Você espera o cenário perfeito para dar o primeiro passo?
“Ah… vou me preparar só mais um pouco!”
Você já se pegou dizendo:
“Eu ainda vou fazer isso! Mas, primeiro, vou me aprimorar um pouco mais!”
Se você disse sim para essa pergunta, diga-me:
Esse projeto já foi colocado em prática?
Bem, permita-me contar uma breve história.
Eu amo tocar violão, gosto de cantar, fazer rodas de viola…! Já toco há quase 15 anos e, mesmo que eu tenha aprendido de forma autodidata, a música consiste em um hobbie bastante significativo para mim. Quem convive um pouco mais comigo sabe bem disso.
Há algum tempo atrás, senti desejo de começar a tocar em bares, por diversão, mas também pela possibilidade de fazer disso uma pequena fonte de renda extra.
Acaba que, por eu não ter os equipamentos de sons necessários (microfone, caixa de som…) eu nunca pus essa ideia em prática. Ficava só no plano das ideias.
Até cheguei a consultar alguns preços, mas considerei um investimento um pouco alto para algo que talvez não desse certo.
Até que, nos últimos meses, durante um estágio da faculdade em uma cidade do norte de minas, deparei-me com uma oportunidade incrível… vou contar pra você!
Contextualizando um pouco, sou estudante de medicina do 6o ano e estou em um estágio chamado internato rural, no qual passamos 3 meses em uma cidade do interior, junto com uma dupla escolhida por nós, trabalhando em serviços de saúde da cidade escolhida (via sorteio).
Assim, há algumas semanas, durante o final de semana, estávamos em um barzinho, eu, minha dupla (que é meu namorado) e sua família, em Janaúba-MG (fica a 90km da cidade em que estamos estagiando, cidade chamada Catuti).
Estava tendo música ao vivo no barzinho e, antes que eu pudesse evitar, meu sogro perguntou ao garçom sobre a possibilidade de eu dar uma “palinha” durante o intervalo do show.
Meu sangue gelou! Ansiedade subiu. Sistema nervoso simpático ativado!
Pensei que talvez aquilo não fosse acontecer de fato, até eu escutar o cantor chamar meu nome no palco…!
O jeito é ir – pensei.
Então eu fui.
Cheguei lá, respirei fundo e comecei a tocar músicas que eu já sabia de cor. Afinal, não dava para fazer nada desafiador naquele momento.
Após a primeira música, já dei uma relaxada. Acho que cheguei a tocar umas 4 ou 5 músicas. Quase dá pra dizer que eu “empolguei” haha.
Quando voltei para mesa, descobri que o dono do bar tinha até gostado. Impressiona-me contar a vocês que, a partir disso, ele propôs que eu fosse fazer um show lá, na semana seguinte, com cachê. E eu:
O QUE?! Isso tá mesmo acontecendo?
E não é que era real? Fiquei alguns minutos meio “chocada”.
Eu nunca tinha feito um show remunerado antes. Já até tinha tocado em público, mas apenas em eventos da faculdade ou entre amigos/familiares.
Desafio foi colocado na mesa. Aceitei. Apesar de todos os receios e indagações internas.
Comecei a me preparar, idealizei uma série de detalhes. Não tive muito tempo, foram apenas uns 5 dias. Porém, não estava por conta, tinha que trabalhar durante a semana.
Os dias se passaram, até que finalmente chegou o tão esperado dia do primeiro show!
Confesso logo, fiquei bem nervosa, ansiosa mesmo. No início do show dava até para notar.
Olhava para as mesas do bar, cheias de pessoas. A mesa dos meus amigos, conhecidos. Todo mundo lá.
Ao longo do show, fui relaxando. Um errinho aqui ou ali. Mas continuei. Dei o meu melhor.
O inesperado foi perceber quantos pequenos desafios eu enfrentei naquele momento. Desafios esses que eu só pude conhecer vivenciando aquilo na prática.
O show acabou e eu sabia que havia muito o que melhorar. Coletei alguns feedbacks e também fiz um exercício de autocrítica.
As semanas se seguiram e surgiram novas oportunidades de shows, em outros bares. A cada show um novo desafio, mas também um novo aprendizado.
A cada nova tentativa eu aprimorava mais as dificuldades enfrentadas inicialmente…
Como montar a playlist…. Deixar as músicas na ordem preparadas… como posicionar durante o show para facilitar a consulta se necessário. Aquecer a voz antes. Deixar tudo preparado.
Fui aprendendo na prática mesmo. Como que desbravando um horizonte desconhecido, por conta própria.
O mais incrível foi perceber que, mesmo com os pequenos erros, tudo valia muito a pena. Eram momentos únicos, em que eu também me divertia muito. Aprendia muito.
Aproveito então para retomar o tema de um texto já publicado: “Feito é melhor do que prefeito? Qual você tem escolhido?” – clique para ler.
Ao refletir um pouco, percebi como vivenciei na prática esse processo. Talvez se eu tivesse focado muito em ser “perfeito” eu nem tivesse aceitado o primeiro show. Talvez tivesse julgado que eu não estava preparada, que ainda não era o suficiente. Talvez tivesse travado.
Mas não foi assim. Eu respirei fundo, tomei uma dose de coragem, e dei o primeiro passo. Aproveitei a “deixa” da vida.
E foi mágico perceber como eu poderia ir ajustando o curso, ao longo do caminho, aprendendo uma nova estratégia a cada show, a cada tentativa. E como evitar alguns problemas nas próximas vezes.
Quando eu errava, ou algo não saia tão bem, realmente não era bom, não era agradável. Eu me permitia então sofrer um pouco, “chorar” internamente por alguns instantes e pronto. “Bola pra frente”, no próximo vai ser melhor.
E você? Já enfrentou situações como essa?
Possivelmente sim! Por isso, gostaria de lhe deixar a seguinte indagação:
O que você precisa para dar o primeiro passo?
E você? Já experimentou vivências semelhantes! Adoraria conhecer!
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