Crítica — Halloween (2018)

O novo hit da produtora Blumhouse é uma sequência direta do primeiro filme da franquia, lançado em 1978.

Cainan Silva
Acabou em Pizza
3 min readOct 24, 2018

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Foto: Reprodução

Quarante anos depois do filme original do diretor John Carpenter, Laurie Stroode (Jamie Lee Curtis) volta a enfrentar seu maior pesadelo: Michael Myers. Desde o início da franquia em 1978, muitas sequências foram feitas, sendo a maioria delas rechaçadas pela crítica e pelos fãs. Para dar continuidade de forma digna ao clássico do terror, foram chamados novamente Carpenter, que dessa vez ficou responsável apenas pela composição da trilha sonora, e Jamie, para o seu icônico papel.

O diretor David Gordon Green, embora tenha desconsiderado todos as sequências depois do original, revelou que haveriam inúmeros easter eggs como forma de homenagear os outros longas. Muitos dos elementos que fizeram o Halloween de 78 ser tão adorado estão presentes aqui, como a trilha sonora e fotografia que são essenciais para criar a atmosfera de suspense aterrorizante tão marcante de Carpenter.

Foto: Divulgação

Presenteando os fãs com diversas referências ao passado, o filme — felizmente — não se prende a ele. Vemos aqui uma Laurie Strode envelhecida e traumatizada pelas consequências do fatídico encontro com Myers tantos anos atrás. Além de afetá-la diretamente, ainda lhe causou danos emocionais e afastamento de sua filha e neta Karen e Allyson, interpretadas, respectivamente por Judy Greer e Andi Matichak.

Allyson, a neta de Laurie, junto de seus amigos, dão o tom slasher característico de filmes como esse, já que Michael começa a caçá-los na noite de Halloween. Os amigos dela, no entanto, não convencem ou cativam, fazendo com que se tornem descartáveis no filme ao não acrescentarem algo à história.

Foto: Divulgação

Todos os elementos do filme, incluindo um ótimo plot twist, vão preparando o espectador para o tão aguardado acerto de contas entre Laurie e Mike. Diferentemente do primeiro filme, agora ela está pronta e o aguarda. Passou todo esse tempo planejando como iria ser enfrentá-lo. Em certos momentos temos a impressão de que é ela quem está caçando o vilão, e não o contrário. Isso muito se deve a atuação brilhante de Jamie Lee Curtis, que consegue transmitir o misto entre medo e sede de vingança da sua personagem.

Halloween (2018) é um dos melhores filmes de terror do ano e não me surpreenderia se resolvessem retomar a franquia a partir daqui. Apesar de alguns personagens e momentos que não agregam muito a obra como um todo, o longa consegue se manter assustador e envolvente ao longo de suas quase duas horas.

TRAILER DO FILME

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Cainan Silva
Acabou em Pizza

Há muito tempo eu já sabia que nem tudo é céu azul, que há também melancolia na vida de cada um