Então tudo bem e não

Bia Madruga
a terceira margem
Published in
1 min readDec 2, 2016

Por mim tudo bem que a gente fique aqui ainda hoje, ainda por esses meses e mais algum tempo, eu aguento, eu aguento um tempo ainda de nós dois assim tão perto tão longe tão quase tão nunca, mas não muito.

Tudo bem que quando a gente se abrace seja tudo tão único tão sendo tão nosso, como se tivéssemos sido feitos para aquele abraço e aquele momento, únicos nossos únicos e nossos. Tudo bem, tão bem.

E tudo bem também que a gente saia tão nunca, converse mais lado a lado que de frente, que eu te olhe pouco nos olhos por vergonha de imaginar o que você vê pensando se o que você vê te agrada ou não eu acho que não.

Tudo bem esse desconforto todo que também é conforto.

Só não tudo bem que esperemos tanto mais, que os abraços sejam perfeitos e bons e se soltem com naturalidade, que você vá com naturalidade, que não nos vejamos tão sempre tão frequente como deveríamos. Deveríamos.

Não tudo bem que a gente finja não saber nossas certezas. Tão feio isso. Fingir não saber do que tem certeza.

Não tudo bem que sejamos assim ridículos, pois bem. Mais que feios.

Tudo bem esperar mais um pouco que não seja tanto e ter tudo de novo: abraço, conversa, desconforto e conforto. Nós outra vez.

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