Crítica: Dark — Primeira Temporada

Dark consegue abordar a viagem no tempo de modo provocativo e excepcional e tem tudo para ser um novo fenômeno.

Andressa Mendes
Acabou em Pizza
3 min readJan 23, 2018

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A nova aposta da Netflix, Dark, estreou no dia 1 de dezembro de 2017, conquistando corações ao redor do mundo. Criada por Baran bo Odar e Jantje Friese e produzida pela Netflix, a série se torna a primeira produção alemã do canal de streaming.

Dark explora a viagem do tempo em três momentos: no ano de 1953, 1986 e 2019, teorizando a física e os conceitos de Albert Einstein juntamente com as consequências da escolha. Contudo a pergunta de quem assiste a série pela primeira vez é se verá uma nova Stranger Things. De fato, o início parece que se caminha para isso, desvendando também o desaparecimento com ajuda de um grupo de jovens. Porém, essa impressão é logo apagada já no fim do primeiro episódio, entitulado “Segredos”.

Na cidade de Widen na Alemanha, em 2019, o desaparecimento do jovem Erik Oberdorf gera inquietação na sociedade, ao mesmo tempo em que Michael Kahnwald, interpretado por Sebastian Rudolph, suicida-se deixando uma estranha carta que revela um segredo. A partir daí, coisas estranhas começam a ocorrer na cidade.

Com um ótimo roteiro, a série consegue passar profundidade nas relações pessoais: a trama cerca a vida de famílias, seus segredos, traições e suas dores mais profundas. O elenco conta com atores alemães como Louis Hofmann, que interpreta Jonas Kahnwald e faz uma performance admirável, passando a sensação da dor ao perder o pai como a aflição de descobrir a real verdade sobre sua família. Outros atores que componham o grupo de jovens, Lisa Vicari (Martha Nielsen), Paul Lux (Bartosz Tiedemann), Gina Stiebitz (Franziska Doppler) e Moritz Jahn (Magnus Nielsen) fazem uma bela atuação. Outro destaque, que vale ressaltar, é o ator Oliver Masucci (Ulrich Nielsen) e da atriz Charlotte Doppler (Karoline Eichhorn), ambos integrantes da polícia mas que mostram uma sensação de incerteza e empenho que fazem o público torcer pelo sucesso da investigação. Todas as atuações são extraordinárias, os diferentes problemas vividos por cada membro da série são expostos brilhantemente pelas expressões faciais.

Gina Stiebitz (Franziska Doppler), Louis Hofmann (Jonas Kahnwald ), Paul Lux (Bartosz Tiedemann), Lisa Vicari (Martha Nielsen) e Moritz Jahn (Magnus Nielsen).

A cidade de Widen é cercada por uma floresta que oferece um ar de suspense em todos os episódios e se conecta perfeitamente com a trilha sonora. Canções originais criadas pelo compositor Ben Frost, além de músicas de bandas famosas, como Tears For Fears, I Ran e Fever Ray, imprimem profundidade às cenas através das letras.

Dark consegue abordar a viagem no tempo de modo provocativo e excepcional: passado, futuro e presente estão todos interligados em um só laço temporal. A segunda temporada foi confirmada pela Netflix e deve estrear no final de 2018.

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