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Livro impresso ou digital?

o dilema entre praticidade e aquela coisa boa que é livro físico

Adilson Carvalho
Adilson's Notes
Published in
4 min readJun 14, 2017

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Eu tenho recentemente conseguido voltar a um hábito que há algum tempo estava esquecido sob uma miríade de pretextos: ler.

Sempre gostei de ler e lembro de fazer caminhos mais longos entre minha casa à Rua Nilo Peçanha, 934 e o colégio Prieto Martinez que ficava a cinco minutos a pé só para dilatar o tempo de leitura no trajeto.

Brincadeira pueril de limitar o tempo de leitura com as passadas do caminho. A medida que a estória ia ficando melhor, o passo ia ficando menor e mais lento.

Recentemente eu tenho descoberto todo um novo universo de conhecimento ao qual eu ignorava completamente graças a uma série de pessoas que surgiram até mim pela internet, notávelmente Rafael Nogueira, Bruno Garschagen, o Dio do Bunker do Dio e a lista segue, pois eles apresentam novos autores e o processo recomeça.

História, economia, ciência política e (quem diria para alguém de TI) filosofia. A lista de interesses só faz crescer e a sensação de só saber que nada sei a cada dia cresce.

Source: https://www.youtube.com/watch?v=tliqZYGPUik

Pelo que vi dando uma googlada rápida para achar algumas imagens para ilustrar este post, longa é a lista de posts que tratam do assunto. O vídeo acima é muito bom e bem divertido.

Todos, sem exceção usam de uma análise utilitária para tentar chegar a uma resposta. É justo, e por ela os ebooks ganham de disparada.

Minha solução para o dilema: livros impressos são para colecionar e os digitais para manusear e ler.

Eu me peguei pensando isto hoje no ônibus ao ler um livro de mais de 600 páginas em um dispositivo fininho, leve, com dicionário embutido e que de quebra me deixa grifar textos, adicionar notas e marcar páginas.

É prático? Muito! Disponibilidade imediata na compra, inclusive, quando se compra um impresso na Amazon, eles enviam os primeiros capítulos via digital para você poder já iniciar a leitura enquanto aguarda pela entrega.

A noite dá para ler sem acender a luz do criado mudo e não atrapalhar o sono da esposa (o que melhora o relacionamento de forma significativa 😅).

Recentemente eu decidi ler Maldita Guerra, do Francisco Doratioto, que discorre sobre a guerra do Paraguai, sem os revisionismos históricos que assolam a história do Brasil, principalmente quando ela não soma ao golpe republicano de 1889.

Inexiste a opção para ebook e tive de me contentar em comprar a versão impressa. Quando o recebi e o peguei em mãos, folheei, dei aquela fungada nele e isto me lembrar como é bom um livro de impresso.

O livro físico tem charme e valores intrínsecos que transcendem toda a praticidade das mídias digitais

Sim, sob todos os aspectos práticos os ebooks ganham, e de disparada. Só resta então o apego ao livro impresso ser de origem puramente emocional.

Algo neles deve fazer com que nos sintamos bem da mesma forma que plantas, animais domésticos e madeiramento em nossas casas assim o fazem.

Quem sabe não é o eco do velho sonho de montar uma biblioteca doméstica.

Aquele maravilhoso mosaico de cores, formas e nomes, composto dos mais diversos volumes dispostos diligentemente estante a estante.

Talvez uma forma de externar para qualquer um que adentre nossa casa as nossas conquistas como leitor, sendo cada tomo um troféu.

Quem sabe sejam eles a síntese da esperança de que, por sua presença física, estes livros acabem cooptando nossos filhos, filhos dos filhos, etc. a virarem leitores assíduos.

Se assim for, de certo queremos com este pequeno patrimônio a base de celulose influenciar nas decisões de leitura deles, e desta forma vê-los a ler os nossos eleitos, os quais passamos uma vida toda escolhendo e que foram nossos pontos de apoio ao criar todo o conhecimento que nos define.

Realmente, parece que o carinho para com nossos livros impressos é muito mais da ordem emocional do que sujeito a objetividade.

E com você?

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Adilson Carvalho
Adilson's Notes

Curious developer, founder member of GURU-PR, fountain pen addict, husband, father.