Alice Carvalho, 23
a terceira margem
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1 min readOct 16, 2016

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seus olhinhos apertados tristes me encarando tatuaram sem cicatriz algum lugar dentro de mim. abre toda vez que eu penso naquilo que, nessa lacuna que, esse espaço entre nós que, minhas mãos atadas, tendo que calar, não podendo esmurrar, não podendo fazer nada. seus olhinhos apertados tristes, nunca antes vistos, eu espero que doam menos amanhã e assim sucessivamente. já é horário de verão, será que o tempo vai lhe curar mais rápido? eu sinto muito. eu sinto muito. eu sinto muito. e essa lacuna. e seus olhinhos apertados tristes. eu preferia que fosse em mim, os olhinhos apertados tristes, não tem como, não tem como: os meus sempre foram grandes demais.

Foto: Pedro Andrade

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