A Internet revolucionou a informação

E isso é excelente para, literalmente, todo o mundo

Luis Felipe Zaguini
5 min readMar 25, 2016

Desde que fora apresentada ao público ‘comum’, ao usuário final, em 1995, a World Wide Web provou-se fazer parte de uma revolução nas relações interpessoais. Quão alto sonhava Tim Berners-Lee, idealizador do projeto? Será que ele tem consciência do tamanho que seu feito atingiu?

No ano em que foi comercializada, a Internet foi utilizada por 16 milhões de pessoas diferentes para as mais diferentes causas. Àquela altura, esse número representava 0,4% da população mundial.

De certa forma foi bombástico, considerando os preços elevados, a dificuldade em se conectar, a baixa qualidade do serviço — se comparada a qualidade que temos hoje, claro — , a quantidade limitada de websites indexados aos serviços de pesquisa e vários outros fatores, empecilhos na utilização da criatura de Berners-Lee.

Só que, como todo bom projeto, a Internet não se contentou com os resultados iniciais. Ela se dispersou de uma maneira inacreditável, e hoje soma aproximadamente três bilhões e meio de usuários por ano. Uma evolução incrível se tratando do relativo curto espaço de tempo em que se desenvolveu: 21 anos, para ser exato.

Evolução do número de usuários de Internet através do tempo

É justificável. Naquela época, só era possível acessar a Internet via computador. Sim, aqueles brancos, que amarelavam com o tempo. Que eram antiquados e lentos. Você lembra?

Hoje, a esmagadora maioria dos dispositivos se conectam à grande rede. Televisões, geladeiras, smartphones, tablets, computadores de mesa e portáteis, tecnologias vestíveis, como óculos e relógios especiais… Enfim, a gama de possibilidades é gigantesca.

Sem falar, é claro, na facilidade em se conectar. Com o tempo, as companhias, principalmente telefônicas, foram se aperfeiçoando, aprimorando seu produto, os deixando com preços mais baixos e com um poder maior, além de vários planos, cada um com uma aptidão: velocidade de download mais rápida para quem é aficionado por obter conteúdo rico, fora da limitação do texto, ou conexões mais modestas para tarefas cotidianas, como por exemplo, checar redes sociais e escrever e-mails.

A gama de possibilidades e de usuários conectados a Internet é definida pela equação variedade de dispositivos x facilidade de conexão x pessoas dispostas a assistir e/ou compartilhar conteúdo.

A divergência de mídias e dispositivos contribui grandiosamente na facilidade em compartilhar conteúdo

Com o novo mercado, corretamente explorado pelas grandes e pequenas empresas, vários serviços foram desenvolvidos e estão em frequente aprimoramento. Redes sociais, como os descontinuados Orkut e MSN, agora o Facebook, Twitter, Instagram; serviços de mensageiros virtuais, como o Hotmail, G-mail; portais de notícia, como o G1, incluindo as versões virtuais da Folha de São Paulo, Estadão e outras empresas relacionadas a comunicação atingem uma grande massa de usuários a todo o momento.

E é exatamente esse o propósito do texto. A facilidade em que obtemos conteúdo. Você, leitor: quantas notícias já leu hoje? Entrou no Facebook e viu que a Folha de São Paulo divulgou um link que teve alguns milhares de curtidas e outros milhares de leituras em questão de minutos? Olhem o quão sensacional é isso! Observem a capacidade de dispersão de informação a todo instante, a todo o momento — sem falar na instantaneidade e na capacidade de interação, dentro da rede social e também fora dela.

Quanto tempo demoraria para uma notícia atual ter o mesmo alcance há 30 anos atrás? Ou melhor, há 20 anos? Essa capacidade de divulgação, de spreading de conteúdo não era possível antigamente, e só temos que agradecer à “malvada tecnologia, que nos torna antissociais”.

Quantas vezes já te disseram que a tecnologia te torna antissocial?

Com o passar do tempo fomos adquirindo uma gama de informações em franca expansão. Por exemplo, temos como obter notícias sobre a prefeitura de Moscou em questão de segundos; podemos saber como funciona a política na Angola com dois simples termos inseridos no Google: “política angolana”. Aliás, o Google… Ah, Google. Por que você é tão perfeito? Nós te amamos!

Esse é um mercado impressionante e que está sendo explorado de todas as maneiras possíveis. Desde que o YouTube foi lançado podemos ver conteúdo produzido por qualquer pessoa que tenha uma câmera e acesso à Internet. E isso é ótimo! Hoje temos a possibilidade de transmitir eventos ao vivo no site, o que abre um leque gigantesco de exploração humana. É algo que, se utilizado por boas mãos, pode revolucionar ainda mais o modo em que absorvemos conteúdo.

Ainda falando no YouTube: qual a chance de uma transmissão televisiva, mesmo que arquivada e possível de ser acessada a qualquer momento, em mídia física, como CDs, DVDs e fitas cassete, atingir um bilhão — quiçá, um milhão — de visualizações? Quanto tempo levaria isso? Talvez anos, décadas, séculos…

Não na Internet. O vídeo da música “Gangnam Style”, do cantor sul coreano Psy, atingiu um bilhão de reproduções no dia 20 de dezembro de 2012, sendo lançado apenas seis meses antes. Agora, já passa dos dois bilhões e meio. É um marco na história da humanidade. De uma estimativa de sete bilhões e meio de pessoas no ano de 2016, aproximadamente 40% do mundo viu o vídeo no YouTube.

Depois disso, é cada dia mais comum ver exemplos de vídeos musicais que passam facilmente a marca de um bilhão de reproduções: Wiz Khalifa, Taylor Swift, Bruno Mars e vários outros comprovam essa tese. Alguns não ultrapassam um bilhão, é verdade, mas rondam próximo disso, com vídeos com mais de quinhentos milhões de views podendo ser encontrados com extrema facilidade.

Somemos: YouTube, rádios, iTunes e outros serviços de compra, e mais meios de acesso à informação. Agora, vá às ruas. É praticamente impossível encontrar alguém que não saiba o que significa “op, op, op, oppa gangnam style”. Imagine quanta gente é inundada por informação de todo tipo a todo momento!

Sem dúvida alguma, a Internet é uma das maiores invenções criadas pelo homem. Podemos ouvir música, conversar com parentes distantes, estabelecer relações comerciais, ganhar dinheiro com isso (!) e uma grande variedade de possibilidades. E, por mais incrível que pareça, ela passará por ciclos de desenvolvimento ainda maiores, atingindo patamares cada vez maiores e mesclando com o ser humano de nosso dia a dia. O futuro é brilhante, e a Internet o acompanha, agarrada com unhas e dentes.

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