Mens Sana in Corpore Sano

Daniel Santos

A Beleza do Som
A Beleza do Som
3 min readSep 18, 2023

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A frase “Mente sã, corpo são”, tão utilizada por profissionais da saúde e da Educação Física, é uma expressão que há muito vêm sendo usada para destacar a interconexão fundamental entre nossa saúde mental e física.

De origem na Roma Antiga, é frequentemente atribuída ao poeta romano Juvenal, que viveu durante o início do século II, e a teria usado em sua obra “Satires” (Sátiras). O autor teria formulado essa frase a partir dos ideais, defendidos por filósofos como Sócrates e Platão, ligados à disciplina, o autocontrole e a busca pela excelência física e mental como parte da resposta ao questionamento de quais deveriam ser os objetivos das pessoas em vida.

Porém, como estudante de música desde meados dos anos 1990, pouquíssimas vezes fui instruído a intercalar os longos momentos de estudo e prática de instrumento com alguma atividade relaxante, ou mesmo física.

Imadem de Jared Rice retirada do Unsplash

O ensino tradicional parte do pressuposto que todo aluno de música está de certa forma “atrasado”, e que, a dedicação exaustiva, exclusiva e — quase — psicopática é o meio para a transformação do indivíduo em um artista. Não quero aqui negar a importância de que para haver desenvolvimento artístico-musical, seja imprescindível um altíssimo grau de esforço, dedicação e constância, mas sim discutir a ideia de um desenvolvimento sustentável, que leve à saúde mental e física do indivíduo em consideração.

Com o amplo e frequente acesso às redes sociais, alunos e profissionais da música são constantemente bombardeados com uma massiva “produtividade alheia”. A todo momento alguém está iniciando um novo projeto musical, há um concurso acontecendo, alguém estreia um novo espetáculo, novos discos são lançados e gravados, pessoas estão publicando novos artigos ou livros, estudantes começam seus mestrados ou doutorados enquanto outros os terminam. Não há descanso, não há trégua, somente a cobrança interna e externa para uma ininterrupta produção.

Nesse contexto, descuidamos da saúde física, da alimentação, abandonamos bons hábitos e adquirimos outros, agora nocivos. Com o tempo, o corpo padece, a mente adoece e você continuará “atrasado”, pois essa foi e é a premissa.

Portanto, estude muito, pratique sempre, faça o mestrado e o doutorado que sonha, busque a bolsa de estudos na renomada instituição na Europa, mas viva. Adquira um bom hábito, melhore seu sono, busque alternativas saudáveis na sua alimentação, pratique aquela atividade física que lhe interessa por algumas horas na semana.

Dessa forma, quando for ensaiar, estudar ou praticar, seu corpo responderá melhor, suas sinapses serão favorecidas e, de certa forma, será ainda mais assertivo nas suas escolhas.

Cuidem-se, pois, tenho feito isso por aqui.

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