Me perdi e fui encontrado em Ti

Yury Messias
4 min readJun 14, 2023

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(imagem retirada do twitter)

Eu tenho pensado em como fui me perdendo, e, como minhas debilidades muitas das vezes se tornaram o que sou hoje, quando o poeta e salmista (rs) Belchior diz “Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, só que eu morri. Todos os dias tenho morrido.

Pois eu sou vulnerável, e me sinto assim o tempo todo. E portanto, me afundei em mim, e fui no mais fundo que consigo ir até que eu pudesse me perder. É interessante pensar que é, sim possível se perder.

Eu tenho pensado em um profeta antigo, e tenho feito um paralelo com ele a alguns meses, e que me acho tão parecido com ele, vocês devem ter conhecido um cara chamado, Jonas.

A estória de Jonas é interessante, Deus pede para que aquele que vá uma determinada cidade, e que lá fale sobre a bondade e misericórdia. Só que, Jonas, não quer fazer o que Deus pede, e por tal forma, foge. Ele corre, pega um barco e se esconde de Deus.

E esse barco enfrenta uma tempestade, forte, destruídora, que bem provalvelmente, faria com que o barco naufragasse e neste ponto, Jonas, sabendo que a razão disso seria ele, pede para que joguem a si no mar.

E é aqui que fica interessante essa história, Jonas é engolido por um grande peixe, metaforicamente ou não, a história se passa dentro de um peixe. E Jonas 2, tem um poema que é maravilhoso e importante traze-lo aqui:

E orou Jonas ao SENHOR, seu Deus, das entranhas do peixe.
E disse: Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz.
Porque tu me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado por cima de mim.
E eu disse: Lançado estou de diante dos teus olhos; todavia tornarei a ver o teu santo templo.
As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou, e as algas se enrolaram na minha cabeça.
Eu desci até aos fundamentos dos montes; a terra me encerrou para sempre com os seus ferrolhos; mas tu fizeste subir a minha vida da perdição, ó Senhor meu Deus.
Quando desfalecia em mim a minha alma, lembrei-me do Senhor; e entrou a ti a minha oração, no teu santo templo.
Os que observam as falsas vaidades deixam a sua misericórdia.
Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. Do Senhor vem a salvação.
Falou, pois, o Senhor ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra seca.

Jonas 2:1–10

Jonas não foi abandonado. Se viu nele, foi consolado nele, e a graça chegou nele no fim de tudo.

O salmista diz, basicamente que se eu for aos vales do fim, se eu subir até o maior ponto do mundo, descer até o profundo mar, ou ir para as cavernas abaixo da terra, nunca estarei só, pois tu, és aquele que não me abandonas e permanece ao meu lado.

Na minha miséria, no mais profundo vale de mim mesmo, Tu, não me abandonas. Está, esteve comigo em todo esse tempo. Tua graça me acompanha, e me mantém, proximo de Ti e mesmo que eu o despreze, tu não me despreza.

Eu tenho pensado em todos esses anos, de vivências religiosas, de igreja, de uma vida mais dentro que fora, a mim, não me desce um Deus que não seja vulnerável, um Deus que, me viu e vê, assim mesmo:

VULNERÁVEL.

Acreditar em um Deus, que sofre e sofreu, pelos seus (diga-se TODOS). Um Deus, que nasceu, viveu, sofreu, foi injustiçado, se sentiu fraco, impotente, desprovido, pobre, miserável, impotente, insuficiente e sózinho.

Mas há uma promessa, que Ele, enxurgará toda lágrima, e toda dor será por ele suprida, ele fará tudo isso sumir e será suficiente. Toda dor acabará, e o seu abraço não terá fim. Tudo isso, tudo isso será tão somente por passagem.

O que meus olhos não conseguem ver
E minha mente não pode alcançar
Eis a promessa que Ele me fez
Mas ainda não cumpriu
E cada lagrima que verter
ouvi dizer que ele enxurgará.

Ele enxurgará, e será suficiente. E nada temerei. Ele me viu e vê você também, ele exurgará as minhas lagrimas. E a sua também.

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