Como foi participar do #paraelas na Globo.com

jady.js
3 min readApr 19, 2018

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Eu logo que cheguei e nos apresentamos.

Achei que seria apenas um dia comum. Um dia em que iríamos visitar uma empresa grande e entender de sua rotina diária e como seria se trabalhássemos em empresas assim ou parecidas com essa. Pensei que iria me impressionar com instalações e culturas de desenvolvimento pessoal internas — como sempre me impressiono na área de tecnologia.

Eu me enganei.

Logo de primeira, todas as meninas presentes estavam tímidas, caladas e sem saber muito o que dizer. Eu era uma delas e cheguei a me perguntar o que estava fazendo ali. Hoje, bato no peito e digo que sou desenvolvedora e que amo o que faço, mas isso é recente. Não faz um ano em que eu me encontrava em outra área fazendo algo totalmente diferente e cursando outra faculdade. Então, o que eu estava fazendo ali, exatamente? Eu estava querendo mais um motivo pra acreditar e perder o medo que pra alguns pode parecer uma tremenda bobeira.

De primeira, foi retratado qual seria o papel da mulher na tecnologia. Todas respondemos e nos questionamos. Muitas ali ainda estavam em dúvidas sobre o que fazer da vida e se estavam na área certa porque foi dito a elas que esta era uma área para homens. Para algumas, não foi dito nada, apenas ficaram amedrontadas pela quantidade de mulheres que tinha em sua empresa ou sala de aula… que às vezes era nenhuma sem incluí-las. Pude perceber quantas meninas acham que estão sozinhas em sua jornada na área de tecnologia e isso doeu.

Com o passar da tarde, fomos nos soltando mais para falar de vários assuntos, relatar várias experiências, boas e ruins. Todas entramos em um consenso de que não devemos ficar caladas diante de situações citadas e que devemos lutar pelo nosso lugar -mesmo que digam que não há diferença nenhuma.

Rolou uma rodinha de bate-papo. Mulheres que já estão firmadas na área de tecnologia (desenvolvedoras, gerente de projetos, infra, etc) vieram falar com a gente… como era pior na época delas e como elas superaram e sim, como não devemos desistir. E isso foi importante. Porque durante muito tempo, eu fui uma das mulheres que já pensou em desistir, aliás, que desistiu, mas voltou. E tinha muitas histórias parecidas com a minha: a menina que queria desistir por causa de matemática, a menina que queria desistir por causa de assédio, outra pelo professor e outra porque a tratavam diferente em sua equipe.

Tivemos direito a um tour super divertido dentro da empresa para conhecer suas áreas e no final, a um super lanche, onde na verdade, conversamos muito umas com as outras. Contei meu relato de como havia desistido e voltado para área e como os grupos de telegram me ajudaram bastante (grupos de desenvolvimento voltado para mulheres tirarem dúvidas umas das outras ou apenas conversar) e fiquei impressionada em como a maioria delas não conhecia estes. Falei em como os eventos apoiam e nos dão muito suporte e dos maravilhosos cursos online. Falei de uma amiga que fiz e que me apresentou estes grupos, pois esta me mostrou que eu podia voltar pra área mesmo estando anos sem tocar em um código sequer. Vi mulheres mais perdidas que eu por lá e chamei para os grupos e derivados. Porque é assim, mulheres tem que ficar juntas e não sozinhas!

Concluindo, foi um dia de recuperar nossa coragem, de bater no peito e dizer que queremos prosseguir, de tirar nossas dúvidas, foi um dia de união. Foi uma experiência maravilhosa que eu acho que toda mulher iniciante da área deveria passar. E você, mulher/menina da área que quer arriscar, mas tem medo: você não está só, fale com outras mulheres, baixe e o telegram e se junte a nós ❤

Obs: Gostaria de agradecer a Globo.com pelo dia e a Eureca pela oportunidade que tivemos. Vocês são 10! ❤

Todo esse pessoal que eu tive a honra de passar a tarde juntinho e de trocar muita ideia (:

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jady.js

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