Mil fitas
Mil e uma
Duas três e tantas e tais
A cada dia vão se sobrepondo
Fitas antigas, fitas atuais
Se expondo.
Todo dia eu e a mesma fita, a mesmíssima algazarra
Meu pensamento lógico a tecer sua gambiarra
Remendando sentidos
Terrivelmente partidos
Abissais. Meio sentido noutra metade e dá-lhe fita
E dá-lhe remendo que num acaba mais!
Mas, nesta altura, já tanto envolto às mil fitas
Os sentidos, eles mesmos, não os vejo mais;
Já não me lembro e sequer diria
O que fora, esta cousa, um dia
O que nela haveria por detrás.