The brazilian man who went to Italy #EP01

Porque estou na Itália, como foi o primeiro dia e como a vinícola Fantinel está sendo fantástica conosco.

Wil Fernandes
6 min readSep 30, 2015

Pra quem não notou, o título da série é uma referência a um icônico vídeo que bombou na internet alguns anos atrás: The Italian Man Who Went to Malta. Para quem não conhece, recomendo muito assistir, é hilário. Brinca com o sotaque forte do italiano médio falando inglês. Particularmente, me identiquei com o vídeo pra valer, devido ao medo de apresentar esse meu "inglês da jamaica" para o mundo… Mas eu chego lá daqui a pouco. Vamos dar um passo para trás e começar pelo início de fato.

A forma com que ganhei essa viagem é muito especial. Sou um fucking awesome (epíteto que eu mesmo me dei) Front End Developer na Wine.com.br, a maior loja de vinhos da América Latina. Ano passado, em 2014, tivemos uma fantástica convenção da empresa, em que misturava grandes parceiros com todos nós que trabalhamos lá. Nesse dia memorável (WHAT A DAY, WHAT A LOVELY DAY), a Wine, junto com algumas de suas principais vinícolas parceiras, sorteou entre todos os wineanos visitas técnicas (e turísticas ❤) nessas vinícolas. Eu tinha, na época, quase um ano de empresa e muita energia aplicada. Quando começou o sorteio, admito que não era dos mais esperançosos, pois nunca ganhei nada desse tipo na vida… Entretanto, a dinâmica do sorteio era a seguinte: a vinícola se apresentava para então sortear as visitas que ela nos presentearia. E, quando chegou na vez da Fantinel se apresentar, arrepiei todo e pensei: "Caral#$%, essa é a vinícola em que trabalhei na minha primeira campanha aqui na Wine. Tem coisa vindo aí". Cheguei a falar isso com meus amigos que estavam sentados ao meu lado (Mariana e Alisson, como esquecer?!), na convenção. Logo, Marco Fantinel apresentou o vídeo Feel the Emotion. E eu apaixonei (assiste o vídeo aí para se apaixonar também, por favor). E, bom, foi quando eu mais torci para ser sorteado, de todo o meu coração. Dito e feito, quando os números (cantados um a um por mim antes — quem estava lá se lembra disso) do meu CPF começaram a aparecer eu gritei e me emocionei pra cacete. E essa história é, basicamente, como eu cheguei aqui. Não somente eu, mas também Sérgio Mafra e Flávia Possatti, os outros dois contemplados que, imagino, tiveram experiências marcantes nesse fantástico dia.

Ah, chegar aqui… Demorou, viu?! Moramos na metrópole de Vitória (onde a Wine fica localizada), e sair de lá para chegar à região de Friuli Venezia Giulia, nordeste da Itália, foi uma missão e tanto, passando pelos aeroportos de Vitória, Rio de Janeiro (dentro de mais uns minutos estaremos no Galeão), Roma e Veneza. Essa brincadeira aí durou mais de 30 ~fatídicas~ horas, do momento em que saímos de casa até chegar na guesthouse da Fantinel. A verdade, é que a ficha só caiu mesmo, quando coloquei os pés na Itália. Cara, eu estava pisando em um dos berços da cultura ocidental!!! Dá pra imaginar o quanto isso martelou minha cabeça durante a minha primeira manhã aqui?!?!

De toda forma, tomamos um "chá de cadeira" no aeroporto de Roma até embarcarmos para Veneza. Chegando lá, nossa primeira surpresa: As malas de Sérgio e Flávia apareceram na esteira, normalmente. Entretanto, a minha havia extraviado. Claro, porque nem tudo pode ser perfeito. Estava tão angustiado com isso que, sem perceber, enquanto falava (em inglês) com a moça que me atendia para tentar resolver o problema, simplesmente mudei o idioma para um português corrido, desesperado (hahaha). Ligamos para o seguro (Sérgio, advogado que é, me ajudou bastante com todo esse protocolo) e estamos aguardando uma atualização sobre o assunto. Ainda não faço a menor ideia de onde está minha mala… Mas ok, a má sorte vai precisar de muito mais do que isso para atrapalhar a viagem.

Sente o naipe da viagem de carro até a Fantinel!

E eu vos digo: ela bem que tentou. Ainda no aeroporto de Veneza, tínhamos que pegar um carro (alugado pela Fantinel para nós) e dirigir até a vinícola. O problema é que o voucher que tínhamos recebido estava em italiano e não ficou claro para nós o nome da companhia em que o carro estava alugado. Tinha uma marca grande da Planetario, mas, rodamos e procuramos por toda a região e ninguém sabia sobre essa empresa de aluguel de carros com esse nome. A solução veio pela linda da Andrea que, direto do Brasil, explicou pra gente que a empresa era a Hertz e a Planetario é a agência que contratou o serviço. Você, ilustríssimo leitor, deve estar pensando: "Na moral mesmo que vocês foram 'dibrados' desse jeito?!". Sim, fomos. Mas dá um desconto, vai. Estávamos há quase 28 horas sem dormir.

Nesse ponto, já estávamos atrasados no cronograma em 1 hora (o voo Roma x Veneza também tinha atrasado um pouquinho). E ainda tinha a viagem de carro até a vinícola, que foi deveras divertida, por sinal. Eu, Sérgio e Flávia conseguimos chutar essa ziquizira pra lá e aproveitar a estrada. E que estrada! Parecia um tapete, com uma paisagem fenomenawesome! Quero mais do que bis.

Chegamos na vinícola e logo sentimos um aroma peculiar, oriundo do processo de fabricação de seus vinhos. Isso faz parte da experência da visitação, cara! Queria muito conseguir transportar esse aroma através do computador até você, estimado leitor…

Bom, quem nos recebeu foi Stefania Zadro. Que mulher de uma simpatia fantástica! Avisamos a ela do atraso, enquanto ainda estávamos no aeroporto. Super cordial e compreensiva, nos tranquilizou e disse que esperaria por nós para almoçarmos. No nosso cronograma, esse almoço deveria ter sido às 13h. Chegamos na vinícola com pouco mais do que 2h de atraso. E ela cumpriu. Havia um banquete esperando por nós. Comemos, conversamos, abrimos um espumante e tivemos um excelente momento. Justamente aqui faço o link com o início do texto: até então, meu 'inglês jamaicano' nunca tinha sido posto à prova. Achei que não fosse dar conta. Não poderia estar mais enganado. Conversamos sobre diversos assuntos por um bom tempo e a comunicação foi plena (ela elogiou, cara!). Isso, devo admitir, fora uma vitória pessoal porque, longe de um inglês perfeito, estava muito inseguro para abrir a boca quando pisei no país. Logo depois, Stefania nos deu um tempo para tomarmos um banho, descansar e recuperar a dignidade perdida em 30 horas.

Já as 19h, continuamos com nosso cronograma. Stefania nos levou em um fantástico restaurante em Spilimbergo. E ali entendi o porquê da fama da relação entre os italianos e a comida. Foi, provavelmente, um dos melhores restaurantes que já fui na vida. Não apenas por ser um excelente restaurante, mas pela experiência única que tive lá. Eu, Sérgio, Flávia e Stefania conversamos 'pra mais de metro' (como dizem na minha terra). Ah, sim, obviamente que fizemos questão de mostrar para a Stefania toda nossa brasilidade, nosso jeito tupiniquim de ser. Compartilhamos pratos, tiramos várias fotos, trocamos cultura… Tudo de um jeito descomplicado, sem muita cerimônia (bem no estilo que vivemos ali na Wine). Já ela, fez questão de nos apresentar dois dos seus mais fantásticos vinhos da linha Sant'Helena, o aclamado Venko e o surpreendente Frontiere, um dos brancos mais fantásticos que já provei! A refeição é algo realmente levado a sério por aqui. Mais do que simplesmente comer, a importância de compartilhar esse momento entre amigos e aproveitar cada instante dele estava estampado em forma de paixão no sorriso largo da Stefania. E isso nos contagiou.

Mais do que qualquer coisa, foi essa recepção calorosa que me inspirou a compartilhar esse primeiro dia com vocês. A forma como a Fantinel nos recebeu e o carinho no tratamento (além do fato de nos ter convidado para a visita, claro), só mostra o quanto essa parceria entre Wine e Fantinel é promissora.

Eles dizem "feel the emotion".

Eu senti. E é maravilhoso.

Até o EP#02! Espero que tenha conseguido passar um pouco da experiência desse primeio dia e que não tenha sido maçante. Grazie! ❤

--

--

Wil Fernandes

Eu quero transformar a vida das pessoas com boas ideias e tecnologia. E é isso que me move.