Palmas — Sistematizar é fortalecer os elos da nossa comunidade

ABA Agroecologia
ABA Agroecologia
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3 min readAug 20, 2017

Viver em comunidade marcou a atmosfera presente durante a Oficina de Sistematização de Experiências, acolhida pelo Núcleo de Estudos Unitas Agroecológica (ULBRA) em Palmas/TO, de 25 a 27 de abril de 2017. Vivenciamos momentos memoráveis, trajados de simbologia para a história não apenas da Unitas Agroecológica, mas também dos diversos parceiros e atores envolvidos. Participantes de vários cantos do Brasil, como Minas Gerais, Pará e Amazonas, além das pessoas de Tocantins, contribuíram para o fortalecimento do movimento agroecológico através dos encontros e reencontros possibilitados pela oficina.

Agricultores familiares, camponeses, extrativistas, ribeirinhos, assentados da reforma agrária, representantes de comunidades locais/tradicionais, estudantes, professores e técnicos, fazem parte de um mesmo processo: viver para e com a Agroecologia. A Profa. Conceição Previero, Coordenadora da Unitas, assegura que “A agroecologia não é somente plantar e colher. É resistência. Músicas, artesanatos, saberes, trocas, pessoas. Todo esse movimento é agroecologia”.

A sistematização foi um elo, momento impar para o grupo e seus parceiros se enxergarem melhor, avaliarem-se, (re)conhecerem suas histórias e socializá-las em comunidade. A metodologia utilizada pelo Projeto Sistematização dos Núcleos de Agroecologia garantiu a participação e formação de espaço de diálogo horizontal.

Antes da sistematização, a Unitas Agroecológica tinha a mina d`água, mas não sabia que já era um rio de informações, assim como também não conhecia bem seus afluentes. Sabia apenas que necessitava correr, levar a esperança por onde fosse desaguar. A reflexão sobre a história da agroecologia, feita pelo Prof. Romier Sousa, que traz a obra “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson, e a contextualiza com a trajetória da Agroecologia no Tocantins, fortaleceu no grupo um sentimento de pertencimento, de que fazem parte dessa caminhada mundial.

Momentos de partilha, relatos, prosas, café, histórias, músicas, poesias… Assim foram os dias vivenciados no Clube do Centro Universitário Luterano de Palmas, traduzidos na imersão de cores, sabores e fazeres. A memória afetiva de todo processo histórico percorrido pelo grupo, não apenas auxilia na organização ou “juntar os cacos”, como diz Elza Falkembach, mas também em renovar-se, inovar-se e ir além. Como relatou o agricultor e ex-ribeirinho do Reassentamento Flor da Serra em Porto Nacional, Ismael Gomes Boaventura, “a sistematização renasceu o sonho no coração do agricultor”.

E nessa construção coletiva da memória, escolhemos a agrobiodiversidade, que sustenta a permanência do povo no campo, nas águas e nas florestas, como eixo escolhido para representar as experiências que serão contadas no décimo Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA).

E como dizia a saudosa Cora Coralina, em seu poema o Cântico da Terra; “Plantemos a Roça”! As sementes já foram lançadas, se cultivarmos com perseverança a colheita será certa e próspera.

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