Top 5 — Filmes de Quentin Tarantino

Quais são os cinco melhores filmes de um dos principais diretores do cinema americano?

Cainan Silva
Acabou em Pizza
4 min readSep 20, 2018

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5 — Bastardos Inglórios (2009)

Reprodução: Letterboxd

Inserir uma narrativa em um contexto histórico tão marcante quanto à Alemanha nazista foi um movimento arriscado de Tarantino, que deu certo e voltaria a funcionar em Django Livre, que acontece durante a escravidão nos Estados Unidos.

O longa se trata de duas narrativas distintas de personagens com o mesmo propósito: matar Hitler. Em certo momento essas narrativas acabam por convergir. Os diálogos e personagens cativantes são os responsáveis por fazer com que o filme não se torne um clichê, mesmo se tratando de um tema já utilizado diversas outras vezes no cinema.

Bastardos Inglórios é o filme de maior bilheteria do diretor e, embora, não seja o seu melhor, é uma experiência muito satisfatória e traz atuações consistentes de grandes nomes como Brad Pitt e Michael Fassbender.

4 — Kill Bill Vol. 2 (2004)

Reprodução: Pinterest

Contrastando frontalmente com o primeiro volume, a segunda parte de Kill Bill traz menos cenas de violência e investe mais em trabalhar a história dos personagens, com diálogos mais longos. A personagem principal é mais humanizada. Inclusive, é nesse volume que é revelado seu real nome.

A cena inicial do filme é esteticamente primorosa: a protagonista dirigindo um conversível em preto e branco numa referência clássica ao estilo noir é substituído pelo clima de faroeste num dos flashbacks do longa. Esse recorte de vários estilos em um único filme nesse momento da carreira de Tarantino já é marca registrada. É impossível assistirmos a um filme dele e não saber quem o dirigiu.

Se na primeira parte a homenagem nas coreografias de luta eram aos filmes de artes marciais, aqui ela é voltada aos filmes de cowboy, com bastante uso de armas e uma ambientação mais desértica.

Todas essas mudanças comprovam o quão importante foi dividir o longo épico em duas partes, tornando a experiência do espectador muito melhor.

3 — Django Livre (2012)

Reprodução: Nos Bastidores

Um elenco brilhante em um faroeste na época da escravidão. O que pode soar estranho vira genial nas mãos do aqui aclamado diretor. O tema, já trabalhado por ele em diversos momentos da carreira, é a vingança.

No longa de quase três horas, conhecemos a história de Django (Jamie Foxx) que busca resgatar sua amada, que trabalha na casa de Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). O verdadeiro destaque, no entanto, é o gigante do cinema Samuel L. Jackson, que em sua quinta parceria com Tarantino entrega um escudeiro do dono da casa cheio de trejeitos e nuances que são representados brilhantemente pelo ator.

Muitas reviravoltas e uma trilha sonora no mesmo nível altíssimo de outras produções de Quentin ajudam a construir o filme que mesmo sendo do gênero faroeste, reproduzido tantas vezes, não perde a originalidade. Inclusive, o próprio título do longa é inspirado por outro de similar ambientação, Django (1966). O ator que protagoniza o filme de 66, Franco Nero, faz uma aparição também em Django Livre.

2 — Pulp Fiction (1994)

Reprodução: Medium

Junto de Kill Bill, Pulp Fiction é um dos filmes mais conhecidos e que mais influências tiveram na cultura pop posteriormente aos seus lançamentos. Inovador e irreverente, o longa não se preocupa tanto com a cronologia, mas investe todas as suas fichas em diálogos extremamente bem construídos e que revelam muito dos personagens.

Responsável por trazer de volta ao ator John Travolta à aclamação do público e da crítica, o filme foi um enorme sucesso e rendeu muitas indicações ao Oscar. Uma das que venceu, merecidamente, foi a de roteiro, afinal o filme desenvolve três distintas histórias até o momento em que elas se entrelaçam.

A trilha sonora é fator importante e gera também uma das cenas mais memoráveis a história do cinema: a da dança entre Vincent Vega (John Travolta) e Mia Wallace (Uma Thurman). Diferente de outros filmes que hoje são considerados cult, Pulp Fiction foi devidamente apreciado na época em que fora lançado e ajudou a firmar o nome de Tarantino como um dos grandes diretores atuais.

1 — Kill Bill Vol. 1 (2003)

Reprodução: Puro Pop

O primeiro dos dois volumes da sangrenta e marcante saga criada por Tarantino é marcado por várias referências a cultura pop e a grandes filmes que vieram antes.

O objetivo da protagonista, vivida por Uma Thurman, é um: matar o Bill, como indica o nome do filme. No entanto, Tarantino cria uma história tão repleta de detalhes e constrói personagens interessantíssimos fazendo com que todo o enredo torne-se uma saga épica.

Com forte influência dos clássicos filmes de artes maciais, as cenas de ação do filme são um espetáculo à parte. Muito sangue e membros sendo decepados numa sequência em preto e branco. Icônico.

As boas atuações sustentam os personagens que em diversos momentos flertam com o caricato. Um filme realmente memorável, talvez o maior de todas as grandes obras de Quentin.

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Cainan Silva
Acabou em Pizza

Há muito tempo eu já sabia que nem tudo é céu azul, que há também melancolia na vida de cada um