“Ouro” Olímpico

Agui Melo
Aguinaldo Melo
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3 min readMar 11, 2020

Publicado em junho/2017

Temos quase dois anos pela frente até o primeiro drop olímpico em Tóquio. Muito falamos aqui das confederações, de quem realmente deve representar nós skatistas. Mas pouco se falou sobre quanto. Melhor, de quanta grana estará por trás do skate olímpico.

As competições de skate em Tóquio poderão ser o campeonato de skate com maior premiação da história do skateboard. Apesar da medalha de ouro ter deixado de ser fabricada em ouro há muito tempo, o cheque gordo que cairá na conta do skatista medalha de ouro fará com que muita gente coloque um empenho especial nessa competição.

Para ilustrar isso, fui atrás de alguns números relacionados a RIO2016. O comitê olímpico realmente não paga um centavo para os medalhistas, mas por outro lado, os países chegam a pagar até 700 mil dólares para os seus medalhistas.

Em 2016, o Brasil pagou 35 mil reais para cada medalhista individual. Bem menos do que os 60 mil pagos no OI STU Open que aconteceu recentemente no Rio de Janeiro.

Mas somadas a esta grana estão bônus de patrocinadores e da confederação. Isaquias Queiroz, da canoagem, que ganhou três medalhas no Rio, abocanhou mais de 100 mil reais em 2016.

A grana nas competições de skate

Até muito pouco tempo atrás, participar de competições de skate não era nada lucrativo. Foi em 1995, com a chegada dos X Games, que a coisa começou a melhorar, mas só passamos a ver skatistas ganharem somas acima dos 50 mil dólares, em 2008, com o Maloof Money Cup.

Uma comparação interessante foi a recente declaração de Tony Hawk dizendo que Nyjah Huston ganhava em uma competição mais do que ele ganhou em competições em toda sua carreira toda como skatista profissional.

Dos 50 mil, a coisa evoluiu rapidamente para os 110 mil dólares pagos pela Street League. Hoje, a Street League diminuiu um pouco a premiação, deixando a grana preta somente para a Super Crowl.

Todos de olho em Tóquio

Apesar de pagar apenas 15 mil dólares a cada um dos seus medalhistas. A Austrália desembolsou 20 mil dólares como incentivo para Shane O’neill continuar marretando nas competições internacionais.

No mercado, o skate deverá ter pouca ou nula influência. Durante as competições os skatistas não poderão usar bonés de seus patrocinadores de energéticos, muito menos vestir roupas dos seus patrocinadores. Fico curioso em saber como serão os uniformes dos skatistas.

Apesar disso, os movimentos também podem ser vistos no mercado do skate. A Nike, em 2016, abraçou Yuto Horigome em seu time. Este garoto japonês que fez sua primeira final na Street League de Barcelona certamente dará muito trabalho pela frente.

Para nós brasileiros uma certeza já temos: Independente da grana que os nossos guerreiros irão levar neste evento, cada um deles irá certamente fazer bonito em Tóquio. Para comprovar isso, basta ver as manobras de Pedro Barros e Murilo Peres nas recentes edições do Vans Park Series e de Luan, Tiago Lemos, Carlos Ribeiro e Felipe Gustavo na Street League.

Quanto cada governo paga aos seus medalhistas

Cingapura US$ 753 mil
Indonésia US$ 383 mil
Azerbaijão US$ 255 mil
Cazaquistão US$ 230 mil
Itália US$ 185 mil
França US$ 66 mil
Rússia US$ 61 mil
África do Sul US$ 36 mil
Estados Unidos US$ 25 mil
Alemanha US$ 20 mil
Austrália US$ 15 mil
Brasil US$ 10 mil

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