Primeiro ano como UX/UI designer em uma startup: desafios e crescimento

Navegando pelo mundo do design em uma startup multicultural como a única designer

Victória Carneo
4 min readNov 7, 2023

Imagine o seguinte cenário: você tem 27 anos e está trabalhando remotamente como o única UX/UI Designer em uma startup com uma equipe de liderança baseada em Barcelona. A empresa atua em 5 países, e você é a única da equipe no mercado Brasileiro. Esta é a minha jornada ao longo do último ano.

Mulher, de camisa branca e azul, com o cabelo preso em um rabo de cavalo sentada em frente a uma tela de computador e olhando em sua direção. A imagem foi gerada por uma inteligência artificial.
uma cena comum — sempre em frente às telas. (gerado por Adobe Firefly)

O início da jornada
Em 2021, entrei nessa startup como estagiária de Design Gráfico, com uma liderança portuguesa. A startup estava presente em 5 países, e fui a primeira designer a atuar no mercado brasileiro. Após 3 meses de estágio, fui promovida a Junior, e então após 5 meses, recebi o convite para integrar a equipe de Produto como UX/UI Designer.

Desafios iniciais
Meu ingresso na equipe de Produto foi impactante. Todos os membros da equipe estão em Barcelona, sendo composta por 3 espanhóis e 1 inglês. A equipe era (e ainda é) bastante reduzida, e tínhamos que atender às demandas de todos os mercados. Isso significava que eu precisava superar diversos vieses cognitivos para compreender usuários de culturas diferentes e entregar um produto de valor.
E o detalhe: eu não tinha nenhuma experiência profissional prévia com UX.

Mãos humanas segurando um lápis e desenhando algo em um papel. Essa imagem foi gerada por inteligencia artificial.
fazendo um wireframe (gerado por Adobe Firefly)

Outros Desafios
Além da insegurança de assumir uma nova função, um dos maiores desafios desse novo cenário foi lidar com quatro produtos distintos: um aplicativo para passageiros, um aplicativo para motoristas, uma página web de reservas (para passageiros/empresas) e um sistema interno da startup com configurações diversas, relatórios e cadastros de usuários. Como designer júnior, a complexidade era esmagadora. Eu me questionava: “Como vou testar com tantos usuários diferentes?” ou “Quando terei tempo para aplicar as etapas do double diamond?”.

Lições
Foi aí que percebi o valor do Lean UX na prática e como a vida real difere dos cursos de UX. Aprendendo majoritariamente por conta própria e tomando decisões que impactam toda a empresa, amadureci rapidamente e cresci profissionalmente. Foi preciso atender a demandas rápidas, conversar com um colaborador interno tratando-o como o usuário final e até mesmo pular a etapa do wireframe e partir para o protótipo. Aprendi que muitas vezes fazemos o que está ao nosso alcance para agregar valor e tornar as pequenas entregas úteis.

Apoio da Equipe
Ser responsável pela experiência do usuário em uma empresa que transporta 50.000 pessoas diariamente é uma grande responsabilidade.

No entanto, eu não poderia fazê-lo sem o apoio da minha equipe, sempre disposta a ajudar e fornecer feedbacks valiosos. Nossos Product Owners compreendem o produto e as necessidades dos diversos usuários, e estamos todos motivados a fazer o melhor.

Foi preciso romper as barreiras impostas pela distância física de 8.792 km e pela diferença de fuso horário para que a nossa integração fosse efetiva.
Fun fact: temos uma reunião semanal apenas para "fofocar", falar de assuntos não assuntos relacionados ao trabalho. É incrível!

laptop sobre uma mesa — na tela está acontecendo uma vídeochamada em que aparecem um homem e uma mulher. A imagem foi gerada por inteligencia artificial.
daily meetings (gerado por Adobe Firefly)

Para Iniciantes
Para outros designers juniores que estão lendo minha história, deixo alguns conselhos: estude constantemente, mantenha uma comunicação aberta e não internalize os problemas.

Buscar conhecimento e tendências da área é fundamental para construir argumentos sólidos. Comunique-se sempre com a equipe e com os stakeholders para expressar preocupações e impressões. Não espere que as pessoas adivinhem.
Lembre-se de que os problemas da empresa não são seus, e o feedback negativo não é pessoal.

Minha jornada com esta startup está apenas começando, e a cada dia me sinto mais preparada e fortalecida para enfrentar os novos desafios que virão.

Mulher de cabelos soltos, vestindo roupas brancas e azuis, andando sorrindo por uma rua com prédios dos dois lados.
sentindo-se feliz! (gerado por Adobe Firefly)

Se você desejar entrar em contato ou apenas me seguir nas redes sociais, sinta-se à vontade para fazê-lo.

victoria.carneo@gmail.com ; Linkedin ; Portfólio

Até os próximos capítulos desta jornada! 😉

*leia esse artigo em Inglês aqui.

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Victória Carneo

Product Designer at BUSUP | Based in Brazil | https://carneovictoria.myportfolio.com/ | Writer for Bootcamp and Women InTechnology