Fluxo
Samuel Mello
Pensando no dia de hoje, dos deslocamentos e atividades, dos horários e assinaturas, eu sempre chego à seguinte contestação: Pra quê isso?
Como é possível que eu tenha deixado tudo chegar nesse ponto? (Como se eu tivesse realmente controle sobre alguma coisa).
Os sonhos morreram. As aspirações tem que ser constantemente estimuladas por diversas outras atividades simplesmente porque não há mais a possibilidade de melhora “dentro de casa”.
O correto é punido, enquanto o incorreto é recompensado. E aleatoriamente, ainda por cima.
O que teremos amanhã? Ninguém sabe. Quanto é o cachê? Veja bem…
A garganta arranha. Noites sem dormir.
Doença.
“Que pena. Mas você vai trabalhar assim mesmo, né?”
Não pode parar.
O que estão fazendo?
Eu podia estar nesse trampo.
Tenho que estudar.
Queria um… Não, nunca mais!
Volto a estudar. A pensar no estudo. Nas contas a pagar. No teto a manter.
Continue.
Como não acordar às 5h da manhã? É por isso então seu peso. Compre meu produto.
Compre minha ideia.
Compre meu amor.
Nada significa nada, mas eu devo mentir.
“Vamos! Temos que ter esperança!”
Esperança é o pior dos sentimentos. Só nos resta ela quando não podemos fazer mais nada.
Enfim, o relógio despertou.
Vamos seguir a roda da “vida”
E torcer pra não tomar um tiro dentro da escola.
