Como é a sua vida nos feriados?

Eloisa Capraro
a coluna
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3 min readJun 17, 2022

Feriado vem aí. Às vezes você espera por ele durante dias e, quando piscar, ele acabou. Assim como são os finais de semana e as festas de fim de ano. Eu amo feriado, amo final de semana, amo festas de fim de ano e amo as segundas-feiras.

Nem sempre foi assim. Eu já detestei as segundas. Já tive sentimentos que variavam conforme os dias, algo assim: ui, segunda-feira; fazer o quê, terça-feira; opa, quarta-feira; eba, quinta-feira; QUE-MARAVILHA-DE-DEUS chegou a sexta-feira; ops, já é sábado; e QUE-TRISTEZA-MEU-DEUS-É-A-MÚISICA-DO-FANTÁSTICO.

Odiava isso. Em algum momento da vida passei a ver vídeos na internet, isso deve fazer uns 10 anos. Então conheci o Karnal, o Cortella, descobri uns vídeos “espetáculos” do Suassuna — gênio — , e, o que eu mais gosto: o Clóvis de Barros, aquele que diz que o guru é um bosta que nem você, mas vem de longe.

Esse dito cujo — outro gênio — fala muito sobre a alegria em fazer as coisas. Sempre repete que a gente não pode passar a vida esperando pelo final de semana e pelo “Happy Hour”; hora-feliz tem que ser toda hora. Logicamente, nem em Alice no País das Maravilhas se é feliz o tempo todo, nem o Chapeleiro Maluco (nem sempre é hora do chá).

Mas ele chama a atenção para que a nossa vida não seja um mar de esperas, apenas. Lembro bem, por exemplo, de quando cursava a primeira faculdade e pensava: quando eu me formar, vai ser DAORA!, como se fosse um divisor de águas.

Depois, quando eu comprar um carro, vai ser DAORA!, como se fosse outro divisor de outras águas. Mas aí comecei a perceber que nunca existiria esse tempo. Nem poderia. Se a gente vivesse confortável o tempo todo, onde estariam as possibilidades que surgem nos momentos de aperto?

E os aprendizados?

Clóvis está certo. A vida não pode se resumir a esperas; espera do diploma, espera do amor, espera do casamento, espera da casa, espera das férias. Isso não quer dizer que é para se estar com sorriso eterno no rosto, mesmo porque o personagem que está sempre sorrindo é o Coringa — e nem preciso dizer que ele é louco.

O que ele quer dizer é que tem que haver um equilíbrio entre valorizar o que se tem e ter ambições por coisas melhores — acho eu.

Hoje eu posso dizer que AMO o que faço. E que gosto de segundas-feiras. E mesmo sendo apaixonada por literatura, o Direito já me faz feliz, claro, às vezes me irrita também, mas acho que faz parte.

O feriado vem aí (escrevo em uma quarta-feira) e tenho várias coisas para fazer — todas envolvendo os meus trabalhos —, que são todas DAORA. Minhas chefas também, são DAORA. É isso. Consigo entender o que o meu guru — que não gosta dessa palavra — diz: “Não posso esperar amanhã para estar bem onde estou. Se não está bom assim, precisa mudar.”

No meu caso, a mudança já veio. Cheia de incertezas e medo para carambolas, mas veio. O importante é estar em movimento.

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Eloisa Capraro
a coluna

Há algum tempo tentando não ser uma sem-noção.