Estratégias de Inovação na Engenharia de Dados

Parte 2: Refinamento dos clusters e formação das squads

Bruno Almeida
afya
5 min readMay 14, 2024

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Recap e introdução

Na parte I dessa trilogia de artigos, falamos um pouco sobre como captar as dores de seus clientes e possíveis soluções que poderíamos endereçar para cada ponto citado. Através de Design Thinking, executamos os passos de Aquecimento, Empatia e Clusterização das informações.

Nesse artigo, vou descrever como realizamos o processo de refinamento dos clusters e preparação para execução, usando a metodologia de inovação do iFood, chamada Jet Ski.

Passo 4. Mas o que é seria "refinamento"?

Fonte: https://resources.scrumalliance.org/Article/product-backlog-refinement

Segundo o artigo do Otaviano Mendes, "Dominando a cerimônia de refinamento do scrum", o refinameno "é o processo de revisar, esclarecer e preparar os itens do Backlog do Produto para sprints futuros. É uma atividade colaborativa que envolve o Time Scrum, incluindo o Dono do Produto, o Scrum Master e o Time de Desenvolvimento."

No "Passo 3: Priorize os clusters" da nossa dinâmica anterior, elencamos quais itens eram mais prioritários na visão dos nossos clientes e a partir desse insights iniciaremos nosso refinamento.

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/refinamento-uma-boa-pr%C3%A1tica-para-plannings-mais-martins-coelho/

Passo 5. Discussão das iniciativas. Seja simples no formato!

Para essa fase, elencamos nossos clusters em um documento (.doc ) e iniciamos uma discussão dentro do time de coordenação e especialistas da engenharia de dados.

Sugestão de formatação:

Data:
Link para o arquivo com a dinamica

<Informativo do porquê aquelas atividades estão naquela sequência>

Atividade:<>

  • Ações
    <Lista de ações>
  • Resultados esperado
    <Alguns exemplos do que alcançaremos no final do processo>

Responsável:<>

Exemplo de um primeiro item a ser trabalhado. Criar um ambiente Sanbox na nuvem.

E foi dessa forma, utilizando o formato do documento acima, discutimos em reuniões de 1 hora semanais todos itens que trabalharíamos.

As iniciativas tiveram não só aspectos técnicos. Também discutimos itens que envolviam mais soft do que hardskill, como por exemplo, como poderíamos melhorar nossa comunicação, quando tivessémos problemas em nosso pipeline de dados. Esse é um desafio que impacta várias camadas da companhia, que dia a dia acompanham seus indicadores.

Após todo refinamento, é hora de elencar as iniciativas aos responsáveis. Aqui em nosso time, temos uma estrutura que segue:

>> Gerente de Engenharia;
>> Coordenadores: que cuidam de uma ou mais squads e tem times sob responsabilidade;
>> Especialistas: que não tem equipe sob responsabilidade, mas tem influência principalmente em padrões que os times devem seguir em seus projetos.

Deixei o time a vontade para escolher qual atividade pegar, mas influenciei no direcionamento de escolha que ajudaria no desenvolvimento de cada um.

Por exemplo, imaginando que um membro da equipe precise desenvolver habilitade de liderar equipes plurais — pessoas não tão técnicas ou que trabalham em áreas diferentes — ou trabalhar com atividades que exigem mais hard do que softkill — essa é uma ótima oportunidade de fazer com que ele/ela se desenvolva.

Nossa idéia era deixar cada coordenador ou especialista responsável por uma atividade e consequentemente uma SQUAD para tocar a iniciativa.

Passo 5. Apresentação das atividades a todo o time e captação de candidatos.

Feito todo o refinamento e definido os responsáveis, é hora de apresentar a todo time de dados.

Nesse estágio é hora de engajar o time às atividades e formar equipes plurais.

Criei uma apresentação em slides onde descrevemos de forma sucinta o histórico até aquele momento:

>> 1. Contexto de como chegamos até aqui:
1.1) Processo de desenvolvimento via Design Thinking (Empatia, divergir, convergir, matriz MSCW);
1.2) Apresentação do mural e processo de clusterização;
1.3) Documento de refinamento das iniciativas.

>> 2. Iniciativas:
2.1) Recap rápido sobre sobre o modelo estratégico da companhia;
2.2) Apresentação das iniciativas (e sua conexão com a estratégia) e responsáveis;

>> 3. Regras gerais:
3.1) Squad de no máximo 4 pessoas, contando com o responsável;
3.2) Convite estendido a todo o time para a participação nas squads, independente da especialidade e senioridade;
3.3) Sugestão de dedicação de no máximo 4 horas semanais às squads das iniciativas, para não concorrer com as demandas normais;
3.4) Garantia que as horas dedicadas estão contempladas dentro do slot de horas totais da semana (não serão horas a mais de trabalho);
3.5) Reforçar que é uma prova de conceito rápida, sem muitas amarrações, mas que não abrimos mão da segurança;

>> 4. Como se eleger:
4.1) Ao final da apresentação, publiquei no canal geral do nosso time no slack, cada iniciativa e sugeri que quem tivesse interesse, marcasse um sinal de "jóia" na thread.

>> 5. Agradecimentos:
5.1) Agradecimentos a todos que contribuíram no processo até aquele momento.

Feito isso, postamos em nosso canal do slack uma thread como todo material desenvolvido até aquele momento:
>> Mural com a nossa dinâmica;
>> Slides com a nossa apresentação;
>> Iniciativas 1, 2, 3 e 4.

Deixei aberto para escolha por 7dias.

Post no canal de dados depois da apresentação para o time. Nota para as candidaturas logo abaixo da iniciativa.

Passo 6. Escolha dos membros das squads. Seja plural!

Escritório da Afya em São Paulo/Brasil. O processo de inovação deve passar pela participação efetiva do time.

Após as candidaturas, reunimos o time responsável por cada iniciativa para que pudéssemos definir as squads. Fiquei muito feliz, pois tivemos pessoas que se candidataram a mais de uma, o que mostrou que o time se sentiu motivado nesse processo.

Nosso time é composto de Data Product Owners, Engenheiros de Dados, Cientistas de Dados, Analistas de Dados e de Governança. Primamos por criar times multidisciplinares, mesmo para iniciativas mais técnicas.

Após as escolhas e montagem das squads, divulgamos novamente em nosso canal do slack e o trabalho efetivamente começou.

Resumo

Nessa segunda parte do processo de inovação, falamos sobre como organizamos as iniciativas e principalmente, como integramos todo o time nessa jornada que englobou:

a) Refinamento;
b) Organização de story telling e apresentação para toda equipe;
c) Abertura para candidaturas no projeto que tem vontade de colaborar;
d) Criação das squads;
e) Comunicação.

Na parte III, falarei como a metodologia de inovação do Ifood nos influenciou e como executamos cada uma das iniciativas.

Espero que esse exercício possa te ajudar no processo de inovação, sendo ele na Engenharia de Dados, ou em qualquer outra área e time.

Fiquem a vontade para enviar sugestões nos comentários ou diretamente pelo LinkedIn.

Até a próxima e vamos em frente.

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Bruno Almeida
afya
Writer for

Head of Data Engineering | AWS Community Builder