Só espera, mas não só

Eloisa Capraro
a coluna
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3 min readMay 31, 2024

“Tenho certeza absoluta”. Espera. Antes de começarmos, vamos analisar essa expressão. Em algum momento alguém me disse que certeza absoluta é redundante, ou melhor, um pleonasmo, já que a certeza em si já é absoluta.

Mas com certeza — absoluta — eu prefiro falar assim:

Tem certeza?

— Sim, certeza absoluta.

Parece que dá muito mais ênfase, até importância. E vamos voltando para a outra certeza absoluta que eu tenho, que é de que você já ouviu de alguém que há hora certa para tudo.

Hoje eu comentei em fazer escondidinho de aipim com carne, mas fui corrigida:

Elô, não está em tempo de aipim.

Ainda ontem também comentamos por aqui que precisamos observar a época de podar as árvores. E sempre que a gente não espera — a gente paga. Se insiste em comer a fruta que não é da estação se paga mais caro — para não dizer que nos envenenamos com essas modificações genéticas.

Toda mãe ou todo pai ou toda avó — ou que seja pelo menos um deles — disse em algum momento que vai chegar a hora. Alguns dizem que é a hora de Deus. Independentemente se você crê em um ser superior ou não, a hora certa existe.

Às vezes, as oportunidades vêm, mas não estamos preparados. E é tão bom que as coisas aconteçam rápido, né, não? Eu detesto esperar. Ah, eu sei, descobri a lua, afinal, quem gosta de esperar? Ninguém, é claro. As pessoas só fazem o que precisa ser feito, pronto.

Mas não confunda as coisas. Não estou aqui dizendo que é para sentar e esperar, e menos ainda que tudo vai acontecer como a gente quer que seja. Mas que, sim, ao final as coisas se ajeitam. De um jeito ou de outro, não necessariamente o esperado, se ajeitam.

E isso pode ser para o bem ou para o mal (mal com “L”), porque a hora de todo mundo chega (tanto do bom quanto do mau com “U”).

Enquanto escrevo está tocando uma música do Nando Reis em que ele diz que não vai se adaptar — se eu não entendi errado. Deixa eu te dizer, Nando, que tu vai sim. Quem não se adapta sofre demais. Olha só, quem eu penso que sou para dar conselhos ao Nando? Ninguém. São só meros devaneios tolos, que nem estão a me torturar.

A dica do dia é que a gente tem que só esperar, mas não só. Esperar as coisas acontecerem enquanto a gente vai trabalhando, estudando, fazendo cada um o que sabe fazer. Se tudo já está sendo feito, então só falta aguardar. Mas jamais cruzar os dedinhos e sentar na posição da borboleta, isso aí só se for para treinar a respiração na aula de yoga — que, aliás, eu recomendo.

Beijo para quem é de beijo e abraço para quem é de abraço (sempre lembrando que isso não é invenção minha, copiei de algum lugar e nem sei de onde).

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Eloisa Capraro
a coluna

Há algum tempo tentando não ser uma sem-noção.