Sobre vestir a camisa e reciprocidade

Jesse Lopes
afya
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3 min readApr 18, 2021

A decisão de se juntar a uma empresa é sempre uma aposta de ambos os lados. Da mesma forma, vestir a camisa de uma marca precisa ser uma troca, e só vai ter sucesso se essa reciprocidade for a base da relação

Essa semana eu completo seis meses de uma mudança que considero super importante na minha vida: troquei de emprego, de mercado, de rotina, de time, de tudo. Escrever sobre isso é importante porque foi tudo tão rápido, que, quando vi, passou esse tempo todo!

E isso é um ótimo sinal! Porque quer dizer que foi bom, que a rotina foi leve, que rolou crescimento e que “vestimos as nossas camisas”.

Eu sempre digo que precisamos ser “comprados”, como profissionais, pelo pacote completo que representamos, ou seja, pelo que entregamos, pensamos, somos, também pelas nossas fragilidades e pontos de melhoria, pela forma como nos comportamos e por aquilo que ainda planejamos fazer e entregar. Do lado da empresa, o colaborador também precisa “compra-la”, pelo seu propósito, seu clima, pela forma como trata seus times, pelo posicionamento de mercado, pelas causas que defende, etc. “Comprar” no sentido de acreditar. Entende?

E só quando isso acontece de ambos os lados é que vale a pena dizer que “vestimos a camisa”. Eu acreditei e vesti a camisa da empresa, e a empresa vestiu a minha camisa, como profissional.

E, depois de seis meses na iClinic, está mais do que claro que foi isso que rolou por aqui.

Quando é assim, bom e recíproco, a vontade é de ficar mais, fazer mais, dar o nosso melhor e ver todo mundo crescendo junto. A sensação é essa: de crescimento e de sede de fazer mais!

Uma vez eu li que mudar dói. Mas que também dói ficar onde está. Particularmente, eu acho que a escolha não deve ser pela dor, mas sim pela busca da felicidade.

Quando a gente começa a se perguntar se algo vale a pena, geralmente é porque, no fundo, no fundo, já sabe que não.

E aí é a hora de mudar, de dar esse passo que tem o potencial de fazer os seus seis, doze, dezoito, vinte meses voarem ..

E eu reforço: tem que ser assim! Ainda mais nesses tempos, com tanta coisa maluca acontecendo no mundo, não dá mais pra tolerar ter uma rotina que seja minimamente diferente disso.

Não dá pra ser tóxico, pesado, difícil. Nosso dia a dia de trabalho deve ser leve, produtivo, feliz! A gente precisa parar de glamourizar uma rotina de trabalho que só gera estresse, como se só esse ambiente existisse.

Quando eu digo, lá no começo, que essa mudança foi importante pra mim, é por isso. Porque os seis meses voaram, e eu curti, me diverti, entreguei, e, olhando pra trás, me fazem sentir que eu quero outros vários “seis meses”.

A carreira é nossa, e as escolhas também. Tá mais do que na hora de achar nossos seis meses que parecem seis dias.

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