Como nos velhos tempos

Havia um tempo que não nos preocupávamos com nada e podíamos ficar nas calçadas debruçadas sobre carros velhos ouvindo woman no cry

Tempos esse que não fazia diferença em beber água da mangueira ou deixar o tempo passar debaixo da sombra de uma arvore

Acreditávamos que iriamos conquistar o mundo e só de pensar que não existia internet celulares e videogames descolados que vemos hoje chego a me perguntar como vivíamos tão bem

E é claro que isso também me faz refletir sobre a inocência nos torna mais felizes assim como uma criança que não consegue ver a maldade

Mas por outro lado, nem sempre inocência em demasia nos causa bem

Hoje o dia amanheceu bem chuvoso, e isso nos coloca em pauta sobre o que é estar obstinados, enclausurados numa quarentena

E por mais que tentamos compreender tais mudanças fica difícil aceita-las pois o maior vírus e mais mortal ainda continua sendo a ganância e a ignorância

E esse desejo cego de ir contra ou não estar pronto para novas mudanças me faz lembrar de um livro que li na minha infância chamada ‘Quem roubou meu queijo”

aceitar mudanças e o diferente está além de pensar ser melhor ou não que o outro é questão de humanismo

Nos últimos tempos tivemos meses duros pessoas que partiram outras que não tiveram oportunidade em se despedir, mas o trem da vida está aí continuando a cada estação deixando e levando mais pessoas para seu verdadeiro lugar de origem

E após percebemos o valor de cada momento ao lado daqueles que foram e são especiais ao nosso lado penso o quanto é importante deixarmos aquela velha inocência de lado , mas não aquela boa inocência de contar estrelas no céu no capo de um Del rei ou brincar na rua de Queimada ,Pular corda Salve Bandeira me refiro a tal ingenuidade em não compreender do quanto viver é o ato magico mais sublime e simples de se tentar dessa peça

E ao ver pessoas boicotando isso ,por simples vaidade ou fanatismo político implicando com outros por usarem mascaras em um país carnavalesco onde diariamente políticos pastores e outros usam suas próprias mascaras da falsidade percebo o quanto inocentes ainda somos não por não poder vivenciar uma vida social que tanto almejamos pois muitos de nós já vivemos uma falsa realidade no mundo virtual com seus avatares da pessoa feliz e perfeita mas pelo fato de não conseguir simplesmente fazer duas coisas — usar a máscara de forma adequada e manter o distanciamento , se isso fosse feito de forma correta não precisaríamos nos preocupar com lookdown com prefeito ,governador, e presidente pois simplesmente pensaríamos um pouco mais em nós mesmo e aqueles que amamos e não ouvir mais outra mulher chorando pela sua perda mas ouvindo woman no cry como nos velhos tempos

Raika Charlote escritora : https://raika.carrd.co/