Imposto: mais do que ver, sentir
Transformar o imposto em um problema já no caixa
Há algum tempo passamos a ver em todas as notas e cupons fiscais o quanto estamos pagando de impostos.
Se você for uma pessoa levemente curiosa e minimamente sensível vai reparar o quão caro pagamos pelo tal pacto social, sabe, aquele que nos assalta em nome da segurança, educação, saúde e demais serviços que você vai comprar uma segunda vez, mas da iniciativa privada, pois os custeados com os impostos são vilipendiosos.
Recentemente vi este post do Instituto Liberal de São Paulo sobre uma compra de Coca-Cola.
É assustador. Jamais consegui comprar algo abaixo da linha dos 25% de impostos. Quando falo de compras no mercado então, não sustento uma família de 4 pessoas, mas uma de 6 pessoas.
Eu acho fundamental esta transparência, em que o cidadão pode ter uma ideia do tamanho da mordida do estado, mas acho que poderíamos ir além, pois apesar de podermos ver, parece que estamos insensíveis ao assalto cotidiano que o estado nos faz.
Ficar calculando quanto dá 7% de uma compra $9,44 para ver se $10 basta não é algo prático para o dia-a-dia.
A justificativa que ouvi de meus amigos americanos é que assim o cidadão sente os impostos, pois ao comprar um ou dois itens que ele viu por $9,44 e que iria pagar com uma nota de $10, ele descobre que vai precisar desembolsar na verdade $10,15.
Eu fico imaginando qual seria a reação da população nestes casos, quando da gôndola pegassem uma Coca-Cola por R$2,80 e ao pagar, o caixa informasse que o total era de R$6,99.
Pelo menos para mim tem uma diferença enorme em ver R$6,99 na gôndola, R$6,99 no caixa e depois, a caminho do carro descobrir que os impostos são 60% do que ver inicialmente o preço em R$2,80, para ao pagar descobrir que uma nota de R$5 não basta, e que uma de R$10 fica pequena perto do valor total.
Este tipo de questionamento iria surgir somente nas compras menores onde se tem noção do valor final visto nas gôndolas, mas esta loteria do tributo em que você não saberia o valor final ao pagar e sempre iria se assustar com ele ao caixa.
Seria um transtorno, mas um transtorno positivo, porque faria com que o imposto fosse mais sentido de uma forma prática no dia-a-dia.
