21- Nascimento: o fim e o início

Gabriel Louback
Advento cronológico
2 min readDec 25, 2018
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(Dia 20: A origem de Jesus)

O Natal é o início e o fim: o fim da espera de Emanuel e o início da reconciliação eterna. A espera havia terminado, mas nossa história estava só começando, de novo. Tudo novo, de novo. Jesus havia nascido, e o fim dessa espera era só o início para tudo o que Ele ainda realizaria, em nossos corações e na nossa vida.

Nos últimos anos, tenho alternado entre duas perspectivas a respeito do Natal. A primeira, de um momento belo e lindo, inspirado pelos enfeites, o clima de festas e família, mas também pela beleza de Deus se fazendo carne e vindo como um de nós, finalmente entre nós.

A outra é que o Natal é visceral, com Herodes derramando litros de sangue ao matar milhares de crianças à procura de Jesus, uma família tendo que passar a noite no local onde os animais comem e defecam, e só imaginando a angústia de Maria dando à luz ao Rei dos reis nesse cenário.

Foi somente nesse último domingo, porém, que entendi que o Natal manifesta as duas coisas, o lindo e angustiante ao mesmo tempo.

O nascimento do Messias acontecer no estábulo é a analogia perfeita para nós. Desde o início, quando decidimos andar em nossos próprios caminhos e satisfazermos nossos próprios desejos e vontades, nossos corações têm sido como um estábulo: onde os animais de nossa carne vão se alimentar, tornando-o um dos lugares mais sujos e malcheirosos que já conheci; por experiência própria.

É preciso que o Messias nasça justamente nesse ambiente, justamente nessa condição dos nossos corações. É preciso que abramos os estábulos de nossas almas para que Ele se faça presente. Ele mesmo diria que veio para aqueles que estão doentes, sujos e manchados, não os puros, sadios e limpos.

O Natal só faz sentido porque Eu Sou se faz carne e se torna “Estou Aqui”, em nossas vidas. O Natal acontece quando Deus decide ir além de caminhar conosco, e passa a caminhar entre nós (João 1:14).

O Natal começa a fazer sentido quando entendemos quem é Jesus, o Cristo; quando entendemos que Ele é o Libertador prometido a Adão e Eva, que Ele é o Messias esperado de Abraão, que Ele é aquele que Israel aguardava para nos libertar da escravidão, que Ele é a resposta para as nossas dores, sejam do corpo ou da alma.

Que o Messias nasça no seu coração e no meu, no meio de nossos estábulos, do jeito que somos e estamos, e que seja o início de uma jornada e caminhada com Ele; uma caminhada que Ele faz entre nós.

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