Crítica — O Menino Que Queria Ser Rei

Inspirado na mitologia do Rei Arthur, o longa de roteiro fraco é feito apenas para o público infantil

Andressa Mendes
Acabou em Pizza
3 min readJan 20, 2019

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Reprodução: Divulgação

Inspirado na história do Rei Arthur, O Menino Que Queria Ser Rei, surge com uma adaptação mais fantasiosa e infantil no cinema. Logo no íncio da história, somos apresentados ao jovem Alex (Louis Ashbourne Serkis), que mora com sua mãe e sofre bullying na escola junto de seu colega, Bedders (Dean Chaumoo). Sua vida muda quando ele acha a espada Excalibur presa em uma pedra de construção, e ao libertará ele atrai forças malignas. Com a ajuda do mago Merlin (Aguns Imrie na versão jovem e Patrick Stewart na mais velha) e os Cavaleiros da Távola Redonda, Alex e seus amigos partem em uma aventura para derrotar a feiticeira Morgana (Rebecca Ferguson), que deseja o poder da espada para si mesma.

Com uma nova roupagem do Rei Arthur, desta vez as crianças entram em cena, usufruindo das tecnologias presentes. Você pode até se enganar ao olhar o trailer, mas a abordagem linguística e narrativa do filme deixa claro que o público infantil é o alvo. O longa não apresenta nenhuma novidade. Não tente procurar respostas para os furos no roteiro, pois elas não irão responder. As referências usadas que remetem a cultura pop não funcionam, e não é criada nenhuma empatia com os personagens, visto que foram escritos superficialmente.

Mas no quesito infantil, basta. A narrativa segue a mesma trajetória, onde o mundo está dividido outra vez entre as luzes e as trevas e um Rei precisa salvar a humanidade. Ao decorrer da história, Alex e Bedders se juntam com seus inimigos da escola e tornam-se aliados, e juntos, passam por várias situações perigosas em busca da vitória.

Reprodução: Divulgação

Os cenários são explorados de maneira correta, pelo menos quando o grupo parte para a jornada, montanhas, colinas e rios. O CGI é necessário e não chega a incomodar tanto. O elenco juvenil é o grande destaque, mesmo com pouca experiência, o diretor conseguiu arrancar o carisma de cada um, apesar dos personagens fracos. É isso que mais espanta: o talento interpretativo que o roteiro desperdiçou. Patrick Stewart, no pele do mago mais velho, é composto por frases prontas, sem nenhuma capacidade de expressão. Já a vilã Morgana, interpretada por Rebecca Ferguson, é um desperdício completo de maquiagem, com apenas três cenas e poucos minutos de aparição, ela é uma personagem extremamente superficial e sem camadas, servindo apenas para “tentar” fazer o mal.

Adaptado várias vezes, a lenda do Rei Arthur parece nunca ficar cansativa para os produtores. O Menino Que Queria Ser Rei tenta uma nova abordagem centrado para um público específico deixando a imaginação fluir.

Trailer do Filme

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