Desespero: não posso viver os prédios
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1 min readMar 14, 2016
O amor esbarra no concreto
Na paisagem cinza-escuro
O seu efeito é indireto
E um tanto obscuro
Então pergunto: e o correto,
Fica em qual lado do muro?
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Escuridão de vários sóis
Enebriante odor de estrume
De longe, os mesmos faróis
De algum modo vagalumes
Com todas suas luzes-anzóis
Que fazem sangrar chorume
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Que atraem e que rasgam
Almas dormentes da cidade
Pessoas que vivem e que matam
Com toda essa tranquilidade
Em casas de vidro que esmagam
(Espelhos da verdade)
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Reluzentes por mãos negras
Que a essa hora já se têm ido
Viver sob outras regras
Em algum lugar esquecido
Que mesmo pobre ainda se nega
A fazer parte deste cristal partido