Illusions, Salvador Dalí

Por propósito e além

Leo Pope
a Energia da Marca
Published in
4 min readMay 18, 2016

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Em um cenário de constante mudança na troca de energia entre empresas e a sociedade, no qual nem sempre acontece (ou existe) o consumo de algo físico ou pago e onde os canais envelhecem e mudam com frequência e velocidade, marcas precisam se reinventar para sobreviver. Ouvimos muito a palavra "inovação" nos últimos anos. E nossa observação constante nos mostra que podemos (de vez em quando) resgatar o velho e torná-lo novo, de novo, readaptando à nova realidade.

Nosso senso mais profundo é a mente, e é nela que estão as marcas. Ou pelo menos, a percepção delas. Através dos sentidos, elas impactam cada indivíduo de forma diferente. Mas apesar dessa diferenciação individual, a exploração do inconsciente, nos mostra que existem padrões universais que não mudam tanto assim. Mitos são tão antigos quanto a humanidade e nos cercam e servem como um mapa de rota para a realização. Este é um padrão. Outro padrão são os arquétipos.

Eles nos provém com possibilidades diferentes de comunicar histórias, ideias e pensamentos usando doze energias já existentes na mente humana. Também são o batimento cardíaco de marcas memoráveis e que até hoje se comunicam explorando estes tipos. Sabendo atingir e alinhar esta energia, a comunicação se torna mais próxima e direta com aquele que está lendo a história da marca.

Os doze arquétipos se dividem em quatro grupos distintos onde, em cada um dos grupos, três arquétipos dividem a mesma motivação, diferente dos outros nove. Estas motivações são: estabilidade e segurança; pertencimento e diversão; risco e destreza; e, independência e realização. Dentro de cada grupo, eles vão se diferenciar primeiro por lemas e desejos diferentes. Depois, vão se diferenciando ainda mais por suas partes luz e sombra, por suas vocações — em três níveis diferentes e evolutivos — , suas metas, seus medos, suas estratégias, suas virtudes e seus propósitos.

Atualmente, muito se fala em marcas com propósito, algo bastante relevante e, de certa forma, profundo. Mas há muito mais a se fazer, a se explorar e a comunicar, pois a descoberta de um propósito serve principalmente para que a marca o comunique para alguém externo sem muitas vezes cumprir isso internamente.

Mais do que nunca, é preciso olhar pra dentro.

Arquétipos devem ser descobertos e não formulados. Esta mágica acontece tanto de dentro pra fora quanto ao contrário, já que o processo natural da construção da personalidade acontece assim. Com o arquétipo interno, além do externo que é comunicado explicitamente, a marca tem a oportunidade de ir além porque se conhece e se percebe internamente — tornando-a mais forte e concisa. Eventualmente, essa percepção pode ser comunicada sutilmente, ampliando as forças da marca.

Com o tempo, um arquétipo oculto pode se revelar. Com conhecimento e com especialistas estudando o habitat e as relações da marca, ele pode ser descoberto também. Este arquétipo pode mudar eventualmente e é bastante influenciado por fatores externos.

Além disso, uma marca pode combinar arquétipos para se comunicar e trocar energia com a sociedade. Pode também usar arquétipos como força motriz para desenvolvimento de produto se fortalecendo ainda mais pelo seu portfolio. Outra forma de aplicar ou explorar esse conhecimento, é usar arquétipos de acordo com a agenda comercial da sua marca. Existe até a possibilidade de combinar mais de um arquétipo. Isso requer um pouco mais de conhecimento, claro, mas feito de forma correta, pode ampliar a comunicação da sua marca para outros níveis.

Arquétipos influenciam a consciência das pessoas, podendo ajudá-las a fazer escolhas mais sustentáveis e planetárias. Estamos falando de forças atemporais e universais, que expressam conceitos humanos básicos e fundamentais. Por serem reflexos de realidades e lutas internas, forças arquetípicas são tão duráveis.

Com a quantidade de informação se multiplicando com uma velocidade incrível, com a atenção cada vez mais disputada e tendo cada vez menos tempo para entregar a sua mensagem, a forma mais eficaz é tocar sua audiência com histórias que podem ser facilmente reconhecidas. Para fazer uma analogia, arquétipos são o software da psique.

Quer saber como usar esta ferramenta extremamente poderosa de comunicação? Você pode ver um exemplo neste post para entender melhor.

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