandemia acabou contribuindo também para isso, afinal seria impossível ir morar em São Paulo naquela situação.)

[ Como estudei Python ]

1. Cursos online

Coursera: o primeiro contato com Python

O primeiro curso de Python que eu fiz foi por indicação do próprio pesquisador que perguntou se eu sabia programar.

Foi o curso “Introdução à Ciência da Computação com Python Parte 1, oferecido pela USP e disponível gratuitamente no Coursera (se quiser o certificado, precisa pagar o equivalente a 29 dólares, se não me engano).

Gostei bastante do curso que acabei fazendo a Parte 2.

Ponto fraco

O curso tem tarefas a serem entregues e, para mim, algumas tarefas são bem difíceis para quem está começando a aprender programar.

Por exemplo, no projeto final para a conclusão do curso, eu devo ter ficado uns 8 dias tentando escrever o código que fosse aprovado na correção.

Não é impossível (tanto que eu finalizei o curso), mas em certos momentos precisa ter paciência, buscar por ajuda no fórum de discussão do curso e no Google.

Ponto forte

As tarefas a serem entregues ajudam/obrigam você a colocar a mão na massa.

As tarefas consistem em desafios e você precisa escrever seu próprio código para resolvê-los e depois submeter sua resolução para correção automática, que vai gerar uma nota.

O fórum de discussão do curso ajuda bastante na resolução das tarefas.

Alura Cursos Online

Hoje sou assinante da plataforma Alura Cursos Online, uma escola de tecnologia que tem diversos cursos e você tem acesso a todos eles por um ano.

Concluí 28 cursos da plataforma, desde cursos de Python, Ciência de Dados, Machine Learning, Linux e até Oratória. E pretendo concluir outros.

Ponto fraco

A grande quantidade de cursos que a plataforma oferece talvez deixe um pouco a sensação de não estou conseguindo aprender tudo o que deveria.

Porém, talvez isso seja mais uma dificuldade minha em aceitar que é impossível absorver toda informação e conhecimento disponível no mundo e que sempre deixarei algo escapar.

Ponto forte

A plataforma tem cursos de diversos temas, desde Programação, Data Science, Gestão e Design, com acesso livre a todos.

Ela também oferece a opção de você seguir uma Formação, que é uma sequência de cursos organizada por eles para que você se forme em um determinado assunto, por exemplo Python (acho muito bom para quem precisa de um direcionamento nos estudos).

Os cursos são compostos por videoaulas curtas e com projetos para você praticar. Os instrutores e instrutoras estão sempre disponíveis para responder suas perguntas no fórum de dúvidas do curso.

Bootcamp de Data Science Aplicada

Também fiz o Bootcamp de Data Science Aplicada promovido pela Alura (não está incluído na assinatura da plataforma).

Mesmo a temática sendo Ciência de Dados, aprendi muito Python.

Foram 12 semanas de aulas, discussões, práticas e entrega de projetos para avaliação.

Ponto fraco

Não considero um ponto fraco, mas talvez um ponto de atenção.

A carga horária de dedicação ao Bootcamp eu considero de média para alta, principalmente se você não tem familiaridade com Python.

Se você trabalha ou estuda de maneira integral, talvez sinta bastante a exigência do Bootcamp. São 12 semanas bastante intensas e com muito conteúdo.

Na época que eu fiz, eu não estava trabalhando, e mesmo assim tinha dias que eu ficava até de madrugada escrevendo código e finalizando projeto.

Ponto forte

A comunidade no Discord com os alunos e alunas do Bootcamp e os instrutores é muito forte.

Os instrutores e instrutoras estavam sempre disponíveis a ajudar. Além disso, os participantes foram muito colaborativos uns com os outros.

Os projetos que desenvolvemos tinham temáticas bem atuais e as lives de monitoria, carreira e avaliação dos projetos foram muito boas.

Novamente, são 12 semanas bastante intensas e com muito conteúdo.

O que eu aprendi nessas 12 semanas talvez eu teria levado uns 6 meses para aprender sozinha. Por isso, se você quer dar um impulso na sua aprendizagem, o Bootcamp é ideal.

Sem falar do portfólio incrível que construímos durante o curso e que com certeza foi o diferencial na hora de me aplicar para a vaga que estou hoje.

2. Livros

Comecei a acompanhar alguns blogs e via muitas indicações de livros de programação, algoritmos e Python. Muitas pessoas inclusive falando que livros era o jeito ideal para aprender programar.

Acabei comprando o livro “Curso intensivo de Python: uma introdução prática e baseada em projetos à programação”.

Li quase metade do livro.

O livro começa pelo básico de Python, desde a instalação até os conceitos de variáveis, listas, dicionários, laços, funções (que foi até onde eu li).

Ponto fraco

Não achei pontos fracos nesse livro.

Mas, para mim, se eu tivesse começado a aprender Python do zero por livros, eu teria desistido.

Eu consumo muitos livros, tanto que durante a faculdade eu vivia na biblioteca estudando por livros, mas não achei muito atrativo aprender Python por livro quando se é iniciante.

Ponto forte

O livro é bem direto ao ponto, leitura fácil, com exemplos e projetos que você pode desenvolver.

Achei ele bom para relembrar e ajudar fixar alguns conceitos que eu já havia estudado.

[ Como aprendi Python ]

Mão na massa foi essencial

O jeito que eu mais me identifiquei e que de fato aprendi Python foi colocando a mão na massa!

(Não é por que eu assisti a 12 temporadas de Grey’s Anatomy que me tornei uma cirurgiã)

Da mesma forma, ficar apenas assistindo às videoaulas, ou lendo livros, não iria me tornar alguém capaz de desenvolver um código.

Precisei escrever o código, errar, entender o erro e aprender com ele. Foi colocando a mão na massa que percebi o que eu sabia de mais ou de menos.

(Ah, não se esqueça de documentar seu código! Coloque comentários para se lembrar do que você pretendia ou da função de cada trecho de código)

No começo, eu resolvia MUITOS exercícios do Neps Academy.

Hoje como estou mais focada na área de Bioinformática, gosto de resolver os exercícios da plataforma Rosalind.

Você mesmo pode propor desafios e projetos para você elaborar, como por exemplo:

  • uma calculadora
  • conversor de medidas
  • conversor de moedas
  • um código que diga se um número é ímpar, par, primo
  • contador de letras, vogais, consoantes, palavras
  • jogo da forca

E esses projetos pessoais você pode agregar ao seu portfólio!

Como aprendo hoje

Hoje o jeito que eu mais aprendo e tiro dúvidas sobre Python é:

Só de recorrer ao Stack Overflow e à Documentação do Python, eu consigo resolver uns 80% das minhas dúvidas.

[ Como você estuda? ]

Eu não sou especialista em aprendizagem. Para isso existem profissionais que se dedicam a pesquisar como nosso cérebro aprende e quais os métodos mais eficazes para isso.

Então, espero que você veja as dicas acima não como o jeito certo ou errado para aprender, mas sim uma maneira para talvez aproveitar alguma dica e complementar o que você já vem fazendo, ou um pontapé inicial se você não sabe por onde começar.

Compartilhe também como tem sido sua rotina de estudos!

Obrigada por ter chegado até aqui.

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Vanessa Leiko

Sempre gostei de fazer perguntas e entender como as coisas funcionam. Aqui você irá encontrar conteúdo sobre ciência, programação e outras coisas.