Mercado agitado e Renato questionado pela torcida esquentam a semana do Grêmio

Tricolor acerta troca com São Paulo entre Luciano e Everton, anuncia Robinho e embarca para o Rio de Janeiro para enfrentar Flamengo e Vasco.

Agosto prometia ser um mês agitado para o Grêmio e realmente está sendo — dentro e fora de campo. O que começou bem com a vitória contra o Internacional parece ter mudado o caminho. Renato Portaluppi, após os resultados no Campeonato Brasileiro, vem sendo muito cobrado pela torcida mesmo com os recentes reforços para o meio e ponta. Na matéria analiso essa metade de mês no futebol do Grêmio e as movimentações de mercado.

Relação Portaluppi-torcida

De início é importante citar a turbulência recente na relação Renato e torcida. O treinador, antes completamente adorado, tem tomado decisões — junto com a diretoria — que irritaram os torcedores nas redes sociais. A preservação do time titular completo contra o Ceará, pela segunda rodada da competição nacional, e o discurso de que estava satisfeito após o empate contra o Corinthians são os principais elementos. Concordo que o Campeonato Brasileiro seja longo e que é impossível repetir o time tanto nesta competição como na Copa do Brasil e Libertadores, o problema é poupar de forma errada e não levar um titular sequer para a viagem. Isso é abandonar a partida, já que o Grêmio ainda não tem um elenco tão recheado assim.

Tenho a sensação de que o discurso de querer ganhar o Brasileiro não é visto nos gramados e isso deixa qualquer torcida transtornada — o Tricolor tem apenas dois títulos desta competição. É muito pouco para um dos maiores times do país. Outro ponto é a mediocridade dos discursos de Portaluppi. O Grêmio fez uma partida bem abaixo contra o Corinthians, principalmente no aspecto das finalizações, e o treinador disse estar satisfeito. O futebol do imortal não foi satisfatório e já vimos esse mesmo time entregar muito mais. Está na hora do Renato se reinventar e se adaptar ao futebol nesse novo legado. Assim não dá mais.

Movimentações de mercado

Em menos de uma semana, o Grêmio perdeu e contratou um Éverton. O problema é a diferença de qualidade entre ambos. Na última sexta-feira (14), Cebolinha foi oficialmente anunciado e apresentado pelo Benfica. O negócio, de acordo com o Uol Esportes, foi de inicialmente 22 milhões de euros (R$ 140,6 milhões na cotação atual), podendo chegar a 24 milhões de euros (R$ 153,3 milhões na cotação atual). Na minha opinião, o negócio fica bom para ambas partes envolvidas. Para o Grêmio, é a possibilidade de ter cofres cheios em um ano maluco e perigoso e para o jogador é a melhor alternativa de vitrine para pular para gigantes europeus e sendo treinado por alguém que já conhece seu futebol, Jorge Jesus.

Hoje, terça-feira (18), o Grêmio sacramentou e anunciou a contratação de Everton Cardoso que estava no São Paulo. O jogador de 31 anos já está em Porto Alegre e chega com contrato até 2022 e em uma troca sem dinheiro com o atacante Luciano, que vai trabalhar com Fernando Diniz mais uma vez. A tendência é que o jogador já viaje para o Rio de Janeiro e faça sua estreia na partida contra o Vasco. O tricolor gaúcho ficou com 50% do atual reforço e cedeu os 50% que tinha do ex-atacante para o time paulista.

Ainda não consegui ver vantagens nessa troca para o time gaúcho, já que Éverton fez metade dos jogos que Luciano na atual temporada e era presença certa no Departamento Médico do São Paulo. Quando comparado a temporada 2019, o reforço tricolor fez 20 jogos a menos que Luciano e fez 10 vezes menos gols, 20x2. Eu acho que o Luciano seria uma boa moeda de troca, mas não numa negociação que envelhece o elenco e com um jogador com históricos de lesões desde que saiu do Flamengo.

Antes disso, o Grêmio fez um negócio de ocasião e anunciou Robinho até o final do ano e com clausulas de produtividade. Outro, que para mim, não tem mais nível de atuar no tricolor e envelhece o elenco. Além disso, é o quarto jogador que vem do histórico Cruzeiro rebaixado de 2019, algo que considero muito perigoso.

Agora, o tricolor gaúcho mira um lateral-esquerdo e nomes como Dodô e Diogo Barbosa são falados por colegas jornalistas. Além disso, o time busca um centroavante para brigar com Diego Souza. Para a primeira posição, gosto muito dos dois nomes e não tenho preferência, já que ambos acrescentariam qualidade ao elenco. Agora, para o camisa 9, as sugestões que eu e uma boa parte da torcida fazemos vem do Rio de Janeiro — Evanílson, que atua no Fluminense, e Pedro Raul, jogador do Botafogo.

Os dois são jogadores jovens e que podem dar um retorno no campo agora e econômico no futuro, principalmente o atleta das Laranjeiras. Porém, vão exigir investimentos para trazer — algo que a diretoria não está muito disposta a fazer. O que temos como certo é que até o final desta semana devemos ter novidades sobre essas duas posições — esperamos que seja de forma positiva e de chegadas, já que o Grêmio está sentindo muita falta de peças no banco de reservas.