25 Ideias Poderosas Sobre a Arte de se Relacionar que Aprendi com Dominic Barter e a CNV
por André Camargo
Você não sabe o que é a CNV?
Não se preocupe: muita gente também não sabe.
Aliás, foi por isso que escolhi escrever sobre o tema. Acredito que quanto mais gente conhecer e praticar formas autênticas, não-violentas, de se relacionar, mais bacana vai ser viver neste mundo.
Porque — vamo combinar — tá foda.
(A propósito: CNV = Comunicação Não-Violenta)
Bora?
Ah, só mais uma coisa: não dá pra passar os olhos rapidão. Não vai fazer sentido. Você talvez precise ler com calma, parar e refletir. ;)
1. Saber se relacionar bem não significa ser bonzinho, “paz e amor” ou não falar palavrão.
Tem mais a ver com comunicar sua verdade, ser fiel a si mesmo e respeitar profundamente os sentimentos e necessidades da outra pessoa.
2. Conflitos são inevitáveis e até bem vindos.
Conflitos são portadores de verdades.
O objetivo, portanto, não é se livrar dos conflitos, mas aproveitá-los como oportunidades para gerar intimidade.
3. Comunicação é criação compartilhada de sentidos.
Uma das principais fontes de mal-entendidos é supor que a outra pessoa entendeu o que você quis dizer. E vice-versa.
4. A gente precisa se recordar, sempre, de que o outro é um desconhecido — em constante processo de mudança.
Portanto, é fundamental cultivar a prática de checar o que a outra pessoa nos ouviu dizer.
E, em contrapartida, verificar se o que ouvimos a pessoa dizer era efetivamente o que ela pretendia comunicar.
5. Comunicação autêntica envolve seres humanos em um esforço compartilhado de formular a verdade que precisa ser dita.
O diálogo é uma investigação conjunta, em equilíbrio de poder, sem saber de antemão onde vai dar.
6. Nos conflitos, o que nos amedronta não é a reação da outra pessoa.
É nossa própria incapacidade de lidar com a reação do outro.
7. Toda estrutura que não permite diálogo precisa ser modificada.
8. Empatia é um meio e não um fim.
A gente aprendeu a tolerar o intolerável — e ainda achar que a tolerância é uma coisa boa.
É o que querem que a gente pense.
Compreender empaticamente, e ficar por isso mesmo, apenas perpetua o problema ao torná-lo tolerável. Diante do que não serve à vida, é necessário ação. Vigorosa, se for o caso.
9. Qualquer coisa é melhor do que obedecer silenciosamente a algo que não serve à vida.
10. Devemos desconfiar de tudo que se apresenta como a única possibilidade.
E, ao contrário, usar o diálogo para criar, conjuntamente, formas de lidar com cada situação que levem em conta os sentimentos e necessidades dos envolvidos.
11. No momento em que eu vejo o outro como inimigo, eu confundi as coisas.
Manifestemos firme intolerância ao ato, mas tolerância incondicional à pessoa.
12. Preciso conhecer bem o que me desconecta da minha humanidade.
O que me desconecta da minha humanidade é tudo que me impede de compreender o impacto das minhas ações sobre as outras pessoas.
É o que me faz esquecer de como a gente se sente quando prejudica alguém.
E o que, eventualmente, me faz encontrar boas razões para me fechar, roubar, atirar.
13. Identificar quem errou é uma perda de tempo que atrasa a transformação.
Melhor parar de viver procurando o culpado.
14. A ideia de que não tenho tempo é uma excelente estratégia para nada mudar.
Tempo são escolhas que a gente faz.
15. Conselhos não solicitados são uma forma sutil de rejeição.
Ao contrário de oferecer uma escuta livre de expectativas e suportar estar com o outro em sua angústia.
16. Rótulos desumanizam.
Reduzir o outro a algum tipo de bicho (burro, vaca, verme), por exemplo, é o prenúncio de formas mais graves de violência.
Antes mesmo do Holocausto, os nazistas retratavam os judeus como ratos.
17. Violência é tudo o que viola a integridade do outro.
18. A escuta aberta e empática re-humaniza.
É maravilhoso testemunhar o poder de alguém que recuperou sua dignidade.
19. A CNV é uma ferramenta de transformação (de si e do mundo) pelo diálogo
20. Estamos há muito tempo de luto por nossas necessidades não atendidas.
Fomos ensinados, desde pequenos, a negligenciar nossas próprias necessidades, a fim de prestar atenção às demandas dos outros.
Uma das maiores fontes de conflito é esperar dos outros que atendam nossas necessidades não atendidas.
Precisamos cultivar compaixão por nós mesmos e pelos outros, por nossas necessidades não atendidas. E, ao mesmo tempo, compreender que não somos mais crianças.
21. A responsabilidade por atender às minhas necessidades é minha e somente minha.
E o caminho para atender às minhas necessidades é transformá-las em pedidos que o outro pode ou não atender.
É crucial compreender que a outra pessoa não é obrigada a satisfazer às nossas necessidades.
O outro é livre para agir como achar melhor.
22. A fim de compreender as necessidades de cada um, a cada momento, precisamos focar na essência do que é comunicado.
23. Identificar e nutrir o que está funcionando bem também é necessário — e profundamente transformador
24. A Comunicação Violenta leva à solidão e ao desespero.
Aprender a comunicar os próprios sentimentos e necessidades de modo firme e, ao mesmo tempo, empático, é o caminho para experimentar conexão genuína, sentido e profundidade.
25. A Não-Violência é um fazer.
E só se aprende a nadar na água.
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