A amizade é uma raiz da liberdade

Nos tornarmos aquilo que precisamos uns dos outros — e achar o poder na amizade — é nos tornarmos perigosos

Anita B.
Afetos Insurgentes
13 min readSep 1, 2020

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Esse ensaio é parte a coletânea Joyful Militancy, originalmente em inglês.

A liberdade já foi inseparável da interdependência, dos laços próximos e do parentesco: eu sou livre por causa dos outros dos quais posso depender. Hoje, liberdade tende a significar algo diferente. Tem a ver com não ter amarras e ter opções. Procure a definição de liberdade no dicionário hoje e veja direitos e escolhas no centro, aplicados ao indivíduo isolado. Do Dicionário de Inglês de Oxford:

“O poder ou direito de agir, falar ou pensar como se quer:

- ‘Nós realmente temos alguma liberdade de escolha’

O estado de não estar aprisionado ou escravizado:

- ‘O tubarão destrói para chegar à liberdade’

O estado de não ser sujeitado ou afetado por (algo indesejado):

- ‘Políticas governamentais para ficar livre da falta” [4]

No fundo, todas essas definições têm a ver com se afastar de uma influência ou restrição externa: estar desimpedido, não afetado, independente. O filósofo do século 17 Thomas Hobbes imaginava a liberdade como nada mais do que “a ausência de oposição” possuída por indivíduos. Para Hobbes, o homem livre está constantemente armado e alerta: “quando vai dormir, ele tranca as portas; mesmo quando em casa ele tranca seus baús.” [5] Hobbes imaginava uma forma de vida que se tornaria mais e mais presente: uma existência egoísta e isolada apoiada por contratos e violência — uma visão de liberdade fundida com exploração.

Eu tenho um círculo de amigos e família com quem eu sou radicalmente vulnerável e confio profundamente — nós chamamos isso de coevolução por meio da amizade. –adrienne maree brown [2]

Quando os camponeses eram “libertados” nos tempos de Hobbes, geralmente isso significava que haviam sido forçados para fora de suas terras e seus meios de subsistência, deixando-os livres para vender sua força de trabalho por um salário ou passar fome. Não é uma coincidência que essa concepção solitária de liberdade surgiu na mesma época que a caça às bruxas européia, o cercamento das terras comuns, a ascensão do comércio transatlântico de pessoas escravizadas, e a colonização e o genocídio nas Américas. Ao mesmo tempo que o significado de liberdade se divorciou da amizade e da interdependência, as conexões vividas entre pessoas e lugares estavam sendo desmembradas.

Ao longos dos séculos, o parentesco seria limitado à família nuclear, a liberdade ao indivíduo e os valores à moralidade e à lei. Juntos, esses enclausuramentos abrem uma brecha para o “indivíduo livre” do capitalismo moderno: uma ficção triste e solitária, enjaulada por interesse próprio, e baseada no ideal de um homem saudável, patriarcal, branco, racional e possuidor de propriedades. Esse ser deslocado vê sua falta de raízes — sua própria incapacidade de fazer e sustentar conexões transformadoras — como uma prova de sua excelência.

Se o capitalismo funciona desmembrando relações transformadoras, será que a amizade pode ser revalorizada como uma forma radical e transformadora de parentesco? Talvez o conceito de amizade já esteja muito colonizado. Sob o neoliberalismo, a amizade é uma transação banal de preferências privadas: nós saímos juntos, nós temos hobbies em comum, nós conversamos superficialmente. Nos tornamos amigos daqueles que já gostam de nós, que nos deixam confortáveis, em vez de nos tornarmos diferentes e mais capazes juntos. Os algoritmos do Facebook e outras mídias sociais nos pastoreiam rumo ao refinamento sem fim de nossos perfis, reduzindo a amizade ao clique de um botão [6].

Essas não são apenas palavras; são pistas e alfinetadas e terremotos em criar parentesco, que não são limitadas aos aparatos de famílias ocidentais, heteronormativas ou não. — Donna Haraway [3]

A amizade neoliberal é a alternativa ao casal hétero e homonormativo: “apenas amigos” implica um laço muito mais fraco e insignificante do que um amante jamais poderia ser. Na amizade neoliberal, nossas vidas cotidianas não estão emaranhadas: nós não precisamos mesmo de uns aos outros para viver. Mas essas tendências insípidas não significam que as amizades não têm sentido; apenas que a amizade em si é um terreno em disputa. A ordem dominando funciona para conduzir seus sujeitos em relações frágeis nas quais nada está em jogo, e para incutir a intimidade com violência e dominação.

Talvez a amizade possa ser revalorizada de uma maneira expansiva, mais específica: poderia significar que amigos, família escolhida e outros parentescos, se conectassem em uma rede de apoio mútuo. Esse poderia ser um processo pelo qual as pessoas vêm a depender umas das outras e defender umas às outras. Correntes interseccionais de justiça para pessoas com deficiência, libertação da juventude, movimentos queer/LGBT, feminismo, ecologia, anarquismo, ressurgência indígena e libertação negra, todas já enfatizaram a centralidade de nutrir relações fortes ao mesmo tempo que se destrói relações tóxicas. Amizade como liberdade, nessa história, nomeia a proximidade perigosa que o capitalismo busca erradicar por meio da violência, divisão, gerenciamento e incitações para que nos vejamos como indivíduos isolados ou unidades familiares nucleares.

Apesar de séculos de colonização e cercamentos, o insípido ideal de liberdade individual ainda não consegue se firmar em muitas partes no mundo. Mesmo na Europa, onde tantas das ferramentas da colonização foram refinadas, as raízes da liberdade eram diferentes. Séculos atrás, alguns europeus tinham uma concepção mais relacional de liberdade, que não tinha a ver apenas com a ausência de limitações externas, mas também com a nossa imersão em relações que nos sustentam e nos fazem prosperar.

“Freedom” (liberdade) e “Friend” (amigo), têm a mesma raiz Indo-Europeia: *fri ou *pri, que significam “amor.” Essa raiz chegou ao Gótico, ao Norueguês, ao Celta, Hindu, Russo e Alemão. Ser “livre” não era ser irrestrito, mas ser um amigo entre pessoas que se ama. Como o Comitê Invisível escreve em Para Nossos Amigos:

“Friend” (amigo) e “free” (livre) em inglês… vêm da mesma raiz Indo-Europeia, que passa a ideia de um poder compartilhado que cresce. Ser livre e ter laços era exatamente a mesma coisa. Eu sou livre porque tenho laços, porque estou ligado a uma realidade maior do que eu. “[8]

Juntamente com pensadores como o Colectivo Situaciones, Eve Sedgwick, Brian Massumi, Lauren Berlant and Sara Ahmed, o Comitê Invisível é parte de uma corrente radical de pensamento que é baseada no afeto. [9] Frequentemente tendo sua origem ligada ao pensamento de Baruch Spinoza, a teoria do afeto vai na direção oposta às divisões de natureza/cultura, mente/corpo, sujeito/objeto que ajudaram a dar à luz ao capitalismo. O trabalho de Spinoza se manteve às margens se comparado a Descartes e Hobbes, mas sua visão de mundo relacional foi retomada por radicais nas fronteiras da filosofia, ecologia, feminismo, marxismo e anarquismo. [10]

Para Spinoza, os corpos não são definidos pelo que eles são, mas pelo que eles fazem: como eles afetam e são afetados pelas forças do mundo. Dessa maneira, as potencialidades não são fixas, mas mudam constantemente. Essa é um desvio fundamental da perspectiva inerentemente capacitista e etarista que mede todos os corpos em relação à norma de um corpo “saudável”, “maduro” ou “apto”. Vai contra as vertentes dominantes tanto do conhecimento quanto da moralidade ocidental, que buscam o universalismo e a generalizabilidade: elas perguntam o que os humanos são, o que devemos fazer, ou que geralmente fazemos (e como podemos ser controlados).

Em contraste, a perspectiva afetiva começa com a especificidade material de um corpo, sem nenhuma norma interventiva, nos sintonizando com a singularidade a abertura dos corpos e situações: do que somos capazes aqui e agora, juntos, nesse momento, nesse lugar, no meio das relações nas quais estamos incorporados?

Começando pelo meio

… a amizade será o solo do qual uma nova política surgirá… –Ivan Illich [11]

O afeto começa pelo meio: no meio de nossas situações, nos nossos bairros, com inclinações, hábitos, amores, cumplicidades e conexões. Não há indivíduo algum que venha antes da densa rede de relações em que estamos enredados. Estamos sempre moldando nossos mundos, sendo moldados por eles. A liberdade não pode significar nada senão a participação ativa no afeto: a expansão do que somos capazes — do que somos capazes de sentir e fazer juntos. Nessa linha, o Comitê Invisível escreve:

“A liberdade não é o ato de descartar nossas ligações, mas a capacidade prática de trabalhar neles, de nos movermos em seus espaços, de formá-los e dissolvê-los… a liberdade de se desvencilhar sempre foi uma liberdade fantásmica. Não podemos nos livrar daquilo que nos vincula sem ao mesmo tempo perder a própria coisa sobre as quais nossas forças seriam dedicadas."[12]

Liberdade aqui não é a ausência de restrição, mas a capacidade de nos tornarmos mais livres em moldar nossos vínculos e situações. Esse tornar-se-ativo não tem a ver com controlar as coisas, mas sim com aprender a participar nos fluxos delas, formando laços fortes nos quais nos tornamos envolvidos nas lutas e capacidades uns dos outros. De maneira similar, a filósofa feminista Donna Haraway argumentou que “formar parentesco” atravessando divisões de espécies, nações, gênero e outras fronteiras talvez seja nossa tarefa mais urgente hoje. [13] Por meio da amizade ou do parentesco, nós nos desfazemos e renovamos de maneiras potencialmente radicais e perigosas. Dessa maneira, a liberdade está enraizada na amizade.

Uma história: dois amigos juntam suas vidas, eles fazem surgir novas capacidades um do outro. Eles se machucam e eles lidam com isso, emergindo mais envolvidos do que nunca. Eles já não sabem quais ideias e maneirismos eram “seus” e qual pertencia ao amigo. Eles sabem os gatilhos e tendências um do outro, intimamente. Se um está com problemas, o outro larga tudo para ajudar, correndo um alto risco pessoal. Mas esse risco e esse sacrifício não é porque é moralmente certo, ou porque eles calcularam isso para interesse próprio. Não é nem mesmo sentido como uma escolha, é algo que surge neles.

Criando redes relacionais que reforçam os valores aos quais aspiramos, as relações podem ajudar a desfazer padrões violentos ou esgotantes condicionados pelo capitalismo e outras formas de opressão. Relações afetuosas podem ser o que nos permite enfrentar as coisas que temos medo em nós mesmos. Podem nos ajudar a desfazer as maneiras nas quais internalizamos noções de que não somos bons o suficiente, não merecemos amor, ou que temos que aguentar coisas que esgotam a nós e àqueles com quem nos importamos. Relações de apoio mútuo podem nos permitir ver e sentir a toxicidade de algumas de nossas ligações. Podem nos ajudar a olhar para nossos padrões de vício e depressão sem sentirmos vergonha. Aqueles que amamos podem ser nossas razões para estar vivos quando não temos certeza se queremos. Podem nos ajudar a deixar situações infelizes, mergulhando conosco no desconhecido. Amizades podem ser a fonte de nossa capacidade de nos arriscarmos e lutarmos de novas maneiras.

Em vez de nos isolarmos em panelinhas ou enclaves, acreditamos que laços próximos de amizade e parentesco podem permitir às pessoas que se estendam mais e demonstrem solidariedade, que atravesse diferenças e divisões opressivas. Amigos próximos e pessoas que amamos nos permitem reclamar e desabafar para que possamos ser mais compassivos e pacientes com aqueles que não nos conhecem tão bem. Podem nos ajudar a trabalhar medos e ansiedades para que sejamos mais aptos a confiar em pessoas e irmos em direção aos problemas e ao desconforto. Eles podem estar ao nosso lado quando nós inevitavelmente fizermos besteiras e ficarmos agitados. Por outro lado, a luta por transformação que vai para além da amizade pode aprofundar esses vínculos e gerar outros novos.

Tudo isso pode ser próximo ao que “amigo” significava para alguns de nossos ancestrais europeus antes da caça às bruxas: não apenas alguém com quem passar um tempo, mas alguém cuja existência não é separada da nossa. Uma relação crucial, pela qual vale a pena lutarmos.

As bordas nítidas da amizade e da liberdade

Se alguém tiver um amigo, então também deve estar disposto a guerrear por ele: e para guerrear, deve-se ser capaz de ser um inimigo. –Frederich Nietzsche [14]

Amizade como liberdade não significa ignorar os horrores de nossos tempos, ou ter conforto e segurança enquanto o mundo queima. Trabalhar nas nossas relações também significa a capacidade de dissolver e desfazê-las, e bloquear aquelas que são nocivas. Nestes tempos, sentimentos de desespero, raiva e ódio podem indicar uma receptividade saudável ao que está acontecendo; uma recusa a nos anestesiarmos à destruição em curso. Aqueles que estão em contato com tudo isso são frequentemente criticados e patologizados, e o capitalismo responde com respostas individualizantes de consumismo, remédios e auto-ajuda. Glen Coulthard retrata bem a importância de cortar laços tóxicos:

“Toda essa ideia de ‘um bom relacionamento’ — uma ideia positiva e não negativa — é quase que inteiramente cooptada por estruturas destruidoras de relações que fixam violência, despossessão, desaparição, todas essas coisas, onde somos sempre compelidos a ser produtivos. É uma compulsão na qual se insiste e que é feita assimetricamente entre certos corpos. Então é uma exigência que é feita a nós como povos indígenas, mesmo em termos de conversa. Pode ser sobre o tom: você está usando um tom negativo…

Algumas relações não fazem nenhum sentido e não deveríamos estar nela. Nós temos na verdade que estabelecer limites com mais disposição, para evitar o tipo de resultado de status quo que é causado pela compulsão de ser ter sempre uma relação positiva com os outros. Os outros podem ser uma merda. Não deveríamos estar nos relacionando com eles, deveríamos estar lutando contra eles; deveríamos buscar destruí-los, em algumas circunstâncias. Porque toda a sua identidade, toda a sua forma de vida depende na nossa negação… E aí não pode haver nenhum tipo de reconhecimento mútuo, não pode haver respeito mútuo, porque a relação em si nega essa possibilidade.” [15]

Liberdade relacional inclui necessariamente desfazer relações destrutivas, dissolver ou atacar forças nocivas ou que nos esgotam. Liberdade é a capacidade de fazer amigos e inimigos, de estar livre e de estabelecer limites firmes. Nesse sentido, a ordem dominante destrói nossa capacidade de identificar e atacar aquilo que nos esgota e nos destrói: a moralidade, o policiamento, as leis e as prisões são todas desenhadas para monopolizar o poder de decidir o que é certo e o que é errado, e como responder a isso.

Mudanças significativas vêm de encontrar espaço com alguma mobilidade, para trabalharmos uns nos outros e em nossas situações. Pode incluir apoiarmos uns aos outros para nos tornarmos mais presentes com desespero, culpa, ressentimento, medo, raiva e luto. Pode incluir canalizar a raiva bloqueando relações opressivas ou extrativas, ou bloquear seus fluxos, ao menos em parte.

Liberdade é o espaço que se abre quando reações instintivas e hábitos sufocantes são suspensos. É o pai ou a mãe aprendendo a confiar em seu filho, ou o adolescente que foge de seu lar violento com a ajuda dos amigos. É o grito de negação que traz à tona a fúria e a ação dos outros. Mas o importante é que ninguém faz nada disso sozinho, seja um gesto humilde que causa uma alteração sutil, ou um ato decisivo que catalisa mudanças dramáticas. Liberdade, suavidade e ferocidade sempre vem — e realimenta — a rede de relações e afeições em que todos estão submersos.

Pelo mesmo motivo, se reduzido ao imperativo de sempre ter “boas relações” com tudo e todos, a amizade se torna simplista e reacionária. Assim como intimidade e proximidade podem ser viabilizadoras, elas podem também ser fontes de coerção, manipulação e exploração. Insistir, procurar ou usar a amizade — e patologizar sua recusa — pode recriar o pior da ordem dominante, onde se espera pessoas que pessoas permaneçam em relações opressivas, e sua recusa seja desconsiderada e taxada de “contra-producente”.

Padrões similares surgem para patologizar mulheres, pessoas trans e não-binárias que se recusam a “superar” o heteropatriarcado, pessoas negras que se recusam a “superar” o racismo, indígenas que se recusam a se “reconciliar”, e todas as outras pessoas que já experienciaram o clichê do “vamos-todo-mundo-nos-dar-bem”. Achar que temos direito ao tempo, energia e amor dos outros pode ser uma estratégia que reproduz a dominação por meio da intimidade. Amor e amizade pode ser contorcidos para fazer que pessoas obedeçam, sejam educadas ou devotas.

Para prosperar, a amizade não pode ser um comando simplista para nos darmos bem e sermos felizes juntos. A liberdade sempre precisa manter seu potencial de recusa, de negação e resistência. Relações transformadoras são apenas possíveis por meio da vulnerabilidade e confiança, mas elas também trazem consigo o risco de sermos extremamente magoados. Às vezes amizades e laços próximos são uma mistura bagunçada de proximidade, conflito e distância. Transformar a amizade numa solução ou num objetivo é apagar a forma de liberdade à qual nos referimos, que é a capacidade aberta de transformar relações.

Não podemos ser todos amigos, e algumas formas de vida nunca serão compatíveis. Nunca pode ser um processo totalmente inclusivo, vem-um-vem-todos, algumas diferenças podem significar que há pessoas que não podem funcionar bem juntas. Talvez. Diferenças podem também sinalizar potenciais para práticas, orientações e prioridades que são ressonantes e complementares sem se tornarem iguais. Diferenças podem então ser pontos de partida para novas cumplicidades e o crescimento de algo novo.

Se relações são o que compõe o mundo — e o que molda nossos desejos, valores e capacidades — então liberdade é a capacidade de participar mais ativamente nesse processo de composição. Amizade e resistência são interligados: quando temos apoio, estamos mais dispostos a confrontar o que ameaça destruir nossos mundos.

Esses valores não são deveres fixos que devem ser imitados, e eles não surgem do nada. Eles surgem de lutas pelas quais as pessoas se tornam poderosas juntas. Não é uma questão de ser de uma certa maneira, mas uma questão de transformação aberta, começando onde quer que se encontre.

Um linguista ou historiador detalhista pode argumentar que não há uma linha contínua de amizade insurgente que jaz oculta na história. Eles estariam certos: é uma linha em zigue-zague, desconjuntada, sempre sendo quebrada e remontada, uma história dentre outras histórias, ressoando com muitas das outras genealogias não-europeias de liberdade relacional. Mas essa dificuldade em defini-la é o que a torna preciosa e poderosa: é a capacidade das pessoas de constantemente formar novas cumplicidades no meio do controle e da violência. A amizade é um processo e uma pergunta aberta, com respostas parciais, mais perguntas, flashes de certeza e confiança, e a recusa de respostas definitivas.

Original em inglês: https://joyfulmilitancy.com/2017/12/11/friendship-as-a-root-of-freedom/#_edn3

Esse ensaio é baseado em trechos de um capítulo de Joyful Militancy: Building Thriving Resistance in Toxic Times, co-escrito por Bergman and Montgomery e publicado pela AK Press. Um versão similar desse ensaio foi publicado na Pacific Review.

Todas as imagens por Pete Railand, em Justseeds.

Para as referências e notas, ver no texto original.

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