5 Razões para Assistir ‘He Is Psychometric’
Na verdade são 5 razões porque gostei desta série.
Esta crítica vai ser um pouco diferente das anteriores. Desta vez, em vez de discorrer sobre a história e as personagens, irei enumerar cinco motivos pelos quais eu adorei He Is Pshychometric e fique colada ao ecrã durante os 16 episódios da série.
Mas antes, deixem-me introduzi-lo.
He Is Psychometric é a combinação perfeita de romance e suspense. Sem deixar de focar no romance do casal principal, que se desenvolve à moda do Dramaland — cheio de avanços e recuos, com muita picardia, mas também muito sentimento e química entre os protagonistas — somos levados até ao passado tenebroso e dramático das personagens.
A história começa quando os protagonistas são adolescentes e, por isso, somos levados a crer que vai ser uma série leve, recheado de muito humor e pautada por alguns mistérios. Mas já desde as primeiras cenas que o lado mais sombrio do enredo espreita, alertando-nos para o tom que se faz seguir, porque de leve esta história não tem nada. Desde cadáveres, a cenas com sangue e navalhas e até ao retrato de abuso, esta série tem todos os elementos do género de suspense.
Sinopse
Lee Ahn (Jinyoung) desenvolve uma habilidade especial em criança depois de perder os seus pais num incêndio, um caso que ficou conhecido como Apartamento Yeongseong, onde dezenas de moradores morreram devido a fogo posto e três vítimas mortais foram encontradas esfaqueadas. Ele é salvo durante o incidente por Sung Mo, um rapaz calado e sério, que também perde a mãe no incêndio. Os dois tornam-se como irmãos e passam a viver juntos quando Sung Mo se torna procurador.
É no seu último ano de escola que Lee Ahn conhece Yoon Jae In (Shin Ye Eun). Apesar de começarem com o pé esquerdo, uma série de eventos (ou, melhor dizendo, uma investigação escolar improvisada) aproxima-os. Quando Jae In descobre que Ahn tem capacidades psicométricas e consegue ver as memórias de pessoas e objetos através do toque, ela debate se deve contar-lhe o seu maior segredo para que ele a possa ajudar.
Agora vamos aos motivos que me levaram, e vão levar outros, a ficar viciada neste drama:
1. História de um herói em construção
Quase toda a gente adora o cliché do rapaz que ganha poderes, mas não sabe o que fazer com eles, por isso treina durante uma carrada de dias a fios e de repente torna-se no herói que todos nós gostaríamos de ser, derrotando no fim o vilão. O que acontece a Lee Ahn é muito parecido a isso.
Ele tem um dom, que às vezes mais parece uma maldição: consegue visualizar os segredos das pessoas através do contacto físico. Com isso, descobre algumas coisas bastantes desagradáveis, porque os seres humanos são longe de ser perfeitos e ele consegue, ao contrário do resto das pessoas, distinguir um psicopata de um pai exemplar independentemente da aparência do sujeito.
Ahn evita estar no meio de multidões e tocar em objetos públicos. Ele leva as suas habilidades quase que na brincadeira e, por isso, apenas consegue ver fragmentos de cenas quando realiza psicometria. Jae In incentiva-o a treinar e torna-se numa espécie de tutora a pedido do seu irmão, porque a habilidade de Lee Ahn aumenta quando está perto dela e porque os sentimentos que nutre por ela desde a adolescência fazem-no querer impressioná-la.
Ao longo da história, a psicometria de Lee Ahn revela-se útil várias vezes. Ao princípio, ele apenas ajuda Jae In a resolver pequeno casos, como descobrir quem riscou um carro estacionado num parque ou quem colocou o livro na mala de uma rapariga na biblioteca, já que ela é uma polícia novata que quer entrar na unidade de crimes.
Mas mais tarde, ele torna-se numa peça-chave para desvendar a investigação que Sung Mo, o seu irmão, e a detetive Eun Ji Soo, amiga de infância deles, levam a cabo, relativa a um incêndio no hospital com contornos muito idênticos ao do caso do Apartamento Yeongseong.
2. Uma personagem Anti-herói
Sung Mo comete alguns atos moralmente questionáveis, mas ainda assim conquista a nossa simpatia e apoio até ao fim. Ele faz-nos questionar a certa altura de que lado está — a linha entre herói e vilão torna-se, então, demasiado ténue. Foi a minha personagem favorita do drama. Uma personagem fria, apática, misteriosa e contudo, profundamente carismática, que esconde um grande segredo. (Eu bem tentei adivinhar o que era, mas a revelação foi completamente surpreendente. Preparem-se para formular montes de teorias e verem-se frustrados…)
O ator Kim Kwon faz um trabalho muito bom a representar uma pessoa que aparenta não ter emoções, a única pessoa que Ahn não consegue ler. Suspeita-se a certo ponto que ele tem alexitimia — uma doença que condiciona o reconhecimento e a expressão de sentimentos. Sung Mo tem dificuldades em interagir com os outros e em demonstrar emoções, tanto que Ahn e Ji Soo costumam gozar com as suas tentativas falhadas em fazer piadas.
Mas há algo que mais que não bate certo na personalidade de Sung Mo. Às vezes, parece que ele tem um lado oculto, um lado sombrio que nos faz desconfiar dele. Ele está sempre um passo à frente em relação às outras personagens e as suas motivações não são claras. O que levanta mais suspeitas é a sua conexão com o psicopata da história, uma personagem que aparece mais tarde e é quase como um fantasma que segue de perto os movimentos de Sung Mo.
Para mim, o que ficou claro desta personagem desde o início, pelas pistas que vão sendo dadas e pelos flashbacks mostrados, é que Sung Mo tem um passado muito dramático que lhe deixou cicatrizes profundas.
3. Desencontros amorosos
Os protagonistas Lee Ahn e Yoon Jae In formam o casal principal, e devo dizer que somos presenteados com momentos muito fofos entre os dois. Apesar de serem tão diferentes, percebem melhor que ninguém a dor um do outro. Jae In também foi afetada pelo incidente de Yeongseong: o pai dela foi considerado culpado, apesar de nessa noite fatídica ele andar a fixar panfletos pelo prédio para a prevenção contraincêndios. Jae In nunca aceitou a condenação do pai e tem esperanças que Lee Ahn a ajude a provar isso.
A questão que se impõe no relacionamento dos dois é: como será que Lee Ahn vai reagir quando descobrir que o pai de Jae In é o responsável pela morte dos pais dele? E como será que Jae In se sentirá quando mais alguém se afastar dela por causa do crime do pai?
Sung Mo conhece desde o princípio o passado de Jae In. Tudo leva a crer que ele nutre uma paixão secreta por Jae In, no entanto não causa obstáculos à aproximação entre ela e o irmão, pelo contrário até incentiva a aproximação dos dois.
Já Eun Ji Soo, uma amiga de infância dos dois irmãos, não é tão boa a esconder os seus sentimentos por Sung Mo. Está escrito na testa dela, como refere o próprio Lee Ahn. E ela está determinada a desvendar os segredos dele e a quebrar finalmente a barreira que ele levanta contra todos.
Lee Dae Bong e Kim So Hyun são outro casal, que não está ligado ao enredo principal, mas que promete arrancar muitos suspiros. Melhores amigos dos nossos protagonistas, conhecem-se em adolescentes. Dae Bong tem uma paixoneta série pela rapariga popular da escola, So Hyun. Infelizmente, ele perde a oportunidade de se confessar quando ela engravida.
Quando eles se reencontram, ela faz questão de deixar claro que não há qualquer hipótese entre os dois e é impossível não ficarmos tristes por Dae Bong, porque ele realmente a ama (e eu devo dizer que já não se fazem homens como ele hoje em dia). Mas com o tempo, Soo Hyun vai percebendo que Dae Bong faz falta na vida dela e da filha. É um romance leve que se desenvolve de maneira muito bonita, contrastando com as emoções fortes e dramáticas que envolvem o resto da história.
4. Um thriller criminal com reviravoltas que bastem
A razão pela qual He Is Psychometric me arrematou, roubando todos os meus serões à noite e fazendo com que fosse mais tarde para a cama, porque não conseguia descolar os olhos da tela do computador, prende-se principalmente a vibe de thriller criminal que eu não esperava de todo quando vi o trailer do drama.
Este é aquele tipo de dramas que nos faz formular dezenas de teorias a cada nova pista para depois nos surpreender no fim, como já mencionei anteriormente.
O drama consegue equilibrar o romance, a comédia (que não abunda, mas também tem o seu lugar) e o suspense de forma harmoniosa. Mesmo nos episódios mais intensos, onde descobríamos as revelações mais chocantes e éramos bombardeados com reviravoltas, havia momentos de bonança entre as personagens, nos quais elas se confortavam e partilhavam sentimentos.
A dualidade de Lee Ahn é o melhor exemplo deste equilíbrio. Ele é uma personagem muito espirituosa e descontraída, está sempre a fazer piadas e parece não levar nada a sério, mas mais tarde temos cenas em que ele chora e grita de dor, mostrando um outro lado que é trazido à superfície pelas descobertas trágicas.
5. Bromance
Voltando para terrenos mais arenosos, não nos podemos esquecer do bromance entre Lee Ahn e Sung Mo. Para aqueles que não estão tão acostumados com o termo, Bromance é uma expressão em língua inglesa (brother + romance = amor de irmãos) utilizada para designar um relacionamento íntimo, não-sexual e romântico, entre dois (ou mais) homens.
Há muitos fãs deste tipo de relacionamento entre homens. Talvez porque na sociedade Ocidental não seja muito comum ver-se homens heterossexuais a demonstrarem afeto uns pelos outros.
Eu própria achei graça às interações entre Lee Ahn e Sung Mo. Eles eram tão próximos um do outro que não tinham quaisquer constrangimentos em abraçar-se em público ou em fazer outros brincadeiras de irmãos, chegando a ser confundidos pelos vizinhos por um casal de gays. Definitivamente um dos meus casais de irmãos favoritos.
E é isto. Já disse todas as razões por que devem ver He Is Psychometric. É uma série que surpreende e que vicia em questão de alguns episódios. Podem assisti-la em plataformas como o Viki e o Dramasubs. Deixo o trailer em baixo.
Se gostaram, deixem feedback :)