A Jornada do skateboard até as Olimpíadas

Agui Melo
Aguinaldo Melo
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3 min readMar 11, 2020
Foto: Diego Sar

Agosto de 1996 — Transmitido para todo o mundo, a cerimônia de encerramento dos jogos olímpicos de Atlanta mostrou pela primeira vez o skateboard associado à Olimpíada.

Em um half-pipe montado no estádio, nomes como Tony Hawk, Andy Mac e Steve Caballero fizeram a primeira demo televisionada para o mundo todo.

Fevereiro de 2004 — O skateboard precisava de uma organização mundial, assim nasceu a ISF, Internacional Skateboard Federation. Presidida por Gary Ream, proprietário do Camp Woodward, a organização tinha nomes como Tony Hawk em sua diretoria. Desde então a ISF organizou eventos e foi parceira da Street League. Nesta época já existia discussões sobre a inclusão do skate nos jogos e Gary já era dos articuladores nos bastidores.

Março de 2011 — O sucesso do BMX nos jogos de Pequim abriu os olhos do comitê olímpico para o skateboard. A ideia inicial era construir um half-pipe no meio do velódromo de Londres, onde aconteceria as competições do BMX e Skate Vert.

O grande problema era como inserir o skate nos jogos. A federação de ciclismo tentou entrar na jogada, mas a ameaça de boicote generalizado por parte dos skatistas acabou freando a iniciativa.

Maio de 2014 — Este foi o momento que o skateboard definitivamente entrou na agenda do comitê olímpico internacional. Para organizar a burocracia da entrada do skateboard nos jogos, o comitê iniciou as negociações com a FIRS (Federação Internacional de Roller Sports) e ISF (Federação Internacional de Skate)

Foto: Diego Sar

Dezembro de 2014 — Em reunião na Suíça, o comitê olímpico internacional anunciou que era hora das Olimpíadas se reinventarem. O documento chamado de Agenda 2020 afirmou que novas modalidades deveriam entrar no programa dos jogos.

Agosto de 2016 — Um dia antes da abertura dos jogos Rio 2016, as federações que fazem parte do comitê olímpico internacional aprovaram a entrada do skate junto com outros quatro esportes nos jogos de Tokyo 2020.

Janeiro de 2017— Simplesmente ignorando a existência da confederação brasileira de skate que já representava o skate desde 1999, o comitê olímpico brasileiro anuncia a CBHP (Confederação brasileira de hóquei e patinação) como a representante do skateboard para o skate olímpico. Neste momento nasce a campanha #somotodoscbsk.

Setembro de 2017 — A Federação Internacional de Roller Sports e a International Skateboarding Federation anunciam a fusão. A junção das duas entidades tinha como objetivo resolver o problema de entidades como a CBSK que eram filiadas a ISF desde sua fundação, mas não eram reconhecidas pelo governo como representantes do skate. Uma nova organização nasceu como o nome de World Skate.

Outubro de 2017 — Bob Burnquist assume a presidência da CBSK com Sandro Dias como diretor esportivo. Em menos de 30 dias uma reviravolta no movimento olímpico é anunciada e a CBSK passa a representar o skate olímpico.

Abril de 2018 — Dando inicio ao projeto olímpico, a CBSK anuncia a primeira seleção brasileira de skate. Tiago Lemos, Luan Oliveira, Pedro Barros e Leticia Bufoni, entre outros nomes, passam a ter uma atenção especial da CBSK com o objetivo de prepará-los para competições internacionais. Países como França, Canadá e Alemanha também iniciam os seus projetos olímpicos.

Abril de 2018 — A Street League anuncia uma parceria com a World Skate. Nos próximos anos o evento funcionará como evento para selecionar os skatistas que competirão em Tokyo, além de se tornar o campeonato mundial de skate street.

2019 — A Street League têm duas etapas no Brasil, devido desafios financeiros de viabilizar o evento no México. O calendário para a qualificação é anunciado e as regras definidas.

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