Feito é melhor que perfeito? Qual deles você tem escolhido?

E aquele projeto que está na gaveta sem sair do lugar? E aquelas ideias super legais em sua cabeça que não saíram do papel ainda?

Luana Reis
A arte de fazer dar tempo
6 min readAug 25, 2019

--

Em uma conversa recente com uma amiga, ela me disse que sempre teve vontade de escrever “coisas” também e divulgar, quem sabe, mas após algumas tentativas, algumas ideias no papel, em meio a um turbilhão de expectativas, ela acabou nunca dando o primeiro passo. Assim, muitos de seus textos ficavam guardados só para ela…

Diante disso, eu tenho uma pergunta:

Quantos projetos existem em sua mente, lindos, cheios de propostas interessantes e expectativas positivas, porém, devido a algum detalhe específico a ser melhorado ou algum sentimento de insegurança, o primeiro passo nunca foi dado?

Bem… já me senti assim diante de muitos projetos! Alguns já foram para frente! Já outros… não.

Antes mesmo de iniciar este blog que você está lendo agora (este é 17º texto publicado, espero que voce já tenha lido algum outro dentre os demais), ensaiei muito mentalmente sobre iniciar esse projeto durante alguns meses que antecederam o meu primeiro passo.

Eu me perguntava:

Será que alguém vai ler? Será que alguém vai gostar? Como as pessoas vão ver essa atitude?

Para ajudar a mim mesma com essas angústias internas, após algumas reflexões, percebi 3 insights muito significativos. Gostaria de contá-los a você!

Primeiro insight – É preciso dar o primeiro passo. Ao longo do percurso, eu vou me ajustando.

A cada passo em direção ao meu objeivo, é preciso uma dose de coragem. E também, uma dose de aceitação: e daí se não der certo? E se não for como eu imaginei? Tudo bem! Na verdade, pode ser até melhor do que isso. E se não for? Posso parar. Reavaliar. Recomeçar.

Se eu não começar, como saber onde preciso melhor? Como me aprimorar?

É como aprender uma nova música no violão…

Devia estar tocando… “Tu, é trevo de quatro folhas 🍀…” porque essa música é ótima 🎵

Só tem um jeito de aprender uma nova música, um novo solo musical, um novo instrumento. Você começa. Vai treinando. Ao longo do caminho, você poderá identificar as falhas, e as coisas vão se ajeitando. Você melhora a cada tentativa. Mesmo que no início não estivesse tão bom.

Há coisas que não se aprende apenas em pensamento, ou só observando os outros fazendo. É preciso começar, na prática.

Já tive alguns momentos na vida em que pensei: “Eu preciso treinar um pouco mais. Preparar-me um pouco mais antes de começar!”. Será mesmo? Isso é o que eu chamo da Síndrome de hiperpreparação.

A verdade é que talvez nunca estejamos 100% preparados. Mas o ponto é: precisamos estar?

Segundo insight – Fragmente o processo em pequenas etapas

Eu não preciso evoluir do nível 1 ao nível 10 logo no início. Não preciso fazer tudo de uma vez só. Posso fragmentar em etapas. A cada dia, a sua vitória.

É como iniciar um trabalho de faculdade ou um projeto mais longo…

Às vezes só de pensar na “coisa” já da aquele “frio na barriga”! Aí você pensa: “Senhor, como isso vai dar trabalho!”

Para casos como esse, desenvolvi um passo-a-passo geral (inspirada em ideias e tentativas prévias) que costuma funcionar para mim na maioria das situações:

A. pego esse pensamento de ansiedade, olho bem pra ele. Respiro fundo. Ignoro-o por uns instantes.

B. pego esse trabalho bem grandão, o quanto antes (pois sei que a cada dia que passa a situação pode ficar mais difícil de gerir), divido-o em mini-projetos. Em mini partes.

C. quantos desses mini-projetos consigo efetuar em um dia? Durante quanto tempo por dia? Quantos dias irei precisar aproximadamente? (Caso essa parte tenha te deixado ansioso ou ansiosa, é só uma aproximação mesmo haha).

D.pego o primeiro mini-projeto, e olho para ele: “Agora sei como começar! Eu apenas preciso andar desse ponto até esse aqui, o resto eu vejo depois!”. Então, percebo que efetuar apenas aquela mini-parcela, naquele momento, não me assusta tanto. É totalmente possível.

E. Pronto! Simplesmente começo. Do ponto em que eu estiver. Ao longo do caminho, vou ajustando: a velocidade, o ritmo, a estratégia. Percebo que, dessa forma, a ansiedade envolvida na execução de cada etapa é bem menor, possibilitando que eu mantenha a consistência (a qual também é muito importante, falaremos dela no próximo insight!).

Esse segundo insight foi bastante significativo para mim. Permitiu-me progredir em diversos projetos que estavam estagnados pois só de pensar neles, já ficava mal, de tão grande…

Eu comecei a pensar:

E se eu fizer só a introdução hoje? Ou… e se eu só trabalhar durante “X” tempo, independe do progresso que eu tiver?

Inclusive, existe uma técnica boa para isso, é possível que você já conheça, chama-se Técnica Pomodoro. Explico melhor sobre ela no texto A história de como descobri meu melhor jeito de estudar”.

Passo a passo da Técnica Pomodoro retirada do Google Imagens.

Só de fragmentar a tarefa em blocos de tempo (25 min focada), com pequenos intervalos de descanso (5 min), minha angústia e resistência já abaixavam MUITO. Conseguia dar os primeiros passos.

Importante ressaltar que nesses minutinhos de descanso você pode fazer o que quiser (desde que não te atrapalhe a retornar ao trabalho, hehe), especialmente algo que seja como uma “recompensa pelo bom trabalho”, despertando em seu cérebro um feedback positivo em relação a este processo.

A partir disso… chegamos ao 3º e último insight.

Terceiro insight – para manter um grande projeto, tão importante quanto a qualidade, é a consistência.

Acredito que todos nós oscilamos entre ciclos de maior ou menor produtividade na vida. Há semanas mais produtivas que outras. Há semanas mais criativas. Mas também, há semanas mais conturbadas, mais confusas… mais desorganizadas. Você também se sente assim? Nem sempre tudo está “perfeito” para dar certo…

Quando isso ocorre, percebo que se eu deixar esse pensamento me dominar, as coisas seguem assim:

Ah…hoje estou mais desanimada, então não vou à academia. Amanhã eu vou.

Ah… essa semana não vou escrever no blog, quando tiver uma ideia melhor que essa eu faço.

Acho que hoje não vou continuar aquele projeto… não estou em um bom dia!

Nesse ponto, muitas vezes, precisamos priorizar o desenvolvimento do Músculo do Hábito em detrimento da Busca pela Excelência. Com relação à academia, por exemplo, mesmo em dias em que estou mais cansada, lanço mão do seguinte mantra: “Melhor ir do que não ir! Ninguém se arrepende de ter ido!” Algumas outras estratégias estão melhor descritas no texto: “A história de como a atividade física se tornou um hábito pra mim.”

Não me entenda mal. Qualidade é muito importante sim! Focar em ter excelência e melhorar sempre, é essencial para obter bons resultados! Contudo, percebo que devemos buscar por uma dose de equilíbrio:

A busca por excelência suficiente para te estimular, mas jamais para te paralisar.

Se você paralisar, não haverá progresso. Você estará sempre esperando um momento hipoteticamente ideal de agir.

Pode ser que ele nunca chegue.

Às vezes, o que precisamos, como diz uma marca famosa de artigos esportivos, é de simplesmente FAZER:

Just do it! (Apenas faça)

Em muito momentos poderá ser desconfortável. Em outros, de fato, não dará tão certo. Mas tudo bem.

Acredito que é por meio da persistência e da busca por nos tornarmos melhores que poderemos de fato alcançar aquilo que desejamos!

E que possamos ressignificar nossos erros, nossos resultados piores, nossos dias menos produtivos. Ressignificar e resignar. Seguir em frente. Amanhã será um novo dia.

Como diz Robert Collier, escritor e autor de “The Secret of the Ages”:

O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos diariamente

E você? Também tem projetos aí guardados na gaveta sem entrar em ação? O que achou dessas ideias e insights? Será que poderão lhe ajudar de alguma forma?

Adoraria ouvir seu feedback! Você poderá me encontrar: Instagram @luana_reis_m ou no E-mail luanareism@gmail.com.

Se você curtiu esse texto e deseja receber os próximos diretamente em seu WhatsApp, basta me contactar e te adiciono à Lista de Transmissão super especial do Blog: Releituras da vida! Te espero por lá!

Leia também: “Disciplina é liberdade! A mudança de hábito que fez tudo mudar”

--

--

Luana Reis
A arte de fazer dar tempo

Releituras da vida. A arte da busca pelo equilíbrio entre o que importa e o que é necessário.