Crítica — O Retorno de Mary Poppins

Com toque de nostalgia, a nova sequência da babá praticamente perfeita em tudo, encanta por nos lembrar como é importante ser criança

Andressa Mendes
Acabou em Pizza
4 min readDec 21, 2018

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Reprodução: Divulgação

Depois de 54 anos, Mary Poppins está de volta. A famosa babá, vivida maravilhosamente por Julie Andrews em 1964, se tornou um clássico ganhador de cinco Oscars, incluindo melhores efeitos visuais melhor atriz. Certamente até hoje as canções encantam corações. Desta forma, o novo filme não é um remake, como outros tantos, mas uma sequência. Uma bela homenagem ao seu antecessor, cheio de magia.

O longa se passa em 1934 e tem como cenário a Grande Depressão que assolou Londres. Acompanhamos as crianças do original, Michael e Jane Banks (Ben Whishaw e Emily Mortimer), que passam por dificuldades, em particular Michael e sua vida após a morte da esposa e com três filhos: John (Nathanael Saleh), Anabel (Pixie Davies) e Georgie (Joel Dawson). Ele está preste a perder a casa de sua família devido a um empréstimo feito no banco.

O mais curioso é que agora, Mary Poppins (Emily Blunt)não é chamada por meio de um anúncio de babá. Ela aparece quando sente a necessidade por ajuda, com intuito de trazer de volta a infância perdida das crianças. Porém não pense que a babá “praticamente perfeita em tudo” retorna apenas para celebrar o espírito infantil. Ela também chega para ajudar seus antigos amigos, Jane e Michael, já que ambos precisam de apoio para guiar suas vidas. Mary Poppins traz consigo uma nova esperança.

Dirigido por Rob Marshall (Chicago), desde o começo do projeto ele fez questão que Emily interpretasse a protagonista. Ele já havia trabalhado com ela em Caminhos da Floresta, de 2015, e disse que não imaginaria o filme sem a atriz. Um acerto, de fato. Emily invoca o espírito de Julie no primeiro filme, uma atuação perfeita, digna de uma lenda. O par de Mary, chamado Jack (Lin-Manuel Miranda), traz leveza e sinfonia quando contracenam juntos. Ao mesmo tempo, Lin-Manuel consegue desenvolver sua personalidade, sem repetir o papel feito por Dick Van Dyke como Bert, em 1964. Falando em Bert, o ator voltou para a continuação como Sr. Dawes Jr, dono do banco. Bela nostalgia, já que o ator, aos 92 anos, ainda dá um show cantando e dançando em cima de uma mesa. Além disso, o elenco conta com Colin Firth como Wilkins, um banqueiro movido a ganância, e a renomada atriz Meryl Streep como prima de Mary Poppins, um papel pequeno, mas capaz de encantar somente com sua presença.

Mary Poppins (Emily Blunt) dançando. / Reprodução: Divulgação
O ator Dick Van Dyke que viveu Bert no primeiro filme em 1964, agora vive o banqueiro Sr. Dawes Jr. / Reprodução: Divulgação

A Trilha Sonora composta por Marc Shaiman e Scott Wittman é deslumbrante do mesmo modo que a primeira, transpondo uma sensação lúdica. Outro ponto positivo são as cenas de danças coreografadas pelo próprio Rob Marshall, que cativam assim como o cenário de Londres. Bem como o filme de 1964, a capital londrina foi produzida com cores azuladas. Nesse, a velha Londres retorna com seu antigo visual, mas, para o desagrado da escritora P.L. Travers, criadora de babá, o vermelho aparece. Como retrato em “Walt Nos Bastidores de Mary Poppins, 2013”, Travers não queria essa cor de maneira nenhuma.

O Retorno de Mary Poppins não conta com ilustre presença de Julie Andrews, visto que a própria atriz disse que o momento era de Emily. Ela acertou. Uma antiga nova babá traz de volta a magia com um toque puro de nostalgia e nos faz lembrar de como é bom ser criança outra vez. Faço as palavras de Mary as minhas — praticamente perfeito em tudo.

Sugestão de Filme: Veja o longa “Walt Nos Bastidores de Mary Poppins, 2013”. Conta a história da escritora P.L. Travers, assim como o desafio que foi a produção do filme de 1964. Uma ótima narrativa capaz de fazer enxergar além do que Mary representa para o público, mas também para a estimada autora.

Trailer do Filme

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