BRASA: quem disse que só sobraram cinzas?

direto da fogueira direcionada onde o sagrado e o profano queimam, para a cama onde são amantes.

“burn burn burn”, enquanto somos brasa, antes que viremos cinzas.

“As únicas pessoas para mim são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para se salvar, desejosos de tudo ao mesmo tempo, os que nunca bocejam ou dizem uma coisa banal, mas queimam, queimam, queimam como fabulosas velas romanas amarelas explodindo como aranhas nas estrelas.”
―Jack Kerouac, Na Estrada

as limitações dos nossos semelhantes não nos impedem de ir mais fundo.

nenhuma polêmica carrega nos bolsos poder suficiente para nos barrar.

não é a reprovação e o cancelamento conservador que irá nos manter na nossa zona de conforto na hora do confronto.

não é o discurso moralista hipócrita que irá apagar nosso fogo no rabo.

então vamos aceitar o calor, atiçar as chamas e jogar na mesma fogueira tudo o que temos de mais santo e pecaminoso, tudo o que cultuamos e escondemos, tudo o que nos eleva e nos derruba. na medida certa, encontramos o equilíbrio, e quem tá com a gente quer chegar lá.

porque o nosso objetivo é vasculhar tudo o que nos une e o que nos separa, arder em harmonia e chegar à completa união

pra quem sente que tem algo ardendo lá dentro, mas, por alguma razão, acredita que a sua chama já apagou, saiba que pode ser uma brasa.