Como ensinar cores para pessoas com deficiência visual?
Entender a natureza da deficiência visual e seguir estratégias que usem outros sentidos além da visão são os principais passos.
Com base no que aprendi no curso Educação Inclusiva e Educação Especial: Fundamentos Legais e Conceituais (UFSCar), resumo como ensinar cores a pessoas com deficiência visual.
Para ensinar cores a pessoas com deficiência visual, primeiro devemos entender a natureza da deficiência. Depois, seguir estratégias que usem outros sentidos para além da visão.
Em primeiro lugar, devemos compreender qual a deficiência visual de cada pessoa:
- Totalmente cega ou com baixa visão?
- Consegue distinguir entre claro e escuro?
- Se é cega, é de nascença ou adquiriu a cegueira?
A partir dessas respostas, conseguimos planejar as melhores estratégias. Se a
cegueira tiver sido adquirida, memórias visuais podem ajudar a trabalhar os conceitos das cores. Se há distinção entre claro e escuro, também é mais fácil trabalhar com distinções como preto e branco.
Isso feito, podemos planejar estratégias usando tato, olfato, paladar, audição e
emoções. Aqui, adapto as dicas do artigo Como descrever cores para uma pessoa cega, disponível no WikiHow.
- Tato: podemos pedir para os estudantes tocarem coisas de diferentes cores, por exemplo, o calor do fogo com o vermelho, a água com o azul, as folhas com o verde.
- Olfato e paladar: a pimenta vermelha picante, o mar azul salgado, o sabor
de verduras e vegetais verdes. - Audição, podemos associar a atenção e alerta despertados pelas sirenes
com o vermelho, o som da água passando com o azul, o som de folhas
balançando com o verde.
Além dos exercícios com os demais sentidos para além da visão, também
podemos trabalhar com associações emocionais. Quanto às três cores que tomamos como exemplo — vermelho, azul e verde — teríamos algo mais ou menos como segue.
- Vermelho: associado a raiva, agressão, força física e excitação sexual.
- Azul: relacionado a inteligência, frescor, calma, serenidade, lógica.
- Verde: ligado ao equilíbrio, revitalização, harmonia, ciência do ambiente ao redor, paz.
Por fim, vale reforçar que tais estratégias de conhecimento das cores são benéficas não apenas para estudantes com deficiência visual, mas para todos os estudantes.