Crítica — On My Block

Amizade, caça ao tesouro e representatividade na nova série da Netflix

Em um de seus mais recentes lançamentos, a plataforma de streaming Netflix volta a apostar em uma série direcionada ao público teen como na também recente Everything Sucks. A semelhança entre as duas não vai muito além disso, afinal On My Block se passa nos dias atuais e por isso também trata de questões mais atuais. A série criada por Lauren Iungerich acompanha quatro amigos que vivem em um bairro marginalizado de Los Angeles e que estão prestes a entrar no ensino médio. On My Block aborda assuntos polêmicos, como brigas de gangues, porte de armas e problemas familiares, mas de uma forma que o seu público alvo possa se identificar e sem também perder o humor. Mostrando uma perspectiva que não estamos acostumados a ver em séries adolescentes, o seu diferencial é justamente seus protagonistas, que são latinos e negros que possuem identidades bem construídas e uma cultura própria.

Ao longo de seus 10 episódios a palavra usada mais vezes pelos personagens é: família. E não a família tradicional, aquela com a qual convivemos desde o nascimento, mas a família que vamos formando durante a vida por nossas escolhas e afinidades. Esse é um dos pontos chave da trama, afinal, as escolhas de cada um acabam por refletir diretamente no resto do grupo. É estrelada pelos jovens atores Jason Genao, Sierra Capri, Brett Gray e Diego Tinoco, que apesar de desempenharem bem seus papéis, com a exceção de Jason e Brett, suas atuações não são excelentes ou algo que possa ser destacado como um ponto forte da série. O desenvolvimento dos personagens e da história, que inclui uma mirabolante caça ao tesouro protagonizada por um dos personagens, assim como a trilha sonora são os motivos para te manter instigado até o final que deixa possíveis ganchos para uma segunda temporada e um grande desejo de que isso aconteça.