Vanessa Augusta
a terceira margem
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1 min readOct 11, 2016

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Um homem espelhado

Foto por: Rayane Mainara

O homem fita o horizonte, mas é o horizonte que o mira; que invade porta adentro e predomina o espaço de azul intenso em forma de mar. Boia um navio na imensidão do aquário, flutua o homem. Ele é água e é ar; é nuvem e é chão. O vento sopra a bandeira do Estado — de espírito. É verde, é azul, tem amarelo e branco. Suspensa, no mastro, grandiosa, acima dos coqueiros. Edifícios são coadjuvantes, não roubam a cena. Concretude só neles, o resto é imaginação fértil de menina com lentes pulsantes. Vê mais que a tela, mais que ela. Eterniza o delírio da igualdade dos mundos, que é de vidro. Naquele instante foi possível.

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