O mundo não gira, capota.

Eloisa Capraro
a coluna
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3 min readApr 1, 2022

O mundo não gira, capota. Essa dever ser uma das frases mais usadas em legendas de fotos de rede social, frases de twitter, em rodas de amigos e por aí vai. É que ela é muito real mesmo.

Já perdi as contas de quantas vezes eu recebi cartão de crédito em casa, daqueles que a gente nunca pede. Todos vão para o lixo. Pois advinha? Preciso comprar uma geladeira e não tenho limite no roxinho. Algumas lojas, inclusive, chegam a parcelar em 30 vezes — olha, que maravilha! — , mas só cartões específicos.

Imagem via Pixabay

Uma dessas tem uma parceria com um banco que eu já recebi o cartão uma vez. Então pensei: ah, vou fazer o bichinho. Dois dias de rolo e tcharaaaaam: negado. Veio um e-mail dizendo que não foi autorizado e, de quebra, mandaram eu oferecer outra proposta daqui a alguns (06) meses — depois de ler as orientações sobre uma vida financeira saudável.

Oxe.

Se tem uma coisa que sempre fui na vida foi uma pessoa certinha com as contas. Tudo em dia, bonitinho. Aliás, nem faço contas. Sou meio que: não tenho dinheiro, não vou. Male male umas parcelas no cartão de crédito quando “me passo” nas comprinhas on-line. O que que tem, também? Só porque eu ia comprar um livro por 30 pila e, em um pequeno descontrole, comprei 8. Deu na mesma, porque aí eu parcelei em 08 vezes de R$ 29,00. Veja só, saiu até mais barato. Hahahaha.

Mas, voltando. Fui correndo baixar o aplicativo do Serasa. Será que fui negativada? Nada. Tudo zerado. O tal do score: excelente. É o quê? É, o mundo dá voltas mesmo. Quem eu desprezei ontem, hoje me despreza. Até deveria estar mais acostumada. Mas a rejeição sempre dói. Mesmo porque parece que o laranjinha foi feito para todo mundo, menos para mim. Outras coisas também.

A outra loja que fazia em 21 parcelas também condiciona o negócio a um banco específico. Maior trabalhão pedir o cartão. Resultado: nem terminei, limite de 250 pila é 10% do que eu preciso. E continua a saga da geladeira. Bom, posso pegar aqueles livros da estante, que deve ser um número mais ou menos de 8x100, empilhar e jogar um bocado de gelo dentro. Fica tipo uma caixa térmica, não?

Mas é engraçado mesmo. Tem gente que a gente amava, e hoje nem gosta. O contrário também acontece. Tudo bem que a gente muda. Lembra do meme? Tudo passa, tudo muda.

Deus me livre ser a mesma de ontem. Que fiquem os princípios, mas que eu seja mais flexível. Sério, se me acham chata, imagina há uns anos — eu nem gostava de cerveja.

Se bem que hoje eu gosto, mas me faz mal. O tempo não perdoa mesmo. E nem vou falar de cabelos brancos ou daqueles quilinhos que não querem ir embora.

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Eloisa Capraro
a coluna

Há algum tempo tentando não ser uma sem-noção.