Como eu transformei a minha vida através do Yoga

Willian Costa Souza
5 min readDec 23, 2015

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Tudo começou em 2014 na empresa onde eu trabalhava. Aula de Yoga uma vez por semana, pra quem quiser desestressar.

Eu estava numa fase “Vamos ver o que vai dar”, então decidi tentar. Conversei com uma amiga que me disse: “Olha, Will, é uma vida antes e uma vida depois do Yoga”. Wow, depois dessa eu tinha que dar uma chance.

Eu era um cara normal, um dos Millennials que queria crescer profissionalmente muito rápido e por isso me esforçava bastante no trabalho.

Então eu comecei. No início você acha engraçado todas aquelas posições, as palavras da professora, as técnicas de respiração (Como assim técnicas de respiração? Pra respirar a gente só respira e pronto, oras).

A partir desse dia, já faz quase dois anos que eu sou praticante de Yoga. E eu não quero parar tão cedo. Nunca, na verdade.

O que eu aprendi fazendo Yoga

Eu aprendi que mereço ser feliz e eu sou o principal responsável por isso. Eu não posso aceitar nada que não me leve pra esse caminho.

Eu aprendi o que é ter gratidão. Quando você descobre isso, você começa a ser feliz pelas coisas que você JÁ tem e para de comparar sua vida com a de outras pessoas.

Eu aprendi que meu corpo e, principalmente, minha mente têm que estar fortalecidos. Lidar com os problemas diários ficou muito mais fácil, especialmente porque eles, muitas vezes, não são problemas e/ou podem ser evitados. Como diz a minha professora: “As coisas acontecem e tá tudo perfeito”.

Eu aprendi que respirar direito faz eu dormir muito melhor.

Eu aprendi a aceitar e amar as pessoas muito mais. E não é aceitar apesar de [insira religião, orientação sexual, opinião política etc aqui]. Não existe apesar de. Não existe preconceito. Não existe julgamento. Todas as escolhas são válidas.

Eu aprendi a doar. Doar tempo, doar esforço. E o mais difícil é dar sem esperar nada em troca (nisso eu tenho que trabalhar mais).

Eu aprendi a dizer a verdade. É isso e acabou. Você pode sempre dizer a verdade, especialmente para si mesmo.

2015

O ano de 2015 foi transformador. O “mosquitinho da viagem” me picou e tudo mudou.

Hoje eu tenho 22 anos, conheço dois países e estou indo pro terceiro. Com 21 eu não tinha ido mais longe que um estado vizinho.

Trabalho desde os 16, e todas as minhas economias desde lá eu investi basicamente em viagens. Cada vez mais eu penso que devo gastar mais meu dinheiro em experiências do que em coisas. Tem até uma ciência que explica isso.

Em janeiro estive em Cuba. Que lugar!

Cena comum em Havana

Em novembro, estive na Argentina, mais precisamente em Buenos Aires.

Floralis Genérica

Mas a coisa mais louca aconteceu em outubro. Eu sempre tive vontade de fazer um intercâmbio e numa das aulas de Yoga (coincidência?) um amigo comentou que uma amiga estava fazendo um intercâmbio voluntário pela AIESEC. Eu já tinha ouvido falar da AIESEC, mas não conhecia muito bem. Decidi visitar um escritório aqui na minha cidade e conhecer de perto. Em menos de duas semana eu acertei tudo com eles, me demiti e em janeiro de 2016 estou indo para um intercâmbio voluntário em Marrocos.

O que eu estou fazendo com a minha vida?

No mesmo fim de semana eu vi dois filmes que mudaram a minha vida: Into the Wild e Diários de Motocicleta. Eu me perguntei: “O que estou fazendo com a minha vida?”, “Como estou ajudando as pessoas?”, “Estou fazendo deste mundo um lugar melhor?”.

A partir desse momento eu comecei, e tento a cada dia, ser a mudança que eu quero para o mundo. Pequenas coisas, eu sei, mas grandes para o meu universo.

Tome controle da sua vida.

Profissão

Como você já sabe, eu me demiti. Me formei no final de 2014 em Sistemas de Informação e há muito tempo vinha trabalhando como programador. Mas isso já não me fazia mais feliz. Eu decidi arriscar e fazer o que gosto (a gente chama isso de arriscar, mas será que fazer o que ama é arriscar?), e desde outubro, estou começando minha carreira como professor de inglês.

Não foi fácil. Isso não é comum. Meus pais são de uma geração onde se construía carreira nas empresas. Você não pode sair por aí pedindo a conta. “Tá maluco, menino?! Uma crise dessas, tanta gente querendo emprego e você se demitindo.”

Dois textos me transformaram: Prisão dinheiro e Prisão trabalho. Deixo a seguir um parágrafo de um dos textos:

O trabalho não é, por definição, aprisionante e terrível. Somos seres construtores, produtivos. Idealmente, o trabalho nos permite dar vazão ao nosso afã criador e, ao mesmo tempo, ganhar o dinheiro que precisamos para viver nossa vida e realizar nossos projetos pessoais. Muitas vezes, entretanto, o trabalho custa caro: ele suga quase toda nossa energia vital e nos dá somente uns míseros tostões em troca. Nesses casos, sim, o trabalho é uma prisão.

Muitas vezes, ganhamos dinheiro e gastamos muito mais pra poder suportar o emprego que nos dá esse dinheiro. Remédios, restaurantes caros, roupas caras, aparências. Tudo isso vale a pena?

Ano que vem muita coisa pode acontecer e quem sabe o que eu vou fazer da vida?

O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você

Obrigado a tudo que me levou até este caminho e ao que o universo me reserva.

Namastê

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