E nasceu o bezerrinho Natalino

Eloisa Capraro
a coluna
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3 min readJan 13, 2023

Existem algumas listas perdidas na internet de coisas que devem ser feitas/vistas na vida. Uma delas tinha como item “ver alguém nascer”, assim como também tinha “ver alguém morrer”.

Nunca vi nascer uma pessoa, mas às vésperas do Natal vi nascer um bezerrinho no pasto ao lado. Quando vi a vaquinha deitada e distante dos outros, pensei que ela estava doente, mas uns segundos olhando deu para perceber que a danadinha estava em trabalho de parto.

Logo, nasceu o “Natalino”, carinhosamente assim apelidado — por razões lógicas — pela minha amiga Wanda. Neste exato momento, enquanto escrevo a primeira Coluna do ano, Natalino está tomando sol com a mãezinha vaquinha.

Imagem via Pixabay

Esse assunto sobre gestação é quase sempre fofo — menos quando a minha avó pergunta se estou grávida por me achar gordinha.

Veja o fofo diálogo de Natal:

Elô, desse uma engordadinha, né? Esse vestido te deixa com cara de grávida. Já eu, emagreci nos últimos tempos.

Agora eu respondo:

Não acho que a vó emagreceu, para mim parece estar mais gordinha. Não é tão legal assim chamar os outros de gordinhos, né?

Ela retruca:

Pelo menos eu não pareço estar grávida.

Tréplica:

Pois eu acho que a vó parece estar grávida com esse vestido justo.

Foi então que a dona Salvelina, cunhada dela e que até então estava concentrada comendo, levantou a cabeça:

O que que a Bê disse?

Ah, dona Salvelina — lá vemmmmm o Marco véio — , a vó fica dizendo que eu pareço grávida.

Ah, é? E tu não está? Pensei que estava.

Pronto. Voltei para a academia. Não me entendam mal, mulher parecer grávida é a coisa mais linda do mundo, mas se ela realmente estiver. A mãe do bezerro Natalino pariu um bichinho enorme que fica pulando pelo pasto e nem por isso eu perguntaria se ela estava grávida/prenha antes disso.

Mas tudo bem. Vou me apegar às falas da Nona em que ela dizia que gente “gorda, pegajosa, vermelha” é mais bonita. Voltando ao bezerrinho, achei interessante que, assim que o parto acabou, as demais vaquinhas vieram junto fazer uma espécie de “vigília”.

A natureza é sensacional mesmo. Claro, quando ela está no seu modo natural, porque temos sido castigados por uns fenômenos velhacos, como diria Dom Quixote, por aqui.

Isso nos ensina muito, quando estamos dispostos a aprender. Caso contrário, tem o mesmo efeito dos meus livros não lidos na estante, aqueles que tenho um para cada gosto: como emagrecer; como viver; como enriquecer e blá blá blá.

É isso. No último ano fui muito indisciplinada para muita coisa. Mas vou resolver isso, já que comprei um livro chamado “Mude seus horários, mude sua vida”, ora, novo ano, velhos hábitos, porque não podemos mudar a nossa essência, cara pálida.

Beijo para quem é de beijo e abraço para quem é de abraço (essa fala não é minha, eu copiei da internet)!

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Eloisa Capraro
a coluna

Há algum tempo tentando não ser uma sem-noção.