Ajudar mulheres empreendedoras a crescer é o meu propósito

Adri Fernandes
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3 min readJun 17, 2021

Assim como eu, mais de 24 milhões de mulheres são donas de algum negócio no Brasil. E assim como eu, elas precisam trabalhar duro não apenas para dar conta da empresa, mas para serem valorizadas e respeitadas no universo do empreendedorismo.

O mundo corporativo costuma ser duro conosco. Uma série de imposições machistas e de padrões visuais e etários é imposta para nós, mulheres. E é difícil fugir dessas amarras quando precisamos ser “levadas a sério” pelo mercado.

Vivi isso na pele por ser mulher, jovem e cheia de tatuagens pelo corpo. Um combo completo de estereótipos que tive de ir desfazendo, ao longo dos anos, por meio do trabalho, esforço e do estudo. Foi para derrubar essas barreiras impostas pela aparência que acabei parando em Harvard, uma das universidades mais conceituadas do mundo, mas isso é história para um outro post.

É justamente por estar onde estou e por ter passado por tantas experiências — umas boas outras nem tanto — que assumi o compromisso de ajudar outras mulheres a terem sucesso como empreendedora. Há alguns tempo, me tornei mentora de marketing digital pelo ecossistema de inovação da PUC Paraná e da WOW Aceleradora — a maior aceleradora de startups do país. Também atuo como mentora de várias mulheres pela AWE — Academia de Mulheres Empreendedoras do Consulado dos EUA.

Já na Karma, tenho muitas mulheres como clientes e aposto num marketing digital qualificado para alçá-las a patamares diferenciados dentro do nicho em que atuam.

SORORIDADE ATÉ NO BBB

Você já ouviu falar em sororidade? Caso nunca tenha ouvido essa palavra, não tem problema. Você não está sozinha! Muitos brasileiros descobriram que a palavra sororidade vem do latim sóror, que significa “irmã”, ou seja, sororidade também pode ser vista como irmandade.

Do ponto de vista do feminismo, a sororidade consiste no não julgamento prévio entre as próprias mulheres que, na maioria das vezes, ajudam a fortalecer estereótipos preconceituosos criados por uma sociedade machista e patriarcal.

Empatia, solidariedade e respeito entre as mulheres são formas de viver a sororidade na prática. E eu trabalho para fazer com que essa palavra seja uma realidade dentro do empreendedorismo feminino. .

MULHERES NA LIDERANÇA

Quanto maior o número de mulheres, sobretudo em cargos de liderança, melhores serão os resultados de uma organização. Eu já acreditava nisso piamente, mas tive essa percepção confirmada pelo relatório Women in Business and Management: The Business Case for Change, divulgado recentemente pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Entrevistados relataram ganhos em produtividade, rentabilidade, criatividade e inovação em equipes com maior diversidade de gênero. Em relação à rentabilidade, a maioria das empresas que adotam a diversidade relatou crescimento de 10% a 15% em sua receita. Além disso, 57% dos pesquisados disseram perceber melhorias na reputação, ou seja, na imagem pública da empresa. Para chegar a essa conclusão, o relatório analisou mais de 70 mil empresas em 13 diferentes países.

Apesar de dados como esse, a falta de incentivo, entretanto, pode minar a confiança de boas profissionais e desestimulá-las a buscar os cargos que merecem ou os sonhos que alimentam no mundo do empreendedorismo. Não é de se estranhar. Afinal, o tempo todo, lidamos com o olhar desconfiado dos “homens de negócios” que duvidam da nossa capacidade de liderar equipes e de executar tarefas.

Eu mesma já passei por isso diversas vezes. Algumas vezes tive meu conhecimento técnico colocado em xeque pelo simples fato de ser mulher. Algumas vezes briguei para me impor, em outras sofri calada e confesso que até chorei de raiva. E está tudo bem, porque eu hoje entendo que toda essa pressão fez de mim uma profissional e uma empreendedora ainda melhor. E é esse tipo de experiência que eu tento passar para outras mulheres.

De críticas e desesperanças, o mundo já está cheio. Acho que cabe a nós, mulheres, o papel de alavancar a nós mesmas. Podemos e devemos ser líderes, chefes, donas de empresas e ocupar nossos espaços no tão masculino mundo dos negócios. E podemos, sempre que preciso e necessário, segurar uma na mão da outra para dar o impulso que faltava.

De minha parte, digo: não se deixe abater! Persiga o seu sonho e lute, com força e determinação, para mostrar o seu valor como mulher e empreendedora. Você não está sozinha nessa empreitada!

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