Uma Daily diferente: Walk the Board

Débora Petry
Insight
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3 min readFeb 28, 2018

algum tempo atrás, navegando pelo You Tube e buscando por algo que pudesse utilizar nas Dailys de meu time, me deparei com uma técnica de conduzir a Daily muito interessante.

No outro dia, fiz a proposta para o time onde atuo como Scrum Master, que comprou a idéia. Acabamos usando por 6 meses a fio, e tenho certeza de que nos ajudou muito!

Diferentemente da Daily convencional, onde um token passa por todos do time, na Walk the Board o foco é o quadro físico. Como o nome já diz, nesta Daily o time “caminha” pelo quadro, passando de história em história, como mostra o vídeo abaixo:

Por qual história eu começo?

Há várias opções; você pode testar e encontrar a maneira que mais se adeque ao seu time. A maneira que mais recomendo é iniciar pela história mais próxima de ser entregue, ou seja, pela coluna mais à direita. É a história que vai trazer valor ao usuário mais rápido. Outra opção é ordenar as histórias no quadro em ordem de prioridade e andar de cima para baixo.

O facilitador aponta para cada uma das histórias da Sprint e todos os envolvidos com aquele work item devem repassar ao time o que for necessário. Desenvolvedores, analistas, PO, área de qualidade. Quem tiver inormações úteis para que aquele trabalho seja entregue deve se manifestar.

E qual é o foco?

O facilitador deve garantir que fique transparente para o time o andamento da tarefa em questão. Em que ponto estamos? Vai ser entregue a tempo? Tem algum impedimento ou dependência? Algo que precisamos fazer urgente para garantir que esse item seja entregue?

Imagem do vídeo acima, mostrando o “Walk The Board”. Créditos: Development That Pays.

Vantagens

  1. O foco está na meta

Para algumas situações, por exemplo, um projeto em atraso, esta Daily pode ajudar o time a não divagar e a focar os seus esforços na meta. Se alguém não participar, é porque não está fazendo nada da meta? Precisa ser realocado?

2. Mais atenção

Um fenômeno muito comum em Dailys — e inato do ser humano — é nos distraírmos pensando no que vamos falar quando chegar a nossa vez [Putz! O que eu fiz ontem, mesmo? Como era o nome daquela tarefa que eu estou fazendo?] e não dedicar a nossa atenção completa ao colega que está falando. Com o Walk the Board, esse problema não existe. Os avatares ajudam a saber quem está trabalhando em qual card e os nomes e descrições estão nos mesmos.

Pontos de atenção

Após a última história, não deixe de perguntar: Alguém quer falar alguma outra coisa? Tem algum outro impedimento? Como estamos em direção à meta da sprint? O time está otimista?

Quem conduz?

Qualquer membro do time pode conduzir. Se você é Scrum Master do seu time, traga esta técnica e estimule as pessoas a puxar por elas mesmas após algum tempo. Observe o time, traga reflexões quando necessário. Não seja um membro essencial para que a cerimônia aconteça com sucesso.

Quem move os cards? E quando?

O ideal em um time ágil é manter o quadro atualizado o tempo todo, mantendo o pilar de transparência. Imagine a seguinte situação: Um desenvolvedor termina uma história e esquece de movê-la para teste. Os analistas de qualidade poderiam ter trabalhado naquele teste, mas não ficaram sabendo que estava pronta para teste. Assim, o time perde um precioso tempo esperando o quadro ser atualizado na Daily.

Por outro lado [como muito bem ilustra o vídeo acima] o momento de mover o card de coluna é um momento de felicidade para o time e para a pessoa que finalizou aquele trabalho. Atualizando o quadro fora da Daily, a pessoa vai perder o seu momento de celebração, de marketing, de mostrar o seu orgulho de ter finalizado aquela tarefa. Como Scrum Master, eu considero esse momento como parte importante da motivação do meu time.

O facilitador pode mover os cards; porém, como muito bem dito pelo autor do vídeo: “Eu fico muito mais feliz quando as pessoas vem ao quadro e movem os seus cards”. ^^

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Débora Petry
Insight

Agile and product management enthusiast. Loves to travel and hopes to own a thousand cats someday.